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Finanças: O peso da canetada

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Novos investidores completaram ontem seu batismo de Brasil

Batismo de fogo para novos investidores

Nem tudo que reluz é uma tech stock

Investidores globais avaliam a velocidade e extensão da retomada econômica americana – e um potencial ressurgimento de inflação, lá na frente, por conta disso – e reajustam seus portfólios.

Como resultado, os últimos dias têm sido de rotação de carteiras, com as tech stocks perdendo espaço para setores mais tradicionais, como energia e mineração.

É o fim da coqueluche das Ações de tecnologia? Provavelmente não: gostamos desde criança de coisas que brilham e piscam luzinhas.

A madrugada foi de realização de lucros na Ásia. Similar é o comportamento dos mercados europeus nesta manhã, e na mesma direção apontam os futuros de S&P500.

O peso da canetada

Quem entrou no mercado nos últimos anos teve o privilégio de, em um período relativamente curto de tempo, viver bastante coisa. 2020, principalmente, foi um verdadeiro intensivão.

Mas faltava algo: faltava sentir o peso de um voluntarismo presidencial indesejado. Pois bem: depois de ontem, isto foi muito bem endereçado.

São grandes as chances de as atitudes de Bolsonaro nos últimos dias pesarem por um bom tempo sobre a visão dos investidores sobre o Brasil. Não bastassem as questões fiscais e os desafios inerentes à pandemia em curso, agora estamos nos esforçando para reconquistar a pecha de país politicamente instável.

E incertezas nas regras do jogo se traduzem na exigência de prêmios substancialmente maiores em todo tipo de investimento.

Quem será a próxima vítima?

A segunda maior queda do índice ontem foi Banco do Brasil (BBAS3). O motivo? Ainda é recente na memória coletiva a rusga entre o PR e o CEO da Instituição. Tudo porque este quer que o Banco seja mais lucrativo – vejam vocês que absurdo uma ideia dessas.

Paira no imaginário que, após colocar as manguinhas de fora na Petro, Bolsonaro possa agora voltar sua alça de mira para o BB.

É uma possibilidade totalmente irrazoável? Não, né? Mas a magnitude dos potenciais impactos é substancialmente diferente.

Enquanto, no caso da petroleira, a mensagem cifrada na troca de comando é que a política de preços de combustíveis incomoda e mudanças podem ter impacto econômico substancial, eventual troca de comando no Banco não vem com promessas implícitas de guinada em sua orientação de negócios.

Em outras palavras, não há ninguém defendendo que o BB passe a emprestar dinheiro de graça.

Ademais, BBAS já vinha suficientemente barata para, a meu ver, aguentar eventuais desaforos.

Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. É por isso que, correndo o risco de me queimar, eu sigo comprador de BBAS3.

Falando de coisa boa

Momentos como o atual são sempre excelentes motivos para se ter parte do patrimônio fora do país.

A bem da verdade, restrições regulatórias de outros tempos fizeram com que nós, brasileiros, tratássemos o investimento no exterior como algo exótico, destinado ou aos ultrarricos ou àqueles que têm o rabo preso. Não poderia ser mais distante da realidade.

Se, em outras épocas, o processo era difícil e complicado, hoje, tudo pode ser resolvido com meia dúzia de cliques.

E os resultados? Bem, eles falam por si:

Gráfico apresenta desempenho do Nord Global vs. S&P500 vs. Ibovespa. Período: 22/07/2020 até 17/02/2021.

Mesmo ficando de fora de todas as Ações da modinha; mesmo encarando o mercado americano em níveis historicamente altos de valuation… mesmo assim, o Cesar tem conseguido entregar um desempenho formidável no Nord Global, que é nossa série voltada a investimentos na gringa.

Acho que nem preciso mencionar que, além de tudo, os retornos são em dólar – em um momento de real cada vez mais fraco.

Eu recomendo fortemente uma conferida.

Postado originalmente por: Nord Research