Você já passou em frente a uma rede de “fast food” quando estava com muita fome? Já notou como é maravilhosa a exposição das fotos dos alimentos ofertados? Deu vontade de entrar? Eu já fiquei tentando e já entrei quando tinha dinheiro e fome atrelados.
Certa vez nestes momentos devassadores de fome que me atingiam, que consequentemente tiravam minha paz e parte da minha cordialidade (geralmente quando estou com fome sou um pouco mais agressivo) passei em frente a uma destas redes de fast food com letras de “Mc”. Pedi uma das ofertas que aprendi a musiquinha ainda quando criança (dois hamburgues, alface, queijo, molho…).
Os minutos que se passaram foram de grande expectativa, e a cada segundo minha fome triplicava. Fui chamado pela senha do painel, e peguei o meu lanche para “viagem”, na verdade para comer na rua em direção ao Seminário onde estudava. Com minha mochila nas costas abri o saquinho de papel onde estava meu surpreendente sanduiche. Quando peguei em minhas mãos achei que estava faltando um pedaço. O pedido deveria ter sido confundido, me entregaram um “sanduba” de criança.
No entanto não estava errado, foi realmente o que eu havia pedido. Na verdade eu tinha pedido dois, um para mim e outro para Sílvia (mas se eu juntasse os dois não dava um na minha mente). O entregue não correspondia a minha expectativa. Na minha mente eu receberia aquele sanduiche de dois andares que seria impossível de se comer com uma só bocada. Guardei na sacolinha e levei para casa para comer com minha amada antes de ir para a aula.
Os fotógrafos de marketing usam truques para que suas fotos sejam atraentes. Se você pesquisar no Google (os mais antigos no Cadê?, no Yahoo, e no Bing) verá uma gama destes recursos especiais usados pelos mestres das lentes. Eles vendem uma expectativa e não uma realidade. A realidade nem sempre corresponde ao que esperamos, especialmente quando usamos uma lente que distorce a percepção.
Paulo muito sabiamente diz “na realidade foi Cristo ressuscitado dentre os mortos”, ao propor que o acesso à vida eterna foi proporcionado unicamente pelo sacrifício de Cristo na cruz do monte da Caveira. As minhas obras não podem conquistar a salvação. Quem assim a espera sua salvação está diante de uma expectativa e nunca diante da realidade.
A realidade é que eu como homem sou pecador, tendencioso ao mal, dominado pelo pecado, mas que Cristo segundo seu amor morreu por nós, para que segundo a misericórdia de Deus sejamos salvos por seu amor, e redimidos por seu sangue conquistemos a Vida Eterna que por ele nos foi dada.
Crer que podemos alcançar os céus por merecimento próprio, por vontade própria é crer em uma expectativa, e com certeza ser frustrado com uma realidade que é totalmente dependente da graça e soberania de Deus. Pense nisso, e não alicerce sua fé naquilo que você faz, mas deposite-a nos merecimentos de Cristo na Cruz da difamação e vergonha que por sua vez tornou-se lugar de honra e glória divina.
Um grande abraço!
Nos fraternos laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que reconhece a realidade do sacrifício de Cristo e não cria expectativas sobre seus atos.
