fbpx
Pular para o conteúdo

Finanças: Previsão para Ibovespa 2020

Image

Chegou a hora de fazer o bolão para o índice no ano que vem

O sonho dourado da loteria

Essa semana resolvi pegar um Uber para ir até uma apresentação com café da manhã com a equipe da Equitas.

A distância até o evento não era longa, mas, para evitar chegar lá com uma pizza gigante embaixo dos braços, resolvi pedir um Uber.

Dada a gigantesca oferta desses carros de aplicativo nas ruas paulistanas, não demorou muito para aparecer um.

O interessante foi que, assim que entrei no veículo, ouvi o rádio que estava ligado e o apresentador do programa dizia o seguinte:

“Amanhã é dia de sorteio da Mega Sena, são 24 milhões de reais! E aí, quem já fez seus planos caso seja contemplado com todo esse dinheiro?”.

E, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, o motorista do Uber despejou todos os seus desejos como se já estivesse nadando em dinheiro.

                

Eram coisas modestas: nunca mais trabalhar, uma casa na praia, um barco e viajar o mundo com a sua esposa.

No final, é isso: as pessoas jogam e logo fazem planos de como gastarão tudo aquilo – mesmo sabendo que a probabilidade de ganhar seja 1 em 50 milhões.

Em investimentos, não é tão diferente assim.

O momento mais aguardado do ano

No mercado, não temos uma espécie de Mega Sena da Virada.

Mas, ainda sim, temos uma versão muito mais divertida: o bolão do Ibovespa em 2020.

Esse momento é o mais esperado nos condados paulistano e carioca. Não dá para encerrar o ano sem eles.

Nessa época, começam a pipocar as projeções para o valor da bolsa ao final de 2020 e – com o Ibovespa fechando em alta pelo quatro ano seguido – as apostas não podiam ser mais otimistas.

Tem para todos os gostos: 130, 140 150… até 200 mil pontos.

É um belíssimo exercício de futurologia.

E, mesmo sendo mais fácil de acertar do que a loteria, ninguém chega perto do verdadeiro resultado.

Ano após ano vivenciamos isso e, mesmo assim, as pessoas não aprendem.

Toda vez elas sentem aquela vontade incontrolável de sonhar com a montanha de dinheiro que levariam quando chegarmos no tão sonhado número.

Um palpite educado

Lembra daquele café da manhã que citei no início desse texto?

Era em um belo salão no Cantaloup. Lá, eu e o Renato passamos algumas horas conferindo uma apresentação dos gestores da Equitas.

Um pessoal muito bom, uma equipe sênior, um histórico longo e, pra completar, estão em um ótimo ano.

E, entre os diversos cases que eles mostraram, comentaram também de uma análise feita por eles que eu achei bem interessante.

A ideia era bem simples: avaliar o impacto do crescimento econômico e da queda de juros sobre os lucros das empresas.

Esse estudo foi feito com quase 30 empresas, em setores como bancos, varejo, commodities, comunicação, utilities etc.

O resultado é o seguinte:

*Cenário 1 é Focus: PIB 2,5% e Cenário 2: Focus (2,5%) + 1,5%.

Fonte: Equipe Equitas

O que temos aqui?

Bom, basicamente duas coisas:

A primeira é que, se tudo acontecer igual ao Focus, temos um crescimento contratado de 15 por cento ao ano para os lucros.

A segunda é que, a cada 1 ponto percentual de queda da Selic, o alívio nas despesas com juros das empresas cria um espaço de aumento de lucros em torno de 7 por cento.

Ou seja, por baixo, temos aí range de 15 a 23 por cento ao ano de crescimento de resultados das empresas para o próximo ano – isso se tudo ocorrer igual está previsto no Focus.

O único problema é: isso diz MUITO pouco.

Ibovespa: 87 mil, 39 mil ou 40 mil pontos

Sempre gostei dos números, mesmo que muitas vezes eles fornecem uma falsa sensação de segurança.

Mas se tem algo que aprendi com eles é que a média frequentemente te dá uma impressão errada sobre a amostra.

No fim do dia, ela emite sinais que mais te confundem do que ajudam.

E, quando olhamos os lucros da bolsa como todo, caímos nesse mesmo erro.

Explico melhor.

Apesar da média das empresas do Ibovespa poder crescer seus lucros a 15 por cento ao ano, isso não significa que TODAS elas vão se comportar assim.

No meio de todas as empresas do Ibovespa, você terá todo o tipo de companhia. Algumas vão crescer 2 por cento, outras 12 por cento e algumas 31 por cento.

Tudo isso mantendo a média em 15 por cento…

E, aqui está o fato curioso:

Enquanto a bolsa subiu 27 por cento desde o ínicio do ano, saindo dos 87 mil pontos para 112 mil pontos hoje, você teve ações que mais que dobraram no período.

Ou seja, nessa mesma lógica, quem seguiu a recomendação do Ricardo e comprou as ações de Via Varejo (VVAR3) fez o mesmo que comprar o Ibovespa a 48 mil pontos em janeiro.

Petro Rio (PRIO3) do Bruce, seria ter comprado o índice a incríveis 39 mil pontos no início do ano.

Maravilhoso, certo?!

Quem não gostaria de poder comprar a bolsa hoje a esses níveis e com todas as perspectivas positivas à frente.

Eu adoraria!

E, se você está nesse mesmo barco que eu, vou lhe dar uma boa notícia: em 2020 essa história vai se repetir.

Esqueça o Ibovespa em 2020

Todo ano é a mesma coisa. As pessoas tentam prever o Ibovespa e esquecem de olhar o mais importante: os lucros das empresas.

Então, de uma vez por todas: esqueça o Ibovespa.

Por mais sedutor que seja tentar prever o futuro dele, não perca o seu tempo nessa empreitada – até porque, ela será em vão.

Afinal, tanto faz se será 120, 130 ou 200 mil. Isso não importa.

Ao invés de gastar energia com isso, foque em algo mais útil. Vá atrás das boas empresas, aquelas que serão as campeãs em crescimento de lucros nos próximos anos.

Essas, sim, serão as mais vencedoras a longo prazo. Esteja sempre em busca delas.

É por que isso que o Bruce no Investidor de Valor e o Ricardo no NORD Small Caps estão sempre à procura delas.

Pois seguindo suas estratégias, eles estão sempre comprando a bolsa com desconto.

E esse é o melhor dos mundos.

Que tal achar as empresas que equivalem hoje a um Ibov de 50 mil pontos?

Um abraço

Luiz

Postado originalmente por: Nord Research