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Finanças: Sinais de confiança

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Empresas e sua alta diretoria dão sinais de que as ações podem estar muito desvalorizadas em meio a crise do coronavírus.


Positivo e Negativo

Muitas vezes ouvimos a palavra “insider” e já pensamos no pior. A mídia se utiliza deste termo, na maioria das vezes, para designar alguém que fez algo ruim.

A pessoa considerada “insider” normalmente é vista como aquela que se utilizou de informações privilegiadas para negociar Ações no mercado, antes da publicação de algum fato relevante que venha a impactar os resultados da empresa em questão.

É muito comum vermos casos de insiders que lucraram milhões, pois compraram Ações antes de uma notícia positiva ser divulgada. E tem aqueles que deixaram de perder grandes somas de dinheiro, porque tinham informações ruins sobre a empresa e agiram antes que estas viessem a público

Quem age dessa forma nem sempre é considerado insider. A real definição dessa palavra se refere às pessoas que de alguma forma possuem melhores informações sobre a empresa do que o público em geral, incluindo os analistas e investidores.

Os insiders, na verdade, são todos os stakeholders da empresa, pois eles sabem, com mais precisão, o que acontece dentro da companhia.

Alguns deles, como os colaboradores puramente operacionais, talvez tenham informações menos relevantes. Mas a alta gerência, diretoria e conselho de administração possuem atualizações diárias sobre o desempenho da empresa, bem como podem decidir sobre o futuro dela.

O fato de uma pessoa ser insider, por si só, não é negativo ou positivo.

O que torna o uso desta palavra discriminatório é quando as pessoas se utilizam de informações não públicas, em benefício próprio e sem o devido disclosure ao mercado.

O bom insider

Sejam os colaboradores operacionais, os gerentes, os diretores ou o CEO, todos podem negociar Ações na bolsa de valores, desde que tais movimentações sejam comunicadas ao mercado de maneira clara e rápida.

Recentemente, nos Estados Unidos, tivemos o maior número de insiders nesse caso, majoritariamente alta diretoria  comprando Ações das respectivas empresas, nas últimas semanas, em relação a crise de 2008.

Fonte: Financial Times, Smart Insider

O gráfico acima mostra as compras efetuadas, cujo valor aportado foi acima de 10 mil dólares, para empresas que possuem um valor de mercado de pelo menos 1 bilhão de dólares.

No total, foram 994 executivos comprando Ações de suas empresas no mercado durante o mês passado  o maior número desde 1990, segundo o provedor de dados Smart Insider.

Apesar do forte incremento no número de transações, o volume financeiro dessas compras ainda não é muito expressivo  ficou em torno de 1 bilhão de dólares em março, aquém do pico de 2008, que foi quase 4 bilhões.

Fonte: Financial Times, Smart Insider

O valor da sinalização (I)

Muitas vezes, apesar de o volume financeiro transacionado não ser extremamente alto, o fato da diretoria e do conselho de administração comprarem Ações das suas empresas na bolsa é um sinal positivo enviado ao mercado.

Essa atitude mostra que, enquanto todos os outros agentes estão vendendo, eles possuem confiança na empresa e assim reforçam a crença em relação a solidez e perspectivas futuras da companhia.

Existe uma assimetria de informação entre as pessoas que trabalham nas empresas listadas na bolsa e o público em geral.

Os balanços e demonstrativos financeiros, por exemplo, são divulgados com 2 ou 3 meses de atraso temporal e representam apenas uma foto de como a companhia estava naquele momento.

Sinalizações da diretoria, com a alocação de capital próprio por meio da compra de ações da empresa em que trabalham, são positivas de maneira geral.

Essas compras funcionam como um “recado” para os outros agentes.

É como se alguém que está dentro da empresa, com maior nível de informações, dissesse: olha, neste patamar de preço, a diferença entre preço e valor está muito alta.

Trata-se apenas de um sinal, não podemos garantir que daquele ponto em diante as ações vão passar a subir.

O valor da sinalização (II)

Não somente os administradores e funcionários das empresas podem sinalizar ao mercado que, a determinado preço, existe grande valor em tornar-se sócio da companhia. Elas podem fazer isso por meio das recompras de Ações.

Esse instrumento  a recompra  é comumente utilizado em tempos como os atuais, como um sinal de alerta.

Obviamente, dependendo da natureza da crise, pode não fazer muito sentido para a empresa sair comprando ações no mercado.

Atualmente, todas as companhias estão tentando ao máximo preservar o caixa, então, a efetiva compra e desembolso de recursos financeiros pode não ser a melhor estratégia, a não ser para as companhias que possuem sólida posição financeira.

Entretanto, tivemos desde o início deste mês, muitas empresas listadas na bolsa brasileira anunciando programas de recompra de Ações.

Creio que algumas o fizeram meramente para alertar o mercado de que o preço atual “de tela” não condiz com o valor de longo prazo das operações.

Outras efetivamente irão ao mercado para recomprar as ações e assim prover um "colchão" de liquidez para aqueles investidores que por um motivo ou outro, precisam se desfazer as Ações.

Preço e Valor

Como muitas vezes pontuamos aos nossos assinantes, a queda vertiginosa dos preços das ações na bolsa não necessariamente significa que algo mudou na operação do dia a dia e que ela tenha perdido valor futuro.

O investimento em Ações é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. É preciso ter disciplina e paciência.

Todavia, em alguns momentos  como o atual  temos janelas oportunas para nos tornarmos sócios de grandes empresas.

Vejo que sinalizações da direção da empresa em relação às Ações, como empregar dinheiro próprio para a compra direta de Ações — ou mesmo os programas de recompra por parte da companhia —, reforçam ainda mais a tese de que o momento atual é propício para aporte em Ações.

Nunca podemos afirmar que o pior já passou quando se trata de uma crise de proporções mundiais.

Só saberemos quando tudo estiver resolvido e aí, provavelmente, a diferença entre preço e valor terá diminuído, reduzindo o retorno potencial ao investidor.

Temos que manter a visão de longo prazo, mas não podemos deixar passar algumas oportunidades de curto prazo. Temos que ser oportunísticos em alguns momentos. O de agora é um deles.

O Nord Small Caps está em contato permanente com pequenas boas empresas que podem sair muito maiores depois de crise.

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Postado originalmente por: Nord Research