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Finanças: O impacto do míssil na Bolsa

Após as altas e com o agravamento das tensões no Oriente Médio, a maior probabilidade é que o mercado continue subindo forte?

Paciência é a maior amiga do investidor


Ninguém sabe, ninguém viu

Cada um tem uma opinião:

Seu cunhado acha que a guerra é iminente.

Seu grupo de WhatsApp acredita firmemente que Trump acertou ao eliminar o terrorista.

Seu colega de trabalho acha que Trump está fazendo populismo para as eleições.

Todos os jornais e revistas estão tentando vender mais jornais e revistas.

Mas só saberemos o que acontecerá depois de acontecido.

Sentados a meio mundo de distância e olhando o desenrolar de uma história altamente complexa, só podemos torcer para que as perdas humanas sejam as menores possíveis.

Todos temos uma opinião

Eu também me divirto discutindo com meus amigos e familiares nas redes sociais.

Dentro de tudo que li de "especialistas" até agora, Trump pode ter salvado vidas em um ataque preventivo contra um terrorista notório.

As retaliações do Irã seriam apenas para manter a retórica do regime local – as ameaças seriam, como sempre, ameaças.

Mas, Trump se aproxima de uma resolução de um conflito com a China e abre um nova frente de confronto com o Irã.

Lembrando que estamos às vésperas da eleição presidencial americana e Trump enfrenta um processo de Impeachment na Câmara dos Deputados.

Nada do que estamos vendo acontecer é simples.

Nada do que estamos vendo acontecer é óbvio.

Simplesmente "não sei"

Charlie Munger, um dos maiores investidores de todos os tempos é famoso por dizer que ele e Warren Buffett não tentam ser geniais, tentam apenas ser racionais.

Eles tentam manter as coisas simples.

Com décadas e décadas de experiência, eles não tentam fazer o que sabem que não podem.

Eles não tentam acertar se o mercado vai subir ou cair.

Eles não tentam vender todas as suas ações esperando comprar mais barato.

Eles não tentam calcular preço alvo.

Eles não tentam descobrir se os EUA entrarão em uma guerra com o Irã.

Pensando em probabilidades

Grandes investidores pensam em probabilidades – é mais fácil do que você imagina.

Vamos analisar o cenário atual. As bolsas mundiais estão nas máximas:

Últimos 12 meses IBOV (Brasil, branco), SPX (EUA, verde), HSI (China, vermelho), SX5e (Europa, rosa) e Nikkei (Japão, laranja) em moeda local. Fonte: Bloomberg.

Nos últimos 12 meses, o IBOV, o SPX americano e o SX5e (Eurostoxx)  subiram ótimos +27 por cento, +26 por cento e +23 por cento em moeda local, respectivamente.

Ao mesmo tempo, nos EUA em 2019, os lucros das empresas do SPX subiram apenas +3 por cento.

As bolsas acabaram de subir. O mercado acabou de romper novas máximas.

Com o agravamento das tensões no Oriente Médio, a maior probabilidade é que o mercado continue subindo forte?

O que fariam Buffett e Munger?

Paciência é a maior amiga do investidor

Bolsa na máxima.

Os jornais, revistas, youtubers e redes sociais comentam como as oportunidades na bolsa são enormes.

A confiança do mercado nas altas sobe junto com o mercado. Quanto mais a bolsa sobe, mais ela subirá.

Mas todos sabemos que bolsa não sobe em linha reta, é preciso ter paciência.

Aqui em cima, logo após fortes altas e com diversos riscos geopolíticos, as probabilidades estão contra os compradores.

Papai Noel chegou

No Brasil, dezembro foi um mês atípico, incomum, bizarro.

Quem olha apenas o Ibovespa não percebeu como diversas empresas menores simplesmente explodiram em dezembro.

Empresinhas que dependem de uma melhora econômica para ter melhores resultados subiram +50 por cento, +100 por cento, +200 por cento.

O movimento nos pegou de surpresa e ainda estamos tentando entender o que aconteceu.

Possivelmente, o fluxo de novos entrantes pessoa física e os fundos procurando novas oportunidades puxaram vigorosamente algumas ações.

Algumas altas fazem sentido.

Algumas foram um pouco fortes demais para os resultados das empresas.

Algumas não fazem sentido algum.

Eu já vi isso antes

Nada do que aconteceu é novo.

Buffett comenta, em suas cartas, que em meados dos anos 1960 as ações americanas estavam tão caras que ele temia não encontrar nada que valesse a pena comprar.

No auge do último bull market, em meados de 2007 e 2008, no Brasil, vimos a mesmíssima coisa acontecer em nossa bolsa.

Se teremos uma crise, como tivemos em 2007, ninguém sabe – nem Buffett, nem Munger, nem Mãe Dinah, nem eu.

Seria mais fácil recomendar "compra" da bolsa inteira.

Mas temos uma enorme responsabilidade com nosso assinante. Temos uma enorme responsabilidade com nossos leitores.

Temos uma enorme responsabilidade com você.

Muita calma, pequeno gafanhoto

Sim, estamos MUITO otimistas com bolsa no Brasil.

Mas, com ações nas máximas, só podemos transmitir cautela.

Nunca daremos recomendações com bolsa no topo só pra agradar a torcida.

No ANTI-Trader, por enquanto, mantemos nossas recomendações abaixo de seus tetos – em "manter".

Revisamos os resultados das empresas e seus preços relativos. Se necessário, faremos revisões nos portfólios.

Temos grande parcela de nosso portfólio em short (venda a descoberto) e caixa (cash is king).

Temos espaço para tomar risco. Temos espaço para reduzir posições.

Estamos preparados para o que der e vier.

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Postado originalmente por: Nord Research