Recentemente, a curva de juros começou a tomar um formato atípico: as pontas mais curtas da curva começaram a abrir, enquanto os vencimentos longos caíram. Esse movimento reflete as expectativas do mercado de que a taxa Selic pode subir na próxima reunião.
Opção de Copom e precificação da Selic
Os contratos de Opção de Copom negociados na B3, por exemplo, mostram probabilidade de 86% de aperto monetário, com 47% apostando em alta de 0,25 ponto percentual e 35,99% precificando crescimento de 0,50 ponto percentual. Ou seja, para uma boa parte do mercado, há elevadas chances de observarmos uma alta da Selic na reunião do Copom de setembro.
No gráfico abaixo, em que podemos visualizar a evolução do preço de referência (probabilidades) desta Opção de Copom, é possível observar que as probabilidades de manutenção vêm apresentando uma trajetória de redução desde o final de agosto.
O que é opção de Copom?
A “opção de Copom” é um derivativo que permite a negociação da variação da Taxa Selic Meta decidida na reunião do Copom, que acontece 8 vezes ao ano, ou a cada 45 dias.
As opções de Copom são instrumentos financeiros utilizados principalmente por investidores institucionais e profissionais para especular ou se proteger contra as variações da taxa de juros decididas pelo Copom.
Por que o mercado espera subida dos juros?
Os principais fatores macroeconômicos que indicam uma possível alta nos juros incluem a trajetória das contas públicas, a inflação próxima ao teto da meta e com expectativas desancoradas, a taxa de câmbio em torno de R$ 5,60 e a resiliência da economia.
Essa resiliência é evidenciada pela taxa de desemprego em níveis historicamente baixos e pelo PIB do segundo trimestre, divulgado na terça-feira, 3, que superou as expectativas e apontou um crescimento do consumo das famílias.
Esses elementos aumentam a probabilidade de que o Banco Central volte a subir os juros em breve, devido aos riscos inflacionários do cenário doméstico. E isso pode ocorrer mesmo que no cenário externo haja expectativas mais favoráveis, com possíveis cortes de juros nos Estados Unidos em setembro.
Onde investir em renda fixa com alta da Selic?
Em meio a esse cenário pressionado, é possível observar boas oportunidades de posicionamento na renda fixa desde já. Tanto para uma manutenção da Selic quanto para um cenário de elevação da taxa de juros, vemos como uma boa oportunidade os títulos pós-fixados de curto prazo ou que possuam liquidez.
Esses títulos permitem que o investidor capture uma taxa de juros de dois dígitos, mas também permitem uma movimentação da carteira em caso de novas oportunidades. Portanto, ele é uma opção com boa rentabilidade para o cenário atual e também é uma opção estratégica para aguardar novas oportunidades.
Essas posições podem ser feitas por meio do Tesouro Selic, via CDBs com rentabilidade atrelada ao CDI, ou ainda, as LCI e LCAs, que possuem isenção de IR para pessoa física.
No caso de CDBs, LCIs e LCAs é importante estar atento ao risco de crédito do banco emissor e às taxas oferecidas. Uma opção interessante que vem sendo oferecida na plataforma da XP é uma LCA do Itaú com rendimento de 93% do CDI (equivalente a 112,73% do CDB), com vencimento em setembro de 2025.
Já para investimentos de médio/longo prazo, o cenário atual pressionado permitiu um retorno dos títulos Tesouro IPCA+ com juro real acima de 6% a.a. Observamos o vencimento 2035 como uma oportunidade para garantir um juro real atrativo e ainda ter um título com possibilidade de ganhos com a marcação a mercado.
Onde não investir em renda fixa?
Recentemente vimos um fechamento na média dos spreads (juros adicionais que um ativo de crédito oferece em relação aos dos títulos públicos), tanto para as debêntures indexadas ao IPCA quanto para as indexadas ao CDI, o que significa que o crédito privado ficou menos atrativo. Tem debêntures com spread negativo.
Dessa forma, na classe de ativos de créditos privados, como CRIs, CRAs e Debêntures, há um desafio em encontrar oportunidades que apresentem uma remuneração adequada para o risco de crédito do emissor e para o risco de liquidez inerente ao papel.
Portanto, fique atento para filtrar as boas oportunidades e evite aceitar taxas reduzidas (abaixo do adequado para o risco de cada emissão) no procedimento de bookbuilng somente para conseguir garantir a reserva.
Lembre-se que é fundamental que você receba uma remuneração adequada para decidir trocar o Tesouro Direto, que é considerado o mais seguro da renda fixa e tem uma liquidez diária, por um título de crédito privado.
Disclaimer
O objetivo deste conteúdo de renda fixa é facilitar a busca de títulos por parte dos investidores.
Não a consideramos como uma carteira de investimentos propriamente dita. É importante sempre se atentar ao seu perfil de investidor, ao tamanho da alocação e ao prazo do ativo em relação aos seus objetivos.
Para receber um aconselhamento personalizado, conte com a equipe da Nord Investimentos.
Postado originalmente por: Nord Research