O Cruzeiro deixou Brasília com a sensação que poderia ter tido resultado melhor no clássico com o América. Produziu para sair com, pelo menos, um empate. Mas teve o resultado decidido nos detalhes e o segundo tropeço seguido. O início de Campeonato Mineiro eleva a responsabilidade pelos próximos dois compromissos que a Raposa tem pela frente: um deles, o clássico com o Atlético.
A consequência da derrota no clássico aumenta a responsabilidade, primeiro, de conseguir uma vitória, sim ou sim, contra o Pouso Alegre, na próxima terça-feira. Triunfar daqui dois dias será de extrema importância para os ânimos para o clássico com o Atlético.
Vencer traria mais tranquilidade e menos pressão ao ambiente do Cruzeiro, mas com a consciência do técnico Paulo Pezzolano – já expressada em algumas coletivas – que o rival é ainda superior, neste momento, e que os dois chegam em patamares diferentes. Mas a cobrança, como um clube grande como o Cruzeiro, é a mesma.
Pezzolano disse que não se poderá perder o clássico com o Atlético. Seria o quinto revés em um dérbi mineiro (dois foram perdidos para o América e dois para o rival alvinegro). Por isso, o treinador sabe da necessidade de se pontuar, mesmo com a consciência de que boa parte dos cruzeirenses têm do momento do clube.
Apesar de ter chegado à Série A do Brasileiro, o Cruzeiro ainda está em processo de reestruturação financeira e esportiva. Para 2023, foram 23 saídas de jogadores e mais 14 contratações. Um desafio e tanto para Paulo Pezzolano. E é preciso se levar em conta este momento para qualquer análise.
Até por isso, o treinador vem aproveitando os primeiros jogos para testar formações, movimentações e escalações. No primeiro tempo, o Cruzeiro foi superior ao América, criando as principais chances, tendo domínio de mais de 60% da posse de bola e até balançando as redes com Bruno Rodrigues, em lance que foi anulado a posteriori por impedimento do atacante, um dos destaques cruzeirenses.
No segundo tempo, o Cruzeiro continuou levando perigo com Rodrigues, Wesley e Nikão. O atacante vindo do Palmeiras, aliás, criou as principais chances. De chances reais, o América-MG pouco teve mais na partida. Mas foi mais eficiente, e é isso que decide um jogo.
Aproveitando o passe errado de Reynaldo no campo de ataque, e o erro no domínio de Lucas Oliveira, Henrique Almeida marcou. O Cruzeiro ainda falhou na segunda vez que o América balançou as redes. Novamente, a liberdade na segunda trave, e Rafael Cabral sem conseguir segurar a bola. O time foi salvo com a falta, no início do lance, em Gilberto, após análise do VAR.
No fim, ficou a sensação que o Cruzeiro merecia resultado melhor. Mas futebol não é feito de merecimentos. Os próximos dois jogos, no Independência, passam a ter muitas atenções voltadas para ver o desenvolvimento do novo time cruzeirense.