Algumas práticas no comércio não são ilegais, mas são prejudiciais a um dos lados na negociação. Por mais comum que sejam tornam a relação comercial desequilibrada e injusta.
Ainda na minha última viagem a Venda Nova do Imigrante fiquei surpreso com uma atitude comercial muito simples, mas que me fez refletir um pouco sobre o texto acima. Tínhamos acabado de chegar à cidade e fomos para a casa do meu irmão, onde fomos bem recebidos por sua esposa e meus sobrinhos.
Davi estava serelepe como sempre, e Olívia pertinho da mamãe e da titia que preparavam docinhos para a festinha de aniversário. “Oly” estava com estomatite e por isso um pouquinho chorosa. Conversamos um pouco, e tomamos um cafezinho (o café da serra capixaba tem um sabor diferente, vale a pena experimentar). Quando Rogério chegou, nos preparamos para ir para o Sítio onde passaríamos o final de semana e onde aconteceria o aniversário da pequena Olívia.
Como levamos pouca coisa decidimos passar no supermercado para fazer algumas compras. Nada de mais, algo para fazer o almoço no outro dia, para um lanche a noite, e para o café da manhã. Compramos café, arroz, açúcar, alho, carne, refrigerante, legumes, frutas, não compramos milho de pipoca (item essencial para a sobrevivência de minha família rss), pois ganhamos um da Dani, pão de forma, biscoitos diversos.
Fui para o setor de frios, pedi duzentos gramas de presunto e duzentos e cinquenta de muçarela. Na minha mente eu receberia aproximadamente “X” fatias. Fiquei surpreendido quando recebi quase três vezes mais do que eu imaginava. Tive que comprar outro pão de forma. As fatias eram finas, mas muito bem cortadas. Nenhuma delas estava faltando pedaços ou era fina demais (e olha que o rapaz tinha acabado de desembalar o presunto, cortado a ponta do produto e embalado a mesma para ser vendido por preço diferenciado).
Achei diferente da prática divinopolitana onde as fatias são muito, muito grossas, as pontas do produto são vendidas fatiadas do primeiro até o último pedaço possível. E aí sim se sobrar embalam o produto e vendem por um preço com pouca diferença, ou usam para fazer outros produtos para aumentar o seu lucro. Parabéns para os capixabas por suas práticas comerciais equilibradas (pelo menos estas que pude notar).
Segundo o texto de provérbios o nosso Deus abomina o engano, o lucro com usura, o prejuízo para o próximo, mas tem prazer numa negociação saudável onde a prática da justiça é feita para ambos. Uma fatia não faz diferença, o produto comprado é o mesmo, o peso é o mesmo, mas varias fatias modificam o resultado final que poderia beneficiar todos os lados.
Numa coversa som o diretor do Sistema MPA (entre eu, ele e nosso amigo Renato Miranda) eles comentaram sobre um empresário do ramo da construção que nunca deixa o outro ganhar, só ele deve ter lucro na relação. E isso afasta as pessoas de fazer negociações com ele, pois o outro sempre tem prejuízo, quando numa relação comercial adequada todos deveriam ganhar. Pense nisso, e reveja seus conceitos comerciais baseados em um dos dois mandamentos que resumem a Lei e os Profetas conforme Paulo diz em Romanos 13.9.
Um grande abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que revê sempre sua balança comercial.
