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Finanças: Medo de uma segunda onda?

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Possibilidade de reaceleração de casos de COVID-19 põe mercados em alerta

Pandemia, parte 2

O sentimento do mercado está azedando. O motivo? Crescentes sinais de que uma segunda onda da COVID-19 vem aí. Na China, atenções voltadas a Pequim, onde restrições mais severas voltaram a ser seletivamente impostas. Nos EUA, casos se avolumam em pelo menos 20 Estados.

Lá fora, madrugada foi de perdas nos mercados asiáticos e front europeu tem dia de queda moderada. Futuros nova-iorquinos apontam para o vermelho, enquanto demanda por Renda Fixa ressurge.

Por aqui, temos ainda noticiário local que não ajuda tanto. À exceção da possibilidade de o "rabo abanar o cachorro" (de vez em quando abana), caminhamos na mesma direção.

Voltando atrás

Por aqui, o papo não é muito diferente: ganha força o coro dos que defendem que a reabertura econômica precoce imporá custos relevantes ao país.

Pelo sim, pelo não, diversas Cidades e Estados onde relaxamento de medidas de distanciamento ocorreram mais cedo estão, agora, voltando atrás.

Em se concretizando o cenário mais pessimista, podemos estar próximos de uma nova revisão (para baixo) de expectativas de atividade para o segundo semestre. Vale ficar bastante atento.

Um teste para Guedes

Mansueto Almeida, que sempre foi bastante discreto, ocupa papel importante no noticiário de hoje.

O Secretário do Tesouro Nacional, de perfil reconhecidamente técnico — foi um dos primeiros economistas a apontar de maneira sistemática as pedaladas fiscais do final do ciclo petista —, está de saída do governo.

Segundo o próprio, que confirmou à imprensa, o desligamento é consensual e ocorrerá entre julho e agosto. O objetivo seria trilhar novos rumos na iniciativa privada.

Em outras condições, tão somente lamentaríamos a perda de um bom quadro, sem maiores preocupações com sucessão. Na prática, porém, nos vemos todos de olhos e ouvidos bem abertos em busca de eventuais indícios de que a autonomia de Guedes possa ser ameaçada pela crescente aproximação entre governo e centrão.

Primeiros sinais dão conta de que o substituto será técnico e terá, necessariamente, o aval de PG. Assim esperamos.

E um reteste para todos nós

O mercado foi extremamente generoso com todos que nele avolumaram apostas nas últimas semanas. O risk on foi global, beneficiando principalmente a mercados emergentes — com destaque para o Brasil, cuja bolsa e moeda chegam a liderar valorizações mundiais recentes.

Se o caldo entornar lá fora, a tendência é irmos junto — eventuais descolamentos acontecem, mas raramente perduram por muito tempo.

Se tivermos tempo ruim à frente, qual o plano?

O plano é o de sempre, pois não se sujeita a flutuações de curto prazo: o melhor seguro é comprar barato. Razoável diversificação é sempre bem-vinda. Sangue frio diante da vermelhidão do home broker é fundamental.

A trajetória da Bolsa é não-linear — é e sempre será. Os solavancos fazem parte do caminho, e tentar evitá-los (o famoso vou vender agora para recomprar depois mais barato) funciona muito melhor na teoria do que na prática.

Até bem pouco tempo atrás, grande parte dos pequenos investidores nunca haviam experimentado um momento de real volatilidade do mercado. Esse batismo de fogo se deu no primeiro semestre de 2020 — e, diga-se de passagem, o comportamento de muitos surpreendeu positivamente.

Talvez estejamos diante, em breve, da possibilidade de repetir a lição.

Pergunte-se: o que você faria hoje diferente do que fez em março?

Postado originalmente por: Nord Research