Algumas situações parecem histórias de pescador, por serem extremamente inusitadas. O que muitas vezes foge do comum pode parecer impossível.
Sempre gostei de brincar na enxurrada. Gostava de correr no meio da água que descia na porta de casa. Eu tinha objetivos traçados para toda chuva. O primeiro fazer um barquinho que pudesse descer a rua e chegar até o asfalto. Segundo fazer uma barragem que suportasse a água da chuva.
O barquinho eu fazia de vários tamanhos, com “capotinha” ou não, com papel duro, ou mole, com folha de caderno, jornal, cartolina ou revista. As barragens eram feitas com madeira, bambu e argila, eu fincava vários pedaços no chão entre as frestas do calçamento de paralelepípedo. Depois trançava com ripas de bambu, e por último finalizava a barragem revestindo de argila. Só uma vez minha barragem suportou a fúria das águas até a estiagem.
Quando estava trabalhando no mercadinho da Tia Ivone (naquela época podíamos aprender a valorizar o que conquistávamos) os dias de chuva eram entediantes, poucos clientes se aventuravam a ir lá durante o cair das águas. Então resolvi fazer um jequi com a telinha de laranja e algumas argolas de plástico que envolvia os garrafões de vinho. Após terminar, armei o jequi em frente ao mercadinho e esperei a chuva vir. Peguei um monte de lixo, mas não desisti. Armei novamente, e não é que eu consegui pegar uma traíra. O Tio Roberto ficou mostrando para todos que chegavam ao armazém a traíra que eu peguei na enxurrada. Fiz o jequi novamente, mas nunca mais peguei nada a não ser um monte de folhas, pedaços de papel, madeira e cacos de vidro.
Jesus diz a Pedro para lançar o anzol e pagar os tributos do templo com o estáter que estivesse na boca do peixe. Uma situação totalmente inusitada. O valor do tributo do templo era uma didracma (di significa duas, dracma uma moeda de prata) então um estáter pagaria o tributo de duas pessoas. Pedro faz o que o mestre diz, e é surpreendido com o resultado, exatamente igual ao que o Senhor tinha ordenado.
Isto mostra algumas coisas para mim e para você. Primeiro devemos cumprir com nossas obrigações ou deveres espirituais e civis. Não podemos fazer um e negligenciar o outro. Há não ser que as obrigações civis sejam contrárias ao que nos rege espiritualmente, ou seja, as verdades contidas na bíblia. Segundo, Deus conhece nossa real necessidade e a supre dentro da nossa expectativa. Ele nunca prometeu que sobejaria em nossa mesa o alimento, mas teríamos abundância para suprir nossa necessidade diária. Terceiro não devemos servir de escândalo para aqueles que estão ao nosso derredor. Mesmo sendo Senhor sobre todas as coisas, mesmo sendo o Filho do Deus vivo, ele se submeteu as autoridades desta terra para que o nome do Pai não fosse escandalizado.
Pense comigo, Deus move o impossível em nosso favor. Ele faz maravilhas para que todos possam crer. Ele deseja que você seja fiel a Ele e assim cumpra a lei do Senhor e dos homens também. Portanto, creia em suas promessas mesmo que pareçam distantes e inatingíveis.
Um grande e forte abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que confia plenamente no cuidado de Deus mesmo diante do impossível.