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Atlético nunca esteve tão perto de ser campeão na era dos pontos corridos.

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Em um Campeonato Brasileiro em que o título ficou para o concorrente que menos tempo ocupou a liderança, o Atlético-MG encerrou na terceira colocação, fechando com vitória dentro de casa por 2 a 0 diante do Palmeiras uma campanha recorde de returno e, ainda assim, com a sensação de que a taça sempre esteve ao alcance das mãos. A matemática ilustra bem mais um “quase” do Galo nos pontos corridos.

Desta vez, a distância para o primeiro colocado e campeão Flamengo foi de apenas três pontos. Se houvesse mais uma vitória na campanha de 68 pontos do Galo, a taça nacional voltaria à sede de Lourdes 50 anos após o único troféu do torneio na história do clube alvinegro. Quando foi vice do Brasileiro de pontos corridos, esteve a cinco pontos do Fluminense em 2012, e a 12 do Corinthians em 2015.

Claro, se o Internacional deixou escapar por muito menos, e o São Paulo foi quem mais liderou em sequência (oito rodadas no segundo turno), o Atlético também contribuiu para se afastar da glória.

Jorge Sampaoli quebrou marcas, deixa o clube num aproveitamento recorde entre os treinadores da década do Atlético, garantiu mais uma vaga direta na Libertadores, mas poderia ter entregado mais, tendo em vista não só a capacidade dele, mas também a “carta branca” que ganhou para montar o time.

Elenco qualificado, ainda que sem grandes jogadores protagonistas, mas recheado por bons nomes, capazes de reformular um time que havia sido eliminado para Unión de Santa Fe e Afogados da Ingazeira. 2021 será diferente, terá de ser diferente. Já foram feitos novos investimentos. Sampaoli não faz mais parte do projeto tocado pelo clube por meio de um colegiado de milionários empresários, mais o presidente, mais o diretor de futebol conceituado.

Se o surto de Covid-19 em novembro atingiu em cheio o Atlético – foram quatro pontos conquistados em três jogos com desfalques empilhados -, houve também tropeços fora de casa com time completo que tiraram o fôlego. Dos quatro times rebaixados, o único que o Galo venceu duas vezes foi o Coritiba. Perdeu pontos para Botafogo, Goiás e Vasco, os dois últimos em momentos cruciais. Ainda assim, conseguiu somar 36 pontos no returno, o mesmo que o Flamengo. A campanha do 1º turno foi de 32 pontos.

Justamente o campeão que o Atlético derrotou duas vezes, com direito a goleada chamativa na 20ª rodada. O mesmo Flamengo que, com a pior defesa entre os sete primeiros colocados, terminou novamente no topo, já que seu avassalador ataque fulminou. O ataque que parou de funcionar no Galo quando Keno se lesionou. Uma dependência que precisará ser resolvida em 2021. E é na defesa que o Atlético precisa urgentemente concentrar esforços no mercado da bola.

Não importa quem virá para a vaga de Jorge Sampaoli. O futuro treinador herdará um time encorpado, com a importância de tentar manter uma metodologia de jogo que foi incutida nos treinos e jogos durante um ano e, mesmo não o melhor dos frutos em tempo rápido, deixou a semente para ser regada e florescer em algum torneio expressivo, de preferência evitando que o jejum do Brasileiro complete bodas de ouro em dezembro.