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Finanças: Um passo antes

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Na semana passada, escrevi um pouco sobre os IPOs — a onda do momento.

Na semana passada, escrevi um pouco sobre os IPOs — a onda do momento.

Todavia, me peguei pensando se as pessoas sabem quais os estágios que precedem a estreia na bolsa de valores. Afinal, poucas empresas nascem grandes.

Há algum tempo, já existe uma outra “moda” que é o investimento em startups — algo muito novo no Brasil — por meio de plataformas eletrônicas. Creio que muita gente não sabe dos riscos desse tipo de investimento. Então, somadas as duas indagações, acredito que seja proveitoso explicar um pouco sobre esse tema.  

O começo

Imagine que seu Zé, um amante de sorvetes, depois de juntar algum capital e dado o seu conhecimento sobre o produto, entende que abrir uma sorveteria seria uma boa oportunidade de trabalhar com o que ama e, ao mesmo tempo, ganhar dinheiro.

Ele então começa sua empreitada de maneira simples, na garagem da casa onde mora. Tudo bem arrumadinho, coisa profissional mesmo: investiu boa parte do capital para tornar o ambiente agradável, além de adquirir todos os equipamentos necessários para produzir um sorvete de qualidade.

Depois de alguns meses, o negócio vai indo bem. Seu Zé já consegue atender o pessoal do bairro, que tem elogiado muito seu produto e ele tem a convicção de que seria oportuno expandir um pouco a sorveteria, mas não há mais espaço em sua garagem. Ele precisa de um lugar novo.

O problema é que ele investiu boa parte do dinheiro que possuía na abertura do negócio e ainda não conseguiu reaver o suficiente que lhe permita expandi-lo. Então Seu Zé fala com alguns familiares, que acreditam no potencial do negócio; que decidem dar algum dinheiro a ele em troca de uma participação na empresa.

A este primeiro estágio — crescimento com ajuda de capital proveniente de amigos ou parentes —, damos o nome de Investimento Anjo. Trata-se de um investimento de alto risco, pois a sorveteria está aberta há pouco tempo, e ainda existem alguns pontos de interrogação quanto à maturação e viabilidade do negócio… mas as perspectivas são positivas.

Com o dinheiro em mãos, Seu Zé consegue alugar um espaço pequeno, ainda no bairro onde mora. Além disso, ele contrata um ajudante e passa a investir um pouco em marketing: panfletos e alguma coisa nas redes sociais.

Meses depois, o negócio continua indo muito bem. Atraiu mais clientes, que simplesmente adoram o sorvete do Seu Zé. No bairro, as pessoas já começam a falar dos sabores diferenciados e sobre como o tal sorvete é gostoso.

Pois bem: Seu Zé, diante dessa boa aceitação, decide que, com máquinas mais modernas, mais gente para atender seus clientes e uma modernizada na loja, as vendas podem crescer. Também passa pela cabeça dele que, em um momento não tão distante, seria possível abrir uma segunda unidade da sorveteria.

A grande questão é que essas melhorias e a expansão demandam novamente um dinheiro que ele não tem.

Então, ele recorre novamente aos parentes e amigos para expandir a operação. Todavia, nesse momento eles não possuem tanto dinheiro para investir no negócio. Mas um deles conhece alguém que estaria disposto a bancar tudo que precisa ser feito — em troca, é claro, de uma participação na empresa.

Seu Zé vai até essa pessoa, explica todo o plano, comprova que a sorveteria está indo muito bem e consegue o capital necessário para dar continuidade ao seu sonho.

A este segundo tipo de investidor damos o nome de Venture Capital. Normalmente tratam-se de pessoas com bem mais capital do que amigos e familiares, que aceitam correr o risco do investimento — ainda bem alto — porque veem grande oportunidade no negócio.

Com o dinheiro na mão, Seu Zé faz as melhorias na sorveteria atual, que continua indo a todo vapor. Ele então decide que é a hora de abrir uma segunda unidade.

Passados dois anos, Seu Zé conseguiu expandir ainda mais as operações e agora tem 4 sorveterias, dado o sucesso do seu produto. Tudo vai indo bem, o faturamento já chega à casa de alguns milhões de reais, mas ele se vê em um certo dilema: continuar expandindo o negócio ou apenas colher os frutos dessas duas unidades?

Quer saber o que acontece com o negócio do seu Zé? Eu conto na próxima semana!

Postado originalmente por: Nord Research