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Finanças: Um mundo diferente

A disparidade entre a economia brasileira e a norte-americana ocasiona um reflexo nas empresas e, também, nas opções de investimentos no mercado financeiro.

Tarefa difícil

Você tem ideia de quantos dias, em média, um cidadão americano demora para abrir formalmente um negócio? Me refiro a todo o processo burocrático que envolve começar uma empresa…

Em solo americano, o prazo gira em torno de 6 dias. Já em terra "tupiniquim"  segundo dados do banco mundial  o tempo médio é de 20 dias, mas tenho minhas dúvidas em relação a isso.

Decidi trocar de fonte, mas segui na mesma linha. Fui atrás do índice de competitividade das empresas e encontrei o World Economic Forum Index 4.0  versão mais atualizada.

Esse índice leva em consideração muitos fatores no seu cálculo, como: estabilidade macroeconômica, infraestrutura, sistema financeiro, capacidade de inovação, dinâmica dos negócios, habilidades dos trabalhadores, entre outros aspectos  resultando um total de 98 itens.

Adivinhem em qual posição o Brasil está, dentre um total de 137 países? No 72º lugar. Agora, me respondam: quem está  no primeiro lugar do ranking? Vou deixar essa por conta de vocês.

Como sou brasileiro e não desisto nunca, decidi ir atrás de outra métrica  vide a sofrível colocação do Brasil nas anteriores. O Banco Mundial possui um outro indicador, que mede a facilidade de se fazer negócios em um determinado país. No seu cálculo, ele mede coisas mais específicas do dia a dia de um negócio, como a facilidade de se conseguir energia eléctrica, permissões para construções e reformas, respeito aos contratos etc.. Estamos no 124º lugar, enquanto os Estados Unidos figuram na 6ª colocação.

Acho que não preciso ir muito longe para exemplificar  e justificar  que ser empresário no Brasil não é uma tarefa fácil. Pelo contrário.

Terra da oportunidade

Por muito tempo, os Estados Unidos foram reconhecidos por ser a terra da oportunidade  vide a figura do “american dream”, termo cunhado nos anos 1930, por James Truslow Adams, no livro “Epic of America”  no início da grande depressão econômica americana.

Segundo esse modelo, qualquer pessoa é capaz de ter sucesso se trabalhar duro e com determinação. Não acredito, particularmente, que todo americano tenha condições de alcançar esse sonho, pois disparidades sociais e econômicas sempre vão existir.

Todavia, a possibilidade de ter um sonho e, na maioria das vezes, condições mínimas para tentar alcançá-lo faz toda a diferença. Por aqui, na "terra brasilis", até o sonho anda em falta, quem dirá condições para colocá-lo em prática.

De todo modo, em países onde o cenário ajuda, mesmo diante de todas as adversidades inerentes ao processo de empreendedorismo, “dar certo” se torna mais provável  vide algumas gigantes como Microsoft e Apple, esta última que, por sinal, lá nos anos 1990 quase faliu.

Gigantes

Não tenhamos a ilusão de que toda empresa aberta nos Estados Unidos vai dar certo, centenas de milhares ficaram para trás ao longo do caminho, mas muitas prosperaram, algumas até se tornaram gigantes.

O termo da moda é o FAANG+M (Facebook, Amazon, Apple, Netflix, Alphabet/Google + Microsoft), ele retrata algumas dessas empresas que nasceram pequenas e souberam se aproveitar da revolução tecnológica das últimas décadas para dominar seus respectivos mercados.

Essas companhias, desde o início de 2020, apesar da crise instalada no mundo, têm sido o porto seguro dos investidores norte-americanos  note que não estou afirmando se isso é certo ou errado, apenas retratando o fato.

Fonte: Bloomberg

A falta que a falta faz

Temos cerca de 300 companhias listadas na B3, o que beira o absurdo para um país de dimensões continentais e com mais de 19 milhões de empresas ativas  segundo dados do Sebrae e Receita Federal.

O investidor se torna praticamente refém, tendo que investir sempre nas mesmas empresas. Não se engane pela onda de IPO’s  de 2007, pois várias daquelas empresas fecharam capital, ou foram incorporadas ou simplesmente deixaram de existir.

Os Estados Unidos, hoje, tem por volta de 5.000 empresas listadas, todas de diversos setores, para os mais variados gostos.

Por lá, o investidor tem a opção da escolha  pequenas, médias e grandes empresas, dos mais variados setores, com exposição às mais diversas geografias. Trata-se da tal liberdade. Já por aqui, expõe-se a falta que a falta  dela  faz[1].

¹ Meio fora do tópico, mas recomendo, para os que ainda não leram, o livro “A Parte Que Falta”, de Shel Silverstein, ou procurem no Youtube o review dele feito pela youtuber, Jout Jout.

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia


[1]

Postado originalmente por: Nord Research