Sempre que eu saía com meu avô Benevides para pescar, ele voltava com mandis, bagres, traíras, e carás, e eu com as mãos abanando. Parecia mandinga.
Um dia comecei a observá-lo. Ele juntava o resto de farelo de pães, bolos, roscas e comidas que caíam sobre a mesa e no outro dia acordava cedo e ia para um remanso do rio então lançava aquele farelo sobre as águas. À noite quando ele pescava encontrava o resultado final daquilo que fez e que parecia inútil. Ele cevava os peixes para no momento oportuno ser recompensado.
Esse texto de Eclesiastes era de difícil compreensão para mim. Como poderia encontrar o pão depois de muitos dias após lançado sobre as águas?
Aí, ainda adolescente, me lembrei da ceva de meu avô. Então refleti: há uma promessa de Deus ao nosso esforço. Embora pareça desperdiçado o seu esforço para com a causa de Deus, pois não há reconhecimento ou glórias nesta terra, um dia seremos recompensados por Deus.
Precisamos apenas nos lembrar de que o princípio que governa o nosso serviço para Deus é agradar e glorificar o Pai Celestial. E este princípio é realmente muito maior que a satisfação da carne.
Pense nisso, tudo que fazemos para a honra e glória de Deus será recompensado. Mesmo que aos nossos olhos seja desperdício de tempo, força e recursos, Deus está atento a todos os nossos passos e acima de tudo à intenção do nosso coração.
Um grande e forte abraço.
Nos fraternos laços do amor de Cristo.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que lança seus farelos sobre as águas.