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Finanças: Um mundo sem juros é bom

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Sem corretagem, é melhor ainda

“Dois tipos de pessoas perdem muito dinheiro, aqueles que não sabem nada e aqueles que sabem tudo."

Mark Twain


Juros

De acordo com o Deutsche Bank, cerca de 15 trilhões de dólares, em títulos do governo, em todo o mundo, são negociados com juros negativos.

Isso representa 25 por cento de todo mercado.

Não é só o tamanho, mas a velocidade também impressiona.

Esse número quase triplicou desde outubro de 2018.

Por aqui, os impactos são visíveis.

Temos taxa de juros nas mínimas, caminhando a passos firmes (ler na voz do Geraldo Alckmin) para 4,5 por cento no final do ano.

Bom para a retomada da economia, bom para as empresas, bom para a bolsa.

Taxas, tarifas, corretagem

Mas para o que realmente eu gostaria de chamar a sua atenção não tem exatamente a ver com juros.

Tem a ver com taxas, tarifas ou corretagem. Como você preferir chamar.

No dia 1º de outubro, a XP americana, Charles Schwab, zerou suas taxas de corretagem.

Logo em seguida, Ameritrade e E-trade também zeraram as suas.

Fonte: CNN Business

O impacto não poderia ser outro: as ações da Schwab e da E-Trade caíram quase 15 por cento desde o anúncio.

As ações da TD Ameritrade despencaram mais de 25 por cento e a Interactive Brokers caiu mais de 10.

Não só temos menos juros pelo mundo, como temos uma competição insana entre as plataformas de investimento, com tarifas cada vez menores, caminhando também para zero.

Agora vamos observar o fenômeno por aqui.

Todos os dias surge mais um banco digital com conta corrente gratuita.

Zero de anuidade para cartões de crédito e zero também para tarifas de transferência.

Várias corretoras já zeraram as taxas dos fundos Tesouro Selic Simples.

BTG Pactual Digital Tesouro Selic FI RF – aplicação mínima de 500 reais

Órama DI Tesouro RI RF Simples – aplicação mínima de 1.000 reais

PI SELIC RF SIMPLES FI – aplicação mínima de 30 reais

Ontem, a Rico também se juntou ao time.

TREND Selic Simples – aplicação mínima de 500 reais

Essa é a maneira que as corretoras arranjaram para atrair o primeiro investimento do cliente, com o intuito de monetizar em outros produtos dentro da casa.

Ontem, em visita a Easynvest, onde está um terço de todo o volume de pessoa física do Tesouro, acabei sabendo que os clientes não pagam corretagem e nem taxa de custódia para a compra de FIIs e ETFs.

Na Clear, a corretagem para ações já está zerada faz muito tempo.

Será que veremos uma nova onda de corretagem zero no Brasil também? O pessoal mais velho há de lembrar o rebuliço que a Mirae fez alguns anos atrás com isso…

Eu vejo esse oba oba com as ações do bancos digitais e me pergunto:

De onde é que esse povo vai tirar o seu ganha-pão?

Não há dúvida de que a concorrência afetará uma parte relevante das receitas dos grandes bancos.

Mais precisamente, 25 por cento da receita total dos 5 grandes, em linhas que geralmente as margens são maiores.

Boa parte deles já começou seu processo de digitalização.

No Itaú, por exemplo, mais de 150 bilhões de reais já estão na plataforma do Personnalite 360, a área digital do banco. Isso equivale a metade do AUM da XP.

É preciso tomar bastante cuidado com essa narrativa de competição e disrupção.

Aconteceu lá fora, vai acontecer aqui também.

Bom, lá fora está uma competição danada e as taxas caminham para zero. E agora?

Os avanços tecnológicos não favorecem só os novos entrantes, mas também aqueles que têm maior capacidade de execução.

A carta trimestral da Brasil Capital faz uma análise profunda e bastante fria sobre esse momento que estamos vivendo.

Recomendo fortemente que leia, se você quiser entender quem pode ganhar nessa história.

Voltando ao papo anterior, uma coisa parece óbvia:

Nessa briga de cachorro grande, com taxas menores, me parece que quem ganhará, sem dúvidas, somos nós.

Serviços melhores + taxas mais baixas (ou zeradas) = mais dinheiro no nosso bolso.

Que comecem os jogos.

Um abraço,

Postado originalmente por: Nord Research