Existem muitos acontecimentos de nossa vida que ocasionam efeitos posteriores. Estes acontecimentos estão ligados entre si e possuem conexão que só é percebida após um período de análise.
Ontem uma foto linda da minha sobrinha Olívia desencadeou uma lembrança após um breve momento de brincadeiras no grupo dos irmãos. Eu não ouvi no vídeo qual ela dava a resposta sobre o desenho que estava assistindo, e a partir de uma brincadeira lembrei-me de outra que provavelmente afetou minha vida (mas não significativamente).
Quando menino, nós resolvemos fazer uma bomba gigante. Eu, o Deco, o Leo e vários amigos ajuntamos a pólvora de mais de quinhentos estopins, que foram raspados, ou desmontados cuidadosamente. Toda pólvora conseguida foi depositada num frasco de maionese, depois eu comprei uma folha de papel de seda. Dobarmo-la ao meio, e assim fizemos um cilindro, amarramos uma das pontas, depositamos toda a pólvora dentro dele. Juntamos a outra ponta, colocamos um estopim para detonação.
Depois de concluído todo o projeto, nos reunimos no passeio da praça, acendemos o estopim e corremos. Passaram-se mais de quinze segundos e nada da explosão. Resolvemos voltar para ver o que poderia ter acontecido. Quando nos reunimos novamente, e eu mexi na bomba ela estourou. O barulho foi muito alto, e estremeceu tudo ao nosso derredor. A partir daí não ouvi mais nada por três dias. Ao final do segundo comecei a ouvir um zumbido fininho, como o barulho de uma abelha. Durante esse período evitei conversar ou responder a mamãe, para que ela não suspeitasse de nada.
Muitos anos depois, fui fazer um exame no ouvido, pois imaginava que estivesse muito sujo e necessitasse de limpeza. Segundo o médico o ouvido estava limpo, mas conforme o exame eu tenho apenas setenta por cento da audição do ouvido esquerdo e intolerância a certos sons. Esse pequeno problema nunca me prejudicou, a não ser quando a Sílvia me chama e eu não escuto o que ela fala (aí sim é prejudicial).
Nossa vida é cercada de eventos, cada um deles ligados as decisões pessoais, mas direcionados segundo o propósito de Deus. Salomão ouve de Deus uma pergunta: “O que queres que eu lhe dê”? Será que Deus não sabia a resposta? É claro que Ele tinha conhecimento. Mas em muitos momentos Deus usa a demonstração para demostrar sua cognição total de todas as coisas (como um professor que sabe a raiz quadrada de quarenta e nove). O mesmo acontece com sua vida, Deus já conhece o seu futuro, e quais serão todas as suas atitudes durante sua vida. Mas quando você ora, não está tentando mudar o desejo de Deus, mas fazer com que você reconheça quão boa e agradável é a vontade de Deus para conosco.
Tudo que está acontecendo em sua vida tem um propósito divino. O que precisamos fazer é parar de perguntar “por que” e buscarmos entender “para quê”. Numa das atitudes queremos um culpado, queremos nos livrar da nossa participação nos eventos que estão indo de mal a pior. Na outra queremos descobrir o que o Senhor deseja nos ensinar através dos problemas desta vida. Pense nisso, tudo neste mundo tem uma ligação, agora cabe a nós perceber se isso apenas nos afeta ou nos aperfeiçoa.
Um fortíssimo abraço!
Nos inestimáveis laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que analisa o que me afeta a fim de aperfeiçoar.
