Mamãe era ótima disciplinadora. Muitas vezes usava a vara, o chinelo, o cinto. Quando ela batia as vezes doía muito e eu precisava chorar. Ela sempre deixava. Quando eu chorava sem motivo ela dizia…
Jeremias 31.15,16
“Segura teu choro!” era uma frase muito comum aos meus ouvidos toda vez que era repreendido justamente mas me achava injustiçado.
Muitas vezes choramos por dor, angústia, solidão, medo, frustração, até de alegria. Choramos por motivos fúteis, verdadeiros, por calamidades, por inconformidade, por desprezo, por necessidade ou apenas para aliviar as dores internas de um coração que sofre.
Sempre nossa dor é maior que a do outro, nosso fardo mais pesado, nosso motivo mais nobre.
O texto de hoje fala de um choro amargo (“Tsa’aq“, palavra usada para chorar, bradar, gritar) expressa as dores de alguém que por achar-se injustiçado e imerecedor de tamanho sofrimento ao ponto de não quer ser consolado.
Então o Senhor num gesto de amor paternal (não vou usar amor maternal pois Deus não é mãe e não há mãe de Deus neste texto) diz: “segura essas lágrimas” pois existe motivo para esse sofrimento. Ele existe para mostrar que há uma esperança para o seu futuro. Há motivo de consolação. Há galardão para seu trabalho.
Então quando repreendido pelo Senhor, quando provado por seu amor, nunca questione “porquê” pois assim tentamos nos justificar. Pergunte “pra quê” pois o Senhor pode lhe revelar o sentido das dores e sofrimentos do momento presente e mostrar que eles não são nada diante da glória que desfrutaremos na eternidade.
Pense nisso, segure seu choro e diga pra Deus revelar o seu divino propósito.
Fraternalmente, nos eternos laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que aprendeu a segurar o choro quando achava-se injustiçado
