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Rascunhos da Vida: Kopi Luwak ou Café do Tõe Lau…

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Retirado do site: https://www.pexels.com/pt-br/foto/cafe-da-manha-cafeina-chocolate-cafe-4969726/

Realmente a engenhosidade humana não tem limites. Deus quando capacitou o ser humano com inteligência o fez com grandiosidade. No entanto o homem pode usar sua característica racional de forma boa ou ruim, pode até mesmo usá-la de forma estranha.

Provérbios 18.11

Retirado do site: https://www.pexels.com/pt-br/foto/cafe-da-manha-cafeina-chocolate-cafe-4969726/

A criatividade humana é sempre assombrosa. Kopi Luwak é o café obtido das fezes da Civeta (um tipo de “mão-pelada” asiático) um quilo deste café custa aproximadamente mil dólares. Fico pensando quem foi o “maluco” que pensou vou pegar o cocô da Civeta torar e fazer um café. E o pior de tudo quem tem a ousadia de pagar aproximadamente cinquenta libras numa xícara de café.

Tõe Lau tinha uma plantação de café para sua subsistência, de vez em quando ele levava para papai uns dois quilos de grãos que eram torrados numa torradeira de fogão a lenha (um tipo de bola com manivela). Papai pegava aqueles grãos e levava para Divinópolis onde torrava numa distribuidora que havia na rua Goiás (quando ainda era mão dupla). Aquele café tinha um sabor especial.

Especial, pois não havia preço que o pagasse, era uma oferta de coração, de gratidão, de amizade. O gosto era diferente, pois os pezinhos de café da casa de Tõe Lau eram plantados à porta da casa e regados pela chuva e pela água da pia da cozinha. Eram especiais pelo fato dos grãos serem escolhidos um por um, sendo descartados os deformes, os murchos, os comidos por pássaros e torrados por exaustivas horas de manivela girada, entre goles de café, biscoitos de polvilho e fumaça nos olhos.

O autor de provérbios faz uma citação muito interessante. Ele diz: “Os bens do rico são sua cidade forte”, ou seja, suas riquezas são sua segurança, seu refúgio, sua fortaleza. É como se ele dissesse: para ele não é preciso Deus, não é preciso confiar na bondade, na misericórdia e nem no cuidado divino, só é preciso confiar na própria sorte e seus bens nesta terra.

Mas ele completa a frase: “e como muro alto, sua imaginação”. Ele não estava dizendo da criatividade humana, ele estava usando uma palavra em hebraico (maśkith) que significa imaginação, imagem, fantasia, desejo, ou imaginações do coração. Ao dizer que é um muro alto, ele dá a ideia de que pode ser derrubado ou que pode ser destruído. Da o entendimento de que é algo alicerçado no próprio desejo, na própria vontade, nas imaginações do coração. E essa confiança nos seus bens transforma-se em um ídolo no qual é depositada sua intima esperança.

Pense comigo, enriquecer nesta terra não é um problema. O problema está em transformar suas riquezas em seu ídolo (e eu já disse que a ideia de um ídolo é algo que substitui o amor que deveria ser destinado a Deus), é depositar nelas (as riquezas) sua total confiança e dependência. Mude o foco, e eu te digo que poderás ter contentamento com um café não tão imaginativo.

Um grande e forte abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que prefere o café do Tõe Lau ao do defecado pelo pequeno viverridae.