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Quem Será o Próximo Prefeito de Divinópolis?

Quem Será o Próximo Prefeito de Divinópolis?

Por João Cenzi

Tanto quanto eu saiba, até hoje o único candidato a prefeito de Divinópolis para o pleito de 2020 a ter lançado publicamente o seu nome é exatamente o atual prefeito Galileu. Pretendentes e possíveis candidatos existem muitos.

Ainda em finais de 2018 já havia muita conversa e avaliação sobre possíveis candidatos, entre os quais figuram nomes de grande vivência política. O único deputado local eleito em 2018, Cleitinho, é um nome bastante citado, assim como do ex-deputado estadual Fabiano Tolentino, do ex-deputado federal Jaiminho Martins ou mesmo o seu filho, Bruce Martins, que foi candidato a deputado federal, o do também candidato a deputado estadual, e muito bem votado, Sargento Elton, do ex-prefeito Aristides Salgado, do infalível Jorge Torquato e, certamente, de mais algumas outras pessoas que, não por menor relevância delas, mas sim por minha desinformação, aqui omitirei.

Todos, à exceção do Bruce, com muita experiência política, todos bastante capazes e competitivos, mas nenhum deles aparentemente conectado às novas tendências do eleitorado, muito diferentes da de eleições passadas. A eleição de Bolsonaro a presidente e a profunda renovação promovida no Congresso foi apenas o início de uma guinada que deverá começar a varrer as eleições municipais de 2020 e se estenderão ainda por muitos anos.

Mudanças do Eleitorado

Para os de memória curta, tudo começou em 2013, quando milhares de jovens foram às ruas de São Paulo protestar contra o aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus urbanos. Em pouco tempo a quantidade de pessoas ocupando as ruas aumentou assustadoramente, todos protestando veementemente sem que se pudesse entender contra o quê, ou, por outro ângulo, contra tudo isto que está aí. Os meses seguintes já são históricos, pois culminaram com a maior manifestação popular da história do Brasil em 2015, e o impeachment de Dilma.

Após a queda da ex-presidente, as manifestações de rua refluíram, até desaparecer por completo, porém o processo lá atrás iniciado continuou a se desenvolver. E, para surpresa de ninguém, absolutamente ignorado pelos políticos. Em 2013 alguns se assustaram e tentaram empurrar muitas promessas goela abaixo da população, mas ação mesmo que é bom, nenhuma. Com a queda de Dilma, e a Lava Jato farejando seus calcanhares, passaram a exercer o mandado de costas para o país e focados apenas nos próprios umbigos. Assaltaram os cofres da Viúva imaginando que, com muito dinheiro, poderiam se vender ao eleitorado como quem anuncia sabão em pó. Deu no que deu.

O processo iniciado em 2013 deverá se estender, causando significativas mudanças e espanto dos desatentos, por cerca de 20 anos. Durante o mandato de Bolsonaro muitas reformas serão feitas, a começar pela inevitável Previdência, passando pela luta mais renhida de Moro contra o crime organizado e a corrupção, um certo desinchaço do Estado, alguma reforma tributária e, se tivermos sorte, uma boa reforma político-eleitoral, implantando o voto distrital para o parlamento, acabando com a enxurrada de muito dinheiro público para campanhas e eliminando muitos dos partidos políticos de hoje.

Divinópolis

No meio dessa onda, ocorrerão as eleições municipais de 2020, e os candidatos que não se equiparem com uma boa prancha para surfá-la acabarão levando muito caldo dela. Alguns até tentarão afinar o discurso para adequá-lo aos novos padrões mas, por não estarem realmente preparados para as novas tendências, parecerão tão falsos quanto uma nota de R$ 3,50.

Listei alguns possíveis postulantes, e afirmei que seriam competitivos. Certamente sim, pela experiência e rede de apoio acumuladas, mas todos aqueles já começarão com uma boa desvantagem em relação a outros também prováveis candidatos, estes mais sintonizados com os anseios do eleitorado.

O “Efeito Zema” fará uma boa diferença nas eleições municipais do próximo ano. Não se deve esperar algo como a surpreendente arrancada nos últimos dias de campanha para o primeiro turno e a, até semanas antes, inesperada eleição do nosso atual governador.

O eleito em Divinópolis não ficará obscurecido até o início de outubro e surpreenderá no dia de votação. Não. Ele já arrancará na campanha mostrando seu potencial eleitoral.

Mas quem poderá ser esse misterioso personagem? Sei lá quem, mas vislumbro algo de seu perfil. Ele será uma pessoa com uma firme e correta reputação, e que não tenha rabo preso com ninguém, bem sucedido na atividade laboral, e que pelo menos aparente não ser oriundo da classe política.

Defenderá pautas liberais na Economia, mas ainda um tanto conservadoras nos costumes, porém defendendo o meio ambiente. Certamente será de forte oposição a Galileu. Terá como meta um enxugamento da máquina administrativa municipal e corte de cargos comissionados.

Seu principal apelo será oferecer um horizonte no qual Divinópolis, que já foi uma cidade ferroviária e posteriormente guseira, estando hoje na condição de cidade operária sem indústrias, possa almejar uma promissora identidade.

Alguém aí se habilita?

Ah! Antes de finalizar, devo acrescentar. Ao misterioso candidato acima delineado, se for uma mulher, podemos acrescentar-lhe mais uns 10% a 15% de possibilidade de sucesso.

João Batista Cenzi é engenheiro mecânico, administrador de empresas e, atualmente, diretor da Instituto Pesquisas de Opinião Censuk. É comentarista constantemente convidado nas programações da TV Candidés e da Minas FM.

João Batista Cenzi
João Batista Cenzi é engenheiro mecânico, administrador de empresas e, atualmente, diretor da Instituto Pesquisas de Opinião Censuk. É comentarista constantemente convidado nas programações da TV Candidés e da Minas FM.