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Rascunhos da Vida: Estava linda minha horta.

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Você já ficou feliz com algo que você fez? Algo produzido por suas mãos, cuidado por elas com delicadeza, destreza e até mesmo perícia já alegrou seu coração?

Salmo 67.6

Retirado do site: https://www.pexels.com/pt-br/foto/idosos-mais-velhos-colheita-passatempo-7658786/

Minha família estava muito, muito feliz. Havíamos acabado de conquistar o sonho da casa própria (depois precisamos vender para mudar o sonho, mas isso é história para outra hora). Era uma casa linda, com uma varandinha que cobria toda a garagem, e sua frente, tinha um porão que servia para guardar os livros que não tinha onde colocar. Uma área de serviço ainda por cobrir, para nos dar condições de cuidar melhor de algumas tarefas domésticas.

As portas de metal e de madeira estavam brilhando e não rangiam, as janelas abriam com facilidade, circulando assim o vento matinal e a brisa vespertina. Tinha um quintal não totalmente limpo, que eu gastei um tempão para limpar e remover os pés de mamona. Fiz um pequeno galinheiro para cinco galinhas (que seriam minhas jardineiras). Neste quintal plantei um pé de acerola onde a água da área de serviço regava seu pé.

Um pouco abaixo fiz uma horta. Cerquei a mesma com tela, para que as galinhas que vovó me deu não a comessem. Fiz dois canteiros, o suficiente para consumo interno (até sobejava, e assim abençoávamos os queridos vizinhos). Nela plantei couve-manteiga, almeirão, tomate cereja, alface, cebolinha, hortelã, pimenta, manjericão e rúcula.

A horta estava linda. Eu estava retumbante de alegria. Nunca tinha plantado nada que tivesse produzido ou sobrevivido ao meu “dedo cinza” (vovó tinha e meu sogro tem o “dedo verde”). Até que veio uma chuva de pedras tão forte que eu nunca vi igual. Devastou muitas casas em Campo Belo, inundou o terreiro que não tinha vazão de água e destruiu minha horta. Os pés de couve ficaram no talo, o almeirão não sobrou uma folhinha, o pé de tomate virou uma moitinha, a cebolinha parecia grama de campo de futebol, o resto eu não me lembro do que aconteceu, mas não deve ter virado nada.

Tentei recuperar a horta, mas foi em vão. Por fim abri a cerca para as galinhas e deixei que elas comessem o que sobrou. Nunca mais plantei uma horta, mesmo tendo certeza de que é Deus quem dá a prosperidade necessária. Mesmo tendo convicção que é Ele, o Altíssimo é quem faz com que nossa mão seja abençoada.

Nunca fiquei triste com Deus pela ausência da minha horta. Mas creio que fosse um propósito divino para nunca me apegar ao local aonde Ele me conduziu. O salmista afirma a terra tem produzido, mas Deus, o nosso Deus, tem nos abençoado. As bênçãos que recebemos são sempre provenientes da mão do soberano Deus. Provém do seu trono de graça, de seu cuidado para conosco. Ele não fecha seus olhos para nós, mesmo não merecendo, mas nos trata com carinho e cuidado, pois Ele sim é fiel.

Pense nisso, e alegre-se, pois o Senhor o tem abençoado apesar das tempestades e aflições.

Um forte abraço!
Nos laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que mesmo sem horta sabe que Deus tem me abençoado.