seleção brasileira esperava um “axé” diferente em Salvador. Acabou, porém, ouvindo as mesmas vaias que foram criticadas em São Paulo. A paciência da Fonte Nova se esgotou com uma atuação no máximo mediana e empate por 0 a 0 com a Venezuela.

Poderia ser diferente se não fosse o VAR. Quando a torcida já demonstrava toda sua impaciência com o time de Tite, Philippe Coutinho mandou a bola para as redes aos 43 minutos, inflamando o estádio. Logo depois, porém, o árbitro anulou o lance.

O problema foi o impedimento de Roberto Firmino na jogada, o que fez o público direcionar sua raiva toda para a arbitragem. Já havia acontecido antes, aliás, no mesmo segundo tempo, quando Gabriel Jesus marcou, mas o VAR também entrou em ação.

Com o resultado, o Brasil não conseguiu já garantir a classificação na Copa América. Segue na liderança do grupo A, com quatro pontos, mas ainda precisa confirmar a vaga na última rodada, no próximo sábado, contra o Peru, na Arena Corinthians, novamente em São Paulo.

A situação ainda não é preocupante. Os peruanos estão na segunda colocação, também com quatro pontos, enquanto a Venezuela foi a dois. A Bolívia ainda está zerada. Os dois primeiros lugares avançam direito, mas também é possível passar como um dos melhores terceiros.

Mais um primeiro tempo sem gols

Assim como já acontecera contra a Bolívia, o Brasil começou bem. Não conseguiu, porém, manter o ritmo, algo que Tite já havia reclamado sobre a estreia. Desta vez, diante de um adversário mais forte: a Venezuela chegou a ameaçar e quase abriu o placar.

As primeiras chegadas do Brasil foram pelos lados do campo, mas a melhor aconteceu aos 14 minutos, quando Roberto Firmino tabelou com Arthur, que abriu para David Neres. Sozinho pela esquerda da área, o jogador do Ajax bateu para fora, no entanto.

Logo depois, Richarlison também ameaçou, obrigando Wuilker Fariñez fazer uma grande defesa. Só que aos 19 minutos, a Venezuela respondeu. Murillo cruzou, Salomon Rondon levou a melhor sobre Marquinhos e cabeceou tirando tinta da trave direita de Alisson.

Aos 37 minutos, o Brasil até chegou a balançar as redes. Depois de cruzamento de Daniel Alves da direita, Firmino ganhou da defesa e bateu para o gol. Só que arbitragem viu falta.

Entre vaias, aplausos e mais vaias

Se o “axé” da Bahia é diferente em relação a São Paulo, como disse Daniel Alves, a reação do público ao intervalo foi parecida, com vaias, que foram logo abafadas por aplausos e apoio.

O que mudou foi o time do segundo tempo. Tite voltou com Gabriel Jesus no lugar de Richarlison, mantendo Roberto Firmino como referência no ataque. Quando o técnico mexeu de novo, porém, aos 12 minutos, com Fernandinho entrando na vaga de Casemiro, não teve jeito: a Fonte Nova não gostou e vaiou novamente, desta vez, de forma bastante sonora.

A explosão seguinte da Fonte Nova foi de alegria, mas por pouco tempo. Aos 13 minutos, Gabriel Jesus marcou, mas logo em seguida o VAR revisou a jogada e viu impedimento de Firmino. A dúvida era se um toque no defensor da Venezuela configurava nova jogada.

Insatisfeita, a torcida passou a pedir Everton Cebolinha e foi atendida. O gremista, contudo, não conseguiu desequilibrar e, nos instantes finais, os fãs já vaiavam o toque de bola brasileiro.

Foi aí que veio nova festa, com Philippe Coutinho mandando a bola para as redes aos 43 minutos. Mais uma vez, porém, durou pouco: por novo impedimento de Firmino, o tento foi anulado com auxílio do árbitro de vídeo. No fim, o público gritou até “olé” para a Venezuela.