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Rascunhos da Vida: Dúzia de bananas e Remédios ordenados.

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Banana Retirado do Site: https://www.freeimages.com/pt/photo/bananas-1548007

Há muitos anos as crianças trabalhavam com seus pais na lavoura, e com o investimento na educação elas puderam deixar de ser uma mão de obra não remunerada, ou de pouco valor. Hoje há ainda muita exploração infantil, mas como conciliar aprendizado, trabalho e responsabilidade?

Provérbios 22.6

Retirado do Site: https://www.freeimages.com/pt/photo/bananas-1548007

Com menos de quatorze anos eu já auxiliava na farmácia do Tio João e depois no mercadinho da Tia Ivone. Na farmácia aprendi a organizar os medicamentos por ordem alfabética, a colocar os que venceriam primeiro à frente das prateleiras, a distinguir uma receita da sua respectiva tarja identificadora de medicamento, até insulina cheguei a aplicar (isso eu aprendi com a Vó Gorducha).

No mercadinho da Tia Ivone eu aprendi matemática na prática, pratiquei o conhecimento sobre dúzias (naquela época banana e ovos se comprava em dúzias), noção de volume e quantidade. Quando aquele senhorzinho me procurava e dizia eu quero um quarto de dúzia de ovos eu sabia que eram três ovos, quando alguém me pedia cem gramas de apresuntado eu tinha em mente quantas fatias dariam.

Em ambos os estabelecimento aprendi como tratar as pessoas e que independentemente da aparência, da roupa que usava ou do tamanho do pedido todos tinham seu indubitável valor. O “Tijão” me dizia você precisa atender todos da mesma forma, pois quem entra numa farmácia é porque está precisando de ajuda.

A Tia Ivone por sua vez dizia atenda todos de forma igual e aprenda as características de cada cliente. Isso é muito importante, pois eu sabia direitinho que tinha uma senhora que gostava do franguinho com até um quilo, pois ela era viúva e sozinha e o frango dava para ela a semana inteira. E por isso guardava aquele franguinho pequenino por trás dos outros só para ela. Sabia também que aquele senhor que tinha apelido de “lobo” queria duzentos e cinquenta gramas de linguiça “Maria-Rosa” quando ele falava me arruma meio metro de linguiça. Tudo isso, pois aprendi o valor da singularidade.

Quando o autor de provérbios dizia sobre o menininho não desviar do caminho ele não dizia que na vida dele não haveria erros, ou não haveria falhas. Mas que tropeçando no caminho, falhando na caminhada, o adulto saberia percorrer o caminho estabelecido para criança e conseguiria retornar para os princípios nos quais foi criado e instruído.

Você pai, educador, irmão, familiar, ou amigo, é responsável por traçar um caminho confortável de retorno para a criança que está ao seu lado. Você não é o responsável por percorrer o caminho por ela, mas é responsável por ensinar que o caminho está disponível para que ela retorne no momento oportuno. Ensine os preceitos da fé, da obediência, da ética e moral, do amor ao próximo, e do valor que temos para Deus. Lecione com sua vida, sendo para ele o melhor exemplo a ser seguido. Pense nisso, e prossigamos naquilo que fomos instruídos.

Um grande e forte abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que aprendeu com diversas pessoas o retorno ao caminho desde cedo.
Obs.: E já fazem quarenta e quatro anos de aprendizado.