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Finanças: E o Adam, hein?

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Tá difícil segurar


Tá difícil segurar

O início de cada ano é sempre muito rico em estatísticas e rankings. Em torno deles, a comunidade do mercado financeiro se pauta para as discussões.

Na indústria de fundos, certamente o que sempre chama mais atenção são os fundos que melhor performaram e os que mais captaram.

Por consequência, uma coisa acaba levando para outra.

Da mesma maneira, quem vem performando abaixo do esperado, também está suscetível a uma corrida nos resgates.

No início da semana, quando eu postei no Twitter um quadro com as gestoras independentes que mais perderam cotistas em 2019, recebi comentários do tipo:

"Devo admitir, está osso continuar no Adam."

"Appel perdeu a mão."

"Performando mal num bull market, não dá para continuar."

"Eu to saindo do Adam. Tá difícil segurar…"

"Passei 2 anos no fundo só no preju."

Do Galileo ao Adam

Márcio Appel, fundador e gestor do Adam Macro, teve uma ascensão meteórica no mercado financeiro brasileiro.

Após 7 anos à frente do Safra Galileo, um dos fundos multimercado mais vencedores da história, Márcio resolveu montar sua própria gestora. Já nos primeiros meses, recebeu dezenas de bilhões de reais dos privates, das plataformas e até dos bancos no segmento alta renda.

A Adam ficou tão grande e as opiniões do Márcio tão relevantes que as suas posições passaram a impactar as posições do resto do mercado.

Me arrisco a dizer que se você não faz parte dos cotistas, já foi no passado, já recebeu oferta do assessor/gerente ou, pelo menos, já ouviu falar do fundo em alguma roda de amigos.

Pelo menos entre os meus, ter acesso a investir no fundo quando estava fechado na maioria das plataformas, já foi motivo de contar vantagem durante um almoço.

Behavior Gap

O caso do Adam é mais um daqueles perfeitos para uma aula de Behavior Gap.

Investidores são induzidos a investir em fundos que estão performando bem no curto prazo. Capricham nos aportes com a promessa de perpetuar seus ganhos no futuro, sem qualquer preparação por parte de quem os vendeu de qual o horizonte de investimento mínimo ideal.

E o resultado não poderia ser outro:

Aplicam quando vai bem, resgatam quando está "performando mal", justamente no pior momento para isso.

Aqui cabe uma ressalva importante:

Apesar de nunca ter indicado o fundo para os assinantes da Nord, por outros motivos que não a performance, eu condeno radicalmente essa prática.

Seja alertando os já cotistas, seja condenando as práticas da indústria de distribuição.

Já falamos aqui algumas vezes que o prazo mínimo ideal para se permanecer num fundo multimercado é de 3 anos.

Analisando as janelas de retornos da maioria dos fundos multimercado, esse é o prazo mínimo ideal para que o fundo consiga entregar em quase 100 por cento das vezes, um retorno acima do CDI.

Portanto, se você pensa em investir nessa classe, se programe para respeitar o prazo.

Se investe no Adam há menos tempo do que isso e já não tem mais paciência de esperar, tivesse pensado melhor antes.

De fato, a performance de curto prazo é ruim.

Já quando olhamos para um prazo mais alargado…

O Zé Cotinha

No último Nord Fundos, o Luiz levantou um dado bastante interessante do Exploritas Alpha América Latina FIC FIM, um outro fundo multimercado que tem tido bastante destaque, e que eu usei na newsletterOlha O Zé Cotinha Aííííí, Gente! 🥳🎉

Em janelas muito curtas, de 3 meses, por exemplo, em  boa parte do tempo o fundo não bate o CDI com larga folga.

Fonte: Bloomberg

Além disso, em 2015 e 2019 foram momentos nos quais os cotistas demoraram um bom tempo até superarem o benchmark.

Quando olhamos prazos mais alargados, janelas de 36 e 48 meses, o fundo supera o CDI com grande margem.

Recado final

Em um Brasil de juros mais baixos, haverá uma migração natural da renda fixa e produtos menos sofistificados para investimentos como fundos Multimercados, Long Biased e Ações.

Entretanto, para conseguir aproveitar o melhor de cada um deles é preciso respeitar o horizonte mínimo de investimento de cada estratégia.

Fundos Multimercado: 3 anos.

Fundos Long Biased e Ações: 5 anos.

Faça uma migração gradual da sua carteira sem tentar acertar o melhor momento para investir em cada classe de ativo, mas principalmente, não pule de fundo em fundo atrás da nova sensação do momento.

Estamos em uma maratona. Não em uma corrida de 100 metros.

2019 foi um bom ano para a maioria das classes de ativos de risco e também as carteiras do Nord Fundos.

Olhando para trás, tivemos um início muito bom, mas por algumas vezes oscilamos muito próximos e até abaixo do CDI.

Estamos contentes com a performance da maioria dos fundos da carteira e animados com possíveis novas inclusões.

Aproveito para convidá-los para a live de hoje, às 16h, com um dos gestores de fundos long biased mais renomados do mercado, João Braga da XP.

Ótima oportunidade para conhecer mais sobre essa tipo de fundo e saber quais as principais apostas do João.

Um abraço,

Renato Breia

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Postado originalmente por: Nord Research