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Rascunhos da Vida: O Senhor conhece a intenção da pistolinha…

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Retirado do site: https://pt.freeimages.com/photo/shootist-s-friend-1566527

Mesmo quando temos boas intenções às vezes temos medo da justiça. Você pode dar carona para alguém colocando excesso de passageiros em seu carro, mas se algum guarda lhe parar, com certeza será multado. Isso pode ocasionar medo, apesar de sua boa intenção.

Romanos 8.24-28

Há muitos anos eu fui incumbido de dar um fim numa arma com a qual alguém desejava praticar o suicídio. Era uma pistola calibre 22 de cano duplo (apelidada pelo senso comum de pistola de corno), a qual me foi entregue após ser tirada das mãos de uma amiga que queria se suicidar.

Antes de levá-la para Belo Horizonte, sondei um antiquário que poderia compra-la. O valor não era muito significativo, mas como minha intenção era eliminar a posse da mesma havia combinado de levá-la mesmo assim.

Retirado do site: https://pt.freeimages.com/photo/shootist-s-friend-1566527

No dia embrulhei numa toalha, coloquei no meio de minhas coisas e fui para BH. Chegando na capital, segui o meu caminho de costume, passando pela passarela que dava acesso a avenida Antônio Carlos. Após a passarela há uma praça com alto índice de criminalidade e concentração de indivíduos de toda índole. Naquele dia estava acontecendo uma blitz, algo muito comum naquele local. Nunca tive medo de revistas e caminhava tranquilamente, quando me lembrei da pistolinha.

Meu coração gelou, devo ter mudado de cor, então fui abordado por um policial, que para glória do Senhor era meu amigo de seminário (outro seminarista) que por sua vez era militar. Quando ele chegou para me abordar disse a ele que estava com essa arma e o que eu desejava fazer com ela. Ele me liberou da vistoria e me orientou o que fazer com a arma.

Mesmo com toda a bondade da minha ação, eu poderia sofrer as penalidades da lei. A verdade é que uma boa intenção não resolve o problema. Sim, uma boa intenção não é justificativa para o erro. Não posso roubar dos ricos para dar aos pobres. Não posso eliminar bandidos para diminuir a criminalidade. Não posso matar adúlteros para que não haja adultérios. O fim não justifica os meios. Pois onde isso acontece torna-se uma terra sem lei, um território para o inimigo operar.

No entanto eu preciso sim fazer meu melhor. Estar disposto a ajudar, a fazer o bem, a ser justo em minhas negociações, em meus afazeres, mas lembrando de que nem toda atitude louvável é justificação para atitudes incorretas. Quando Paulo diz “todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus”, ele dizia com propriedade, pois sabia que mesmo sendo punido por fazer o bem, mesmo castigado por desejar o melhor ao outro, Deus estava operando para que ele fosse amparado.

Pense nisso, faça o seu melhor. Mas cuidado para não tentar justificar seus pecados com as boas intenções do seu coração, pois para Deus pecado é pecado independente do seu coração.

Um grande abraço!
Nos fraternos laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que analisa suas boas intenções