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Finanças: O Brasil dos sobreviventes

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Tempos diferentes, os mesmos problemas

Em tempos de quarentena, tenho aproveitado para adiantar algumas leituras, muitas delas estavam atrasadas pela correria do dia a dia.

A lista tem um pouco de tudo o que eu gosto, passando por economia, história, finanças, comportamento humano, alocação de portfólio etc.

É um combo interessante, pelo menos para mim. Ainda assim, confesso que a lista é um pouco mais carregada em temas de história econômica do Brasil.

É uma paixão antiga, à qual carrego mesmo antes de fazer economia inclusive foi um livro sobre o tema que me  motivou a cursar tal faculdade.

O tema é fascinante, mas especialmente decepcionante como brasileiro. A nossa história SEMPRE foi marcada por um excesso de gasto público que acarretava crises severas e uma inflação alta.

Fonte: IBGE e Nord Research

Foi assim tanto na era do governo JK, como no suposto milagre econômico dos anos 1970, ambos amplamente financiados por endividamento. O resultado foi uma década de estagnação da economia e inflação alta nos anos 1980.

Para se ter uma ideia, a situação das contas públicas era tão caótica que, em muitos casos, vários bancos estaduais davam empréstimos com aval da união sem o tesouro saber.

Ou seja, era difícil até de saber qual era o real tamanho do problema fiscal brasileiro à época.

Mas, como sempre, a conta chega. Em 1987 a bomba estourou, levando ao nosso default da dívida.

Dessa nossa experiência, colhemos um belo coquetel formado por hiperinflação e acompanhado por diversas crises econômicas.

O fundo do poço ocorreu no governo Collor no início dos anos 1990, em meio a uma forte recessão e uma inflação que já ultrapassava os 2.000 por cento.

Essa história nos custou 7 planos de estabilização até finalmente chegarmos no Plano Real, onde uma das partes essenciais para o seu sucesso foi o controle do gasto público.

Mas, para nós, todos aqueles anos de crise e inflação não foram o suficiente para aprendermos a lição.

Voltamos a fazer o mesmo a partir de 2008, já nos governos Lula e Dilma e a sua "brilhante" nova matriz econômica  o que, de nova, não tinha nada.

O resultado? Mais alguns anos de crise econômica e inflação alta.  

Dito tudo isso, o que fica claro é o seguinte: o problema de desorganização das contas públicas está conosco desde o início da República brasileira. Basta olhar a nossa história.

Parece que, de tempos em tempos, voltamos a cair no velho canto da sereia promovido pelo populismo.

E, pelo andar da carruagem, o presidente Jair Bolsonaro parece ser o próximo "iludido". O prognóstico a gente já sabe…

Investir no Brasil é quase um ato de fé

Em um país que comete os mesmos erros de sempre, investir em bolsa aqui parece loucura.

O próprio discurso de investir a longo prazo parece uma insanidade em um país tão instável quanto o nosso.

Somos o país das escolhas erradas e crises frequentes. Somos a eterna promessa de um futuro que nunca chega.

Ainda assim, quando olhamos as últimas 5 décadas, a trajetória do nosso Ibovespa em dólares é ascendente.

Fonte: Nord Research e Economatica

Fonte: Nord Research e Economatica

Ao olhar essa imagem, penso duas coisas:

A primeira é que o empresário brasileiro é um verdadeiro herói. Sobreviveu às loucuras da contabilidade pública, a crises econômicas inimagináveis, ao terror da hiperinflação e aos "mirabolantes" planos econômicos que surpreendiam a todos.

Sinto orgulho de ter um pai no ramo, um sobrevivente que ontem completou 63 anos  parabéns, meu velho!

A segunda é que o nosso mercado vive de ciclos claros. Em momentos onde voltamos aos velhos hábitos populistas, a desgraça é certa.

Pode demorar mais ou menos tempo, mas o futuro traz a conta. Foi assim nos anos 70, 80 e, mais recentemente, nesta última década.

Em contrapartida, nos momentos de ajuste de casa os frutos colhidos são imensos. Multiplicações superiores a 20x vieram a partir de uma organização macroeconômica dos anos 1990 e 2000.

O nosso ciclo atual pode estar só começando. Para isso, é necessário que o presidente ajude, e que você sobreviva.

A única regra

Por profissão, felizmente, tenho a oportunidade de sentar frente a frente com gestores sobreviventes desse nosso Brasil. Estamos falando da elite dos investidores brasileiros, os melhores entre os melhores.

Muitos deles que estão na gestão de recursos há muito tempo. Enfrentaram o horror dos anos 80 e 90 e prosperaram, sobrando somente as cicatrizes das batalhas.

Isso, sem dúvida, é um privilégio.

Não conseguiria expor aqui tudo que já aprendi com eles, mas guardo um ensinamento geral: antes de pensar em ganhar dinheiro, proteja seu patrimônio.

Proteger não significa usar opções como hedge. Já falamos aqui neste espaço como isso é ineficaz a longo prazo.

É simplesmente você evitar o risco de ruína. É garantir que você irá marcar presença no evento chamado “longo prazo” e não ficará pelo caminho.

De resto, é fazer a cartilha: escolher as melhores empresas, com modelos vencedores, vantagens competitivas sólidas e que vão prosperar.

Em outras palavras: é apostar no empresário brasileiro, apostar na sua capacidade de superar obstáculos e crescer com eles.

Isso os gestores fazem com maestria, mesmo porque, estão nesse mercado há muito tempo. Sentem o cheiro de longe quando veem uma boa oportunidade.

É por isso que eu dedico grande parte do meu patrimônio aos gestores.

Invista com os sobreviventes

É incrível a possibilidade de acessar gente tão boa por tão pouco. Hoje em dia, com apenas 1.000 reais, você já consegue começar a investir com ótimos gestores.

Não estamos falando do seu amigo trader que durante a quarentena fez meia dúzia de ganhos e acredita fielmente que “nasceu para isso”.

Estou falando de gestores que possuem 20, 30, 40 anos de experiência de mercado, com uma equipe dedicada 24 horas por dia a encontrar as melhores oportunidades.

São investidores que passaram por todo o tipo de ciclo de mercado, protegendo e construindo patrimônio ao longo do tempo.

São aqueles poucos que foram aprovados pelo teste do tempo, o que eu considero o mais duro de todos.

Enfim, para mim, louco não é quem investe em bolsa no Brasil. Loucura pra mim é descartar a possibilidade de investir no que o Brasil tem de melhor.

O meu papel aqui na Nord é justamente selecionar os melhores gestores para os assinantes do Nord Fundos.

Se você quiser saber a lista dos gestores nos quais eu invisto o meu dinheiro, não deixe de conferir a série.

Aguardo você do outro lado.

Um abraço,

Postado originalmente por: Nord Research