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Finanças: O meu maior medo na Bolsa

Nos recuperamos de quedas que não faziam sentido. Mas o mundo opera com doses cavalares de estímulos. E, eu morro de medo da bolsa subir demais — morro!

E nós estamos a 98 mil pontos

Estamos em 97.761,0 pontos no Ibovespa, -18,21 por cento abaixo da máxima de 119.527,6 de janeiro.

Por outro lado, estamos a +53,79 por cento da mínima de 63.569,6 de março.

Ibovespa. Fonte: Bloomberg.

Nos EUA, estamos a 3.145,32 pontos no S&P500, -7,11 por cento abaixo da máxima de 3.386,15 de fevereiro.

Por outro lado, estamos a +40,58 por cento da mínima de 2.237,40 de março.

S&P500. Fonte: Bloomberg.

Aqui estamos.

O erro dos pessimistas (e dos otimistas)

A maravilha de aprender com os outros é que podemos evitar cometer os mesmos erros que eles já cometeram.

Aprendemos sem precisar passar pela dor do erro.

Como nos ensinou o grande investidor Charles T. Munger, devemos pensar sempre em probabilidades segundo Munger, é uma das maiores qualidades do seu colega, o maior investidor de todos os tempos.

E, pensando em probabilidades, a bolsa hoje está muito mais arriscada do que estava em março.

A bolsa hoje está mais cara, os preços estão mais altos, o risco é maior.

Risco não tem nada a ver com volatilidade do preço das ações.

Risco é pagar caro por uma empresa com resultados decepcionantes.

Retrospectiva do 1o semestre de 2020

Confira comigo, no replay:

Ibovespa. Fonte: Bloomberg.

Tivemos 3 momentos marcantes em 2020:

  1. Euforia com a economia se recuperando (verde)

Olhando no retrovisor (a forma mais eficaz de fazer previsões), as pessoas acham que a bolsa estava cara a 120 mil pontos (era óbvio!).

Mas nada poderia estar mais longe da realidade.

Se não tivéssemos o impacto da Covid-19, estaríamos com a economia em recuperação, juros baixos e reformas andando  este era o cenário naquele momento.

  1. Pânico com o coronavírus (vermelho)

Mas a pandemia aconteceu e, com ela, o pânico tomou conta dos mercados.

O mercado brasileiro foi um dos mais impactados do mundo. Passamos semanas como a bolsa mundial que mais se desvalorizou e a moeda mais impactada globalmente.

  1. Recuperação (azul)

Devido a atuação dos bancos centrais e governos injetando estímulos em suas economias e com o pânico se retirando de campo, tivemos recuperações fortes no mundo inteiro.

Nosso mercado foi um dos que mais caíram no mundo e se recuperaram de quedas que não faziam sentido.

Quem panicou perdeu dinheiro na queda.

Quem panicou perdeu dinheiro na alta.

O que os vendidos ainda não entenderam

O mercado não é racional.

Nunca foi e nunca será. O economista inglês Benjamin Graham já havia entendido isso nos anos 1920 e nada mudou desde lá.

Inclusive, escreveu um livro que todo mundo leu, mas poucos entenderam.

O mercado é maníaco-depressivo.

O que aconteceu em 2020 pode ser resumido em um simples meme:

"Março: amarelo = Corona, verde = medo do Corona. Junho: amarelo = Corona, verde = medo do Corona."

(Você já imaginou que estaríamos em 2020 explicando finanças com memes? É maravilhoso).

E, maníaco-depressivo que é, se o mercado não está com medo de algo, está otimista demais com algo.

Não estranhe, sempre foi assim, sempre será assim.

TINA – There is no Alternative

(Não há alternativa).

Muita gente olha para o mercado e se prende a coisas mundanas, como resultados das empresas, para explicar os preços no curto prazo.

Mas, já ficou absolutamente claro que quem manda nos mercados são os bancos centrais.

Sim, a probabilidade desta farra com o dinheiro público resultar na maior bolha da história mundial é altíssima.

Mas não podemos prever o futuro.

Não tentamos prever o futuro, pensamos em probabilidades.

E, diga-me com sinceridade, qual é a probabilidade do homenzinho ganhar o cabo de guerra acima?

Entendeu?

购买大量股票

(Compre MUITA bolsa)

O Ricardo comentou na segunda-feira:

"Em seu editorial, na capa, o jornal chinês Securities Times afirmou que a manutenção de um bull market saudável é, neste momento, mais importante do que nunca para a economia."

“… Compre muita Bolsa”, diz o Partido Comunista Chinês."

E, os EUA avaliam (mais) 1 trilhão de dólares de estímulos econômicos para infraestrutura.

Lembre-se: o Trump ainda precisa ganhar uma eleição em 2020.

Veja de novo a figura do cabo de guerra acima…

Entendeu?

Morro de medo da bolsa subindo

Pode parecer a coisa mais estranha do mundo, mas eu morro de medo da bolsa subir rápido demais.

Morro de medo!

Batemos 99 mil pontos, as empresas estão aproveitando o momento para vender o máximo de ações que podem (em IPOs e follow-ons), as vacinas ainda demorarão 1 ano para chegar, …

Morro de medo da bolsa subir sem fundamento, sem que os resultados acompanhem, sem que tenhamos o suporte dos lucros.

Morro de medo de olhar para a bolsa e ver todas as ações caras demais.

Morro de medo do mercado entrar em uma espiral psicodélica, esquecer dos resultados e confiar demais no suporte dos Bancos Centrais.

Cautela, pequeno gafanhoto

Por sorte, Warren E. Buffett já passou por momentos de mercado assim, nos idos dos anos 1960 e podemos aprender com ele.

Claro, ele também passa pelos mesmos problemas atualmente.

Cuidado com pessimismo demais. Cuidado com otimismo demais.

Cuidado com seu rico dinheirinho.

Um abraço,

Bruce Barbosa

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Postado originalmente por: Nord Research