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Rascunhos da Vida: Morfético

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Retirado do site: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-sangue-corpo-organismo-7588648/

Minha avó materna era uma mulher muito medrosa e supersticiosa. Ela tinha o receio de deixar os netos se machucarem, adoecerem, ou mesmo ser afligido pelo sobrenatural.

Levítico 13,14

Retirado do site: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-sangue-corpo-organismo-7588648/

Vó Gorducha tinha medo de algumas coisas, especialmente de algumas doenças. Ela não tinha coragem de dizer que alguém estava com câncer, falava “aquela doença”. Tinha medo de hanseníase, ou melhor, de lepra. Segundo ela um leproso precisa ser abandonado pela família, precisa andar errante pelo mundo, habitando embaixo de pontes e locais escuros, seus membros vão caindo aos poucos (dedos, orelhas, nariz) e com isso vão se deformando. Ela deixava algumas latas, inclusive copos feitos de latinha para dar aos pedintes acometidos daquela mazela.

Para ser mais clara a maioria das informações que ela passava eram falsas, ou melhor, dizendo eram baseadas no conhecimento empírico (passado de geração em geração), faltava conhecimento sobre os tratamentos da atualidade, sobre os recursos contra a fatídica doença. Então toda vez que eu ia pescar ela falava “não passa debaixo da ponte senão você pode ficar morfético”.

Um dia após ir nadar passemos na casa do Tio Lorinho (Lourivaldo), pois tínhamos ido Deco, Claudinho e eu. Falei que a vovó falou para não irmos embaixo da ponte por causa dos “homens doentes”, ele me disse vamos brincar com ela? Eu topei na hora. Ele me arrumou uma camisa muito, muito velha, daquelas de vestir um espantalho. E foi para a casa da vovó na minha frente. Quando eu cheguei lá passado um tempinho ele me disse e essa camisa? Achei debaixo da ponte, respondi eu. A minha vó ficou desesperada, e começou uma perseguição para me tomar a camisa, eu desviava dela e ela joga baldes de água para tentar me lavar da “lepra”, depois de muito correr entre os pés do pomar contamos a verdade a ela. Ela ficou brava, mas começou a rir, pois tinha um ótimo senso de humor.

Levítico 13 e 14 contam sobre a lepra e suas mazelas, sobre como era humilhante e dolorosa para alguém afligido por essa doença não poder viver em comunidade, muito menos apresentar adoração pública no tabernáculo ou no templo. Ter que abandonar família, trabalho, propriedades, e viver na mendicância e ser afligida pela ignominia de toda uma cidade, ou mesmo nação.

A lepra representa o pecado, que aos poucos nos mutila. Faz-nos sofrer, ao nos distanciar de Deus, ao nos envergonhar publicamente. Destrói nossa caminhada na fé, e com isso nos impede de crescer espiritualmente, de obter maturidade e liberdade para adorar a Deus com sinceridade e devoção.

A lepra (naquela época) só podia ser tirada por intervenção divina. Não havia cura, não havia tratamento paliativo, mas quando alguém era curado o era devido ao agir sobrenatural de Deus. O pecado não tem cura humana, nossas boas ações não curam. Nossos atos religiosos não o saram. Muito menos nossa participação numa igreja ou denominação não liberta. Somente Cristo Jesus através de seu sangue derramado na cruz o pode fazer. Apenas Ele através de seu sacrifício perfeito e agradável permite o perdão dos nossos pecados. Apenas Cristo pode remover a maldição do pecado de nossa vida. Tão somente Cristo pode libertar-nos da “lepra” do pecado. Pense nisso!

Um grande abraço!
Nos fraternos laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que tirou a “lepra” tão somente através de Cristo.