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Finanças: É preciso ser pragmático

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Da alegria à sobriedade

Se um dia faltou emoção no mercado, não foi essa semana. Todo pregão teve pauta nova para motivar os mercados nos movimentos diários.

Começamos com a notícia de que a Pfizer teria uma vacina para a Covid-19 disponível ainda este ano. Soma-se a isso a consolidação de Joe Biden como o provável novo ocupante da Casa Branca, apesar de Trump querer judicializar a questão.

Para o mercado, com o Senado permanecendo republicano, o resultado parece se encaminhar para a melhor decisão possível, uma vez que contrata um pacote fiscal e freia os sonhos malucos de aumento de imposto.

Nesse coquetel de boas notícias, o mercado entrou em frenesi. As bolsas ao redor do mundo subiam 4 por cento. O êxtase global foi tanto que até o gringo – foragido há tempos do mercado brasileiro – resolveu voltar a colocar um pézinho de quase 11 bilhões de reais em terras tupiniquins.

Fonte: Twitter Leonardo Morales

Fonte: Twitter Leonardo Morales

É curioso que, por alguns dias, parecia que tudo estava resolvido. Não havia mais problemas,  éramos imbatíveis novamente! Aos poucos, conforme foi se desenrolando a semana, fomos novamente confrontados com a realidade.

Casos de Covid-19 começam a se alastrar pela Europa e pelos Estados Unidos, com medidas restritivas sendo impostas e novas já sendo pensadas.

Adicionalmente, o mercado ficou ressabiado com a fala de Guedes sobre uma nova rodada de auxílio emergencial caso sejamos impactados por uma segunda onda.

Ninguém questiona o ato, mas a declaração preocupa, visto que estamos em uma situação fiscal bem delicada.

Nessa onda de notícias, o mercado segue dançando entre os 94 e os 104 mil pontos, disparando muito mais ruído do que sinal.

A paciência do longo prazo

Toda vez que abro o jornal ou converso com amigos, sinto que o mundo está caminhando lentamente para o precipício.

Voltamos a um cenário binário fiscalmente, com resultados bem abrangentes a depender do caminho tomado. Arriscaria dizer que é parecido com aquele que vivenciamos em 2016.

O discurso por parte de Guedes segue em nome da austeridade, mas o mercado está cansado de palavras bonitas. Ele quer ações.

Em um cenário assim, pode parecer difícil tomar posição. De fato é mesmo, sem a menor sombra de dúvida. Sem clareza sobre a situação fiscal, a própria ideia de investir a longo prazo parece loucura.

Mais ou menos. Precisamos olhar para obigger picture (olhar para o quadro geral) aqui.

Vamos a alguns pontos:

Fato 1: sempre haverá algum risco no mercado. Hoje é Covid-19, amanhã é eleição, depois a falta de reformas…

Fato 2: Não é de hoje que lidamos com problemas fiscais, é um fantasma que está conosco há décadas.

A nossa tradição é de plantar deficit público e colher crises. Fazemos isso desde sempre, levando a ciclos de perda de 80 por cento em dólares.

Gráfico mostra Ibovespa em dólares desde 1967 até 2020.

A questão é que, mesmo com todas as perdas que isso gera no caminho, a longo prazo, os melhores negócios sobrevivem e a bolsa em dólares subiu muito nas últimas 5 décadas.

O duro é fazer essa travessia até a outra margem do rio. O meu conselho? Treine o seu psicológico e mantenha o olho na bola.

Olho na bola

Treinar o seu psicológico para ser pragmático é algo necessário para cruzar as tempestades ou as angústias do dia a dia.

A maneira mais “simples” de se fazer isso é entender profundamente os negócios que você compra. Só assim você conseguirá atravessar os momentos de maior volatilidade do mercado sem se desesperar.

Contudo, em tempos de rede social, o comportamento do investidor médio está cada vez mais distante disso. A bolsa, em muitos casos, virou palco de torcida organizada ou de desfile de DARF.  

As atenções estão voltadas para os movimentos de curto prazo das ações, tanto que vemos mais comentários sobre o movimento diário das ações do que sobre os resultados das companhias.

Isso é bem sintomático do mercado atual.

Comprar ações sem conhecer os negócios profundamente é deixar o seu patrimônio à mercê das vontades do mercado – o que é extremamente perigoso.

Então me responda: quantos resultados de empresas da sua carteira você olhou? Seja sincero consigo mesmo.

Se você está gastando mais tempo olhando para o seu home broker do que analisando se as empresas em que investe serão as vencedoras de longo prazo do seu setor, você está mais para torcedor do que investidor.

Caso você não saiba analisar ações, o Rafael Ragazi elaborou um curso essencial sobre ações que é show de bola! O curso é totalmente de graça, nem precisa inserir o CPF ou informar o cartão de crédito. É só criar login e senha e fazer.

Agora, se não quiser ter esse trabalho, sugiro investir via gestores. No Nord Fundos, eu faço o trabalho de escolher os melhores para você.

Estamos no final da temporada de resultados, então ainda dá tempo de decidir em que lado você está.

Abraços,

Postado originalmente por: Nord Research