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Finanças: Liquidação em Nova York após balanços

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Nord Insider

Nesta segunda-feira, 2, o pré-mercado de Nova York abre em queda, pressionado pelos lucros abaixo do esperado de algumas das maiores empresas de tecnologia. A proximidade da decisão de política monetária do Federal Reserve adiciona cautela aos investidores.

Na agenda econômica, sai o relatório Focus semanal, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal, IPC-S, referente ao período entre os dias 23 a 30 de abril, além do IBC-Br de fevereiro. Nos Estados Unidos, será divulgado o PMI industrial. Também saem o PMI ISM industrial e o índice ISM de emprego manufatureiro, todos os dados referentes a abril.

Balanços

No local, repontam seus números Copasa (CSMG3) e Localiza (RENT3) após o fechamento do mercado.

Principais assuntos de hoje:

  • Maré de azar do Nubank;
  • Liquidação em NY após balanços;
  • O que achamos dos resultados da WEG no 1T22;
  • Insights: anual da Berkshire Hathaway 2022.

Maré de azar do Nubank

Nós alertamos nossos leitores, em 12 de novembro, para ficarem de fora do aipim do Nubank. Desde o IPO, em 8 de dezembro, quando foi precificada a 9 dólares, a ação do banco digital acumula queda de -35,93 por cento.

O alerta foi feito por Danielle Lopes, analista responsável pela carteira Nord Ações, que aponta o cenário macro mais complicado como um dos fatores que levaram à derrocada do papel. Isso porque a inflação e juros mais altos impactam diretamente as empresas de tecnologia.

Lucro zero

De todo modo, nossa analista destaca que o Nubank não conseguiu crescer ou entregar resultados expressivos. Na véspera do IPO, o banco reportou o lucro líquido de 76 milhões de reais no primeiro semestre no Brasil, o seu primeiro lucro desde o lançamento há oito anos, e foi só.

Novas normas do BC

Logo depois, o Banco Central ampliou a exigência prudencial para instituições de pagamentos (IPs) de acordo com o porte e complexidade. As novas regras de capital do BC são ruins não somente para o Nubank como também para a Stone (STOC31) e a PagSeguro (PAGS34) .

Basicamente, os novos requerimentos tornarão mais caras as operações de grandes instituições de pagamentos, encarecendo também o custo de crédito para seus clientes.

Pacote para executivos arrepia mercado

Nos últimos dias, o Nubank se viu envolto em torno de uma polêmica sobre a remuneração da sua diretoria. A informação de que os oito diretores do banco podem receber uma bolada de até 804,4 milhões de reais este ano, sendo 787,2 milhões de reais por meio de remuneração baseada em ações, chamou a atenção do mercado.

Como comparação, o Itaú Unibanco (ITUB4), que chegou a ficar com um valor de mercado abaixo do Nubank quando do IPO do banco digital, pagou o montante de 444 milhões de reais, incluindo opções de ações e remuneração fixa. A remuneração foi dividida, no ano passado, entre os seus 45 membros do conselho de administração, diretoria estatutária e conselho fiscal, segundo seu formulário de referência.

Para “autorizar” o pagamento em ações ao CEO e cofundador David Vélez, o acordo estabelece, entre outros termos, que o preço dos papéis se mantenha acima de determinados patamares por 60 pregões seguidos.

Sobre esse ponto, nossa analista observa que a remuneração baseada no desempenho das ações não é ruim, porém ela lembra que, num passado recente, antigos administradores do IRB (IRBR3) manipularam as demonstrações financeiras da seguradora motivados por prêmios agressivos que eram exercidos a cada novo recorde na cotação.

De fato, a história pode não se repetir com o banco do cartão roxo, mas a compensação astronômica para a diretoria de uma empresa que ainda não está entregando lucro (prejuízo de 890 milhões nos últimos 12 meses) é um ponto de atenção para os investidores e clientes.

Se você tiver interesse em saber mais sobre a análise da Danielle Lopes, acesse aqui ou  confira os comentários pelo nosso canal no YouTube.


O tombo das big techs após balanços

O mercado parece estar pessimista com as empresas de tecnologia, em especial as gigantes do setor – Alphabet (GOGL34), Amazon (AMZO34), Apple (AAPL34), Meta (FBOK34), Microsoft (MSFT34), Netflix (NFLX34), Tesla (TSLA34) e Twitter (TWTR34). O mau humor é tanto que o conjunto dessas empresas vem derretendo em 2022.

Para ficar mais claro, juntas, o valor de mercado dessas companhias somava 9,471 trilhões de dólares em 28 de abril. Comparado ao encerramento do ano passado, quando representavam cerca de 11,350 trilhões de dólares, houve um recuo de cerca de -16,55 por cento de seu valor em quase quatro meses, equivalente a 1,878 trilhão de dólares.

E isso se refletiu no desempenho das bolsas americanas este ano, que afundaram após os balanços das big techs terem vindo abaixo do esperado.

A Alphabet, dona do Google, reportou lucros mais fracos do que o esperado pela primeira vez desde o início da pandemia. O que mais azedou foi a decepção com a receita gerada por anúncios. Amazon e Netflix também figuram entre as maiores decepções do período.

No entanto, nem todas tiveram desempenho ruim. Apple e Microsoft salvaram a safra de primeiro trimestre das big techs.

Pessimismo tech

O analista Victor Bueno, da carteira Nord 10X, afirma que as ações de empresas de tecnologia apresentaram uma performance negativa muito por conta das pressões de custos e preocupações com a subida de juros nos EUA. As tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia aumentam ainda mais a pressão inflacionária ao redor do mundo.

Muitas das empresas de tecnologia americanas são consideradas pelo mercado como empresas de crescimento, ou seja, grande parte do seu valor está nos lucros que elas darão no futuro e não somente nos resultados que elas já vêm apresentando.

Levando isso em consideração, nossa analista aponta que, quando vemos companhias como a Netflix e a Amazon apresentando dificuldades em seus balanços e, consequentemente, em trazer maior visibilidade de crescimento a longo prazo, é natural que as suas ações sofram no curto-médio prazo.

Soma-se a isso, o fato de que a alta dos juros nos EUA pode ter impactos diretos não somente nos fundamentos dessas empresas, mas principalmente em suas ações.

Com a subida iminente por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), há uma alteração praticamente imediata nas planilhas de valuation dos analistas, com uma elevação da taxa de desconto em seus modelos e da consequente redução dos “preços justos” das empresas que estão analisando.

Com isso, mesmo as empresas que vêm apresentando bons números e alta resiliência nos últimos trimestres, em especial Apple, Microsoft e Tesla, também estão vendo as suas ações em queda neste período de muitas incertezas ao redor do mundo.

Postado originalmente por: Nord Research