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Argentina vence e enfrenta o Brasil pelas semifinais

Os gramados ruins da Copa América colaboram, mas o time da Argentina não ajuda. Em outra atuação lenta e apática, os 2 a 0 na Venezuela se construíram por força do contexto, em especial o gol no início na bola parada. O time não mostrou imposição, domínio ou controle.

Na terça (02), o teste contra o Brasil é decisivo para mostrar o que todo argentino espera: maior unidade nos movimentos ofensivos. Há anos a Argentina parece se dar bem com uma fórmula batida entre os times do país: um jogo mais defensivo, de trancar a defesa com duas linhas de quatro ou três volantes e jogar a bola em Messi e forçar conta-ataques. Foi assim na vitória contra Suíça e Bélgica na Copa de 2014 e foi assim nas últimas Copa America.

Não foi diferente contra a Venezuela. O time veio a campo com um losango bem claro no meio-campo: Paredes de primeiro, Acuña e De Paul pelos lados, Messi mais solto como um meia-atacante e Aguero e Lautaro na frente. Aguero retornava mais sem a bola, muitas vezes cobrindo o setor esquerdo ou ficando na frente dessa trinca de volantes, como na imagem. O intuito desse movimento era deixar Messi descansado e confortável, jogando “só na boa”.

Se a ideia é boa, a execução ainda deixa a desejar. Nos momentos que tentava sair com a bola, faltava opções de passe para os zagueiros e o meio-campo ficava vazio, obrigando Messi a fazer o que sempre tenta fazer: buscar a bola lá embaixo e ficar distante do gol, tornando essa circulação de bola mais lenta. O adversário fica com mais tempo para se organizar.

No ataque, poucos jogadores e…bola no Messi. Ou em Aguero, que recuava bastante para articular e muitas vezes deixava Lautaro mais à frente. São três caras tão talentosos que eles mesmos são um “sistema em si mesmos”, pois conseguem desorganizar a defesa do rival com poucos movimentos. Na imagem abaixo, Messi está num espaço vazio para fazer aquela jogada de ET: receber, conduzir e finalizar.

Na defesa, o losango sempre se fechava com os quatro de defesa alinhados e três volantes mais fechados no meio-campo. Veja o frame, tirado no início do segundo tempo, quando a Argentina já tinha feito 1 a 0.

O gol nos dez primeiros minutos fez uma diferença imensa ao time porque deu a chance de ficarem mais fechados, explorando contra-ataques e defendendo a área. E a Argentina não defendeu bem. A própria imagem mostra. Há erros primários que elevam o risco de levar um gol ou se desorganizar, como:

  • O venezuelano portador da bola está livre, sem marcação alguma
  • A trinca de defesa está longe da jogada
  • O lateral esquerdo olha pra bola e o ponta venezuelano começa a correr em suas costas

É pouco? Sim, e hoje foi eficiente. Como ela é em muitas vezes. A questão é que esse jogo trava contra times mais fortes e com mais tempo de trabalho. Pode ser o Brasil como foi a Croácia na Copa do Mundo. Foi a Colômbia como já foi a Alemanha em 2014. Quebrar retrancas e defesas exige muito mais do que fechar a casinha lá atrás e deixar os craques resolverem. No fim, é o mesmo dilema que o Brasil passa. Duas culturas latinas apressadas, pouco racionais, cheias de seus mitos. E que se enfrentarão num duelo com ares de histórico na próxima terça-feira (02).