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Finanças: O papel da intuição nos seus investimentos

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Confiar nos seus instintos é uma boa estratégia?

O sistema reflexivo

A crença de que nosso cérebro é dividido entre seu lado emocional (direito) e racional (esquerdo) é bastante difundida, mas está equivocada. O que realmente existem são duas maneiras de pensar, dois “sistemas” processados por diferentes partes do cérebro.

O sistema reflexivo é responsável por identificar e perseguir qualquer coisa que reconhecemos como risco ou recompensa, sua principal função é responder, quase que instantaneamente, aos inúmeros estímulos que recebemos ao nosso redor a todo momento.

Seu sistema reflexivo trabalha tão rápido que você normalmente termina de responder antes que a parte consciente do seu cérebro se dê conta de que havia algo para ser respondido.

Alguns pesquisadores também o denominam como “Sistema 1”, e essas partes do seu cérebro podem ativar um alarme em menos de um décimo de segundo. Ele é o primeiro estalo que vem à nossa mente quando fazemos a maioria dos julgamentos e decisões em nosso dia a dia.

Contamos com a nossa intuição para fazer o julgamento inicial do mundo ao nosso redor e acionamos o sistema analítico apenas quando a nossa intuição não resolve algo de maneira rápida, automática e abaixo do nível da consciência.

Isso nos permite ignorar a maioria das coisas à nossa volta, a não ser que o nível de risco ou recompensa suba a um ponto em que precisamos evitar ou perseguir algo.

O custo fixo é alto

Somos seres capazes de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, mas o nosso nível de dedicação a cada uma delas cai à medida que precisamos dividir o nosso foco.

Quando redirecionamos nossa atenção, é como se um ciclista parasse de pedalar por um tempo e depois precisasse realizar um esforço para voltar à velocidade máxima.

Somos desenhados para focar nossa atenção no estímulo que aparenta ser o mais importante no momento. Isso ocorre simplesmente porque não podemos acompanhar e processar tudo o que está acontecendo no ambiente em que estamos.

Quando você está em repouso, seu cérebro, que tem apenas 2 por cento do seu peso, consome 20 por cento do oxigênio que você necessita e das calorias que você queima.

Como o “custofixo” do seu cérebro é muito alto, precisamos ignorar a maioria das coisas que estão acontecendo por perto para não “fritar” o nosso cérebro. Pensar é exaustivo e, por isso, o nosso sistema reflexivo tende a não fazer nada, a não ser que precise fazer algo.

Nossa intuição atua como um primeiro filtro da experiência, que nos permite conservar a nossa energia mental nas coisas que tendem a importar mais. Por conta da nossa louvável habilidade de reconhecer similaridades, o sistema reflexivo atua como um alarme instantâneo quando algo fora do padrão é identificado.

Quando você dirige, por exemplo, centenas de estímulos passam debaixo do radar da sua atenção a cada segundo: casas, árvores, placas de sinalização, anúncios, pássaros, a maior parte da música que toca no rádio e até boa parte do que os seus filhos fazem no banco de trás.

Tudo isso flui como um borrão homogêneo porque faz parte de um padrão com o qual você está familiarizado, mas no momento em que você percebe algo fora do padrão – um pneu estourando no caminhão à frente, um pedestre atravessando a rua sem prestar atenção, um outdoor anunciando uma promoção na sua loja favorita – seu sistema reflexivo vai colocar isso em primeiro plano e fazer você pisar no freio.

Você pode pensar que tomou uma decisão consciente, mas na maioria do tempo você é governado pelos mesmos impulsos que faziam os nossos ancestrais evitarem situações de perigo de vida ou perseguirem recompensas básicas como comida, água ou conforto.

Por que os investidores devem se preocupar com isso?

Você já deve estar se perguntando.

Segundo o psicólogo Paul Slovic, o sistema reflexivo nos serviu muito bem durante milhões de anos, mas no mundo moderno, em que a vida é repleta de problemas muito mais complexos do que uma ameaça imediata, ele não é muito adequado e pode nos causar alguns problemas.

Seu sistema reflexivo é tão fixado em mudanças que focar em algo que se mantém constante se torna algo difícil para você. Se o Ibovespa cair de 121 mil pontos para 120 mil pontos, ao ver uma notícia falando que o índice caiu mil pontos, seu sistema reflexivo vai reagir ao tamanho da queda e ignorar a base em que ele é calculado. Os mil pontos vão parecer uma queda grande e podem deixá-lo ansioso, nervoso ou até assustado. Suas emoções podem fazê-lo ignorar o fato de que o índice caiu apenas -0,8 por cento.

O grande problema aqui é que investir não é para ser algo excitante. Investir em ações significa investir em empresas, isso se assemelha muito mais com ver a grama crescer do que fazer uma aposta em um cassino de Las Vegas.

O seu sistema reflexivo vai fazer você prestar muito mais atenção a uma ação decolando como um foguete ou afundando como uma pedra do que no resultado do seu portfólio como um todo, que é muito mais importante, mas menos vívido.

Você sempre vai se sentir tentado a investir no fundo que subiu 123 por cento no ano passado. O número sedutor atrai a sua atenção e te faz ignorar a performance pífia do fundo no histórico de longo prazo.

Você pode querer investir em uma ação porque seu ticker tem um significado especial para você, pode se sentir tentado a comprar uma ação apenas porque ela faz parte de um segmento quente no momento, pode até comprar uma ação simplesmente porque alguém que você não gosta tem uma posição contrária à sua, tudo isso sem sequer se preocupar em analisar a empresa por trás daquela ação.

O economista Colin Camerer tem uma boa definição para o seu sistema reflexivo: “Ele é como um cão de guarda. Toma decisões rápidas, mas, às vezes, desleixadas. Vai sempre atacar o ladrão, mas, às vezes, pode atacar o carteiro também.”

A sua intuição lhe permite realizar julgamentos extremamente rápidos e certeiros, mas apenas sob certas circunstâncias, quando as regras para uma boa tomada de decisão são simples e estáveis.

Infelizmente, decisões de investimentos estão longe de ser simples e até o caminho para o sucesso pode ser dúbio e instável. A ação que você investe pode estar caindo há meses e, bem depois que você a vende, pode dobrar de valor em questão de dias.

Um dos sinais mais claros de que você pode estar errado sobre um investimento é ter um palpite, um “feeling” de que você está certo. Geralmente, quanto mais convicto você está sobre o seu palpite, mais dinheiro pode perder.

Se tudo o que você fizer for seguir a sua intuição, a sua experiência e seus resultados na bolsa tendem a ser bem negativos. A intuição tem um papel legítimo nos seus investimentos, mas como uma ferramenta secundária, nunca a dominante.

Felizmente, você pode combinar a sua intuição com uma análise aprofundada e, dessa forma, obter o melhor dos dois mundos: intuição e análise, emoção e racionalidade.

Sua intuição é algo único, é uma ferramenta que só você é capaz de acessar e usar a seu favor, mas como acabei de dizer, a análise é ainda mais importante. Nesse quesito, temos muito a oferecer e diversas formas de ajudá-lo a alcançar seus objetivos financeiros.

Se você está pensando em começar a investir agora, nós acabamos de lançar um produto ideal para você: o Nord Ações.

Nós fazemos o trabalho de selecionar aquilo que é realmente relevante nas empresas que estão na carteira.

Assim, você terá mais facilidade em ignorar os ruídos e focar no longo prazo.

Invista em bons ativos e espere os resultados acontecerem. Acredite, não inventaram uma forma melhor e mais segura de ganhar dinheiro na Bolsa.

Um abraço,

Ragazi

Postado originalmente por: Nord Research