Nord Insider
Olá, investidor.
Na volta do feriado prolongado, o pré-mercado de Nova York opera em queda à espera da divulgação de balanços trimestrais relevantes nos Estados Unidos. Esta semana será mais curta por conta do Feriado de Tiradentes no Brasil.
Na agenda econômica, a FGV informará o Índice Geral de Preços-10, IGP-10, de abril e o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal, IPC-S, referente ao período entre os dias 9 e 16 de abril. Nos Estados Unidos, destaque para a divulgação dos lucros líquidos do Bank of America e do Bank of New York Mellon referentes ao primeiro trimestre de 2022.
Principais assuntos de hoje:
- OIBR3: Atualização de venda da V.tal;
- BIDI11 retoma proposta de reorganização societária;
- Dólar em 2022: vai continuar caindo?;
- Entenda o que é “shortear” uma ação.
Conselheiro prorroga reunião da Anatel sobre venda da operação de fibra ótica da Oi
A reunião do conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), realizada na quinta-feira, 14 de abril de 2022, para deliberar sobre a anuência prévia à venda do braço de fibra ótica da Oi (OIBR3), batizado de V.tal, foi adiada para o dia 5 de maio de 2022, conforme apurou o Estadão/Broadcast. Porém, ainda não foi confirmado se o processo da Oi entrará novamente na pauta.
A definição foi adiada após o pedido de vistas do conselheiro Emmanoel Campelo, que alegou falta de tempo suficiente para analisar o processo, tendo em vista que a convocação do encontro aconteceu só um dia antes.
O analista Fabiano Vaz, da carteira Nord Deep Value, responsável por acompanhar o ativo, destacou como ponto positivo a ocorrência de três votos favoráveis, o que seria suficiente para a aprovação do negócio. Ao todo, cinco membros exercem poder de voto.
Entenda: a venda da V.tal para o fundo de investimento do BTG Pactual (BPAC11) em conjunto com a Globenet Cabos Submarinos foi acertada no começo do segundo semestre do ano passado, por 12,9 bilhões de reais.
A relevância: a venda do controle da subsidiária de fibra ótica é considerada o “Super Trunfo” da Oi para desafogar parte das dívidas e sair da recuperação judicial.
Inter retoma planos de reorganização societária para listagem na Nasdaq
O Inter (BIDI11) decidiu retomar a proposta de listar suas ações na Nasdaq, em Nova York. Para isso, o banco digital enviou ao regulador do mercado financeiro americano, a SEC, um aditivo à declaração de registro com novos termos e condições para a potencial retomada da reorganização.
Em dezembro do ano passado, o Inter informou que havia desistido da operação. Existiam, basicamente, duas opções aos acionistas no processo: receber os BDRs ou optar pelo recebimento do cash-out (valor em dinheiro). Como teve um alto volume de pedidos pela segunda opção, o valor a ser pago ultrapassou o limite que havia sido preestabelecido pela companhia (2 bilhões de reais) – limite este que era condição para a continuidade da reorganização.
Contudo, no início de fevereiro, o CEO do Inter, João Vitor Menin, voltou a ventilar essa possibilidade e disse que a operação estava sendo redesenhada com a B3.
Entenda como poderá ficar a estrutura societária final do Inter
O fato relevante, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de sexta-feira, 15, detalha novas informações e condições para a listagem de suas ações na Nasdaq.
O analista Rafael Ragazi, responsável pela carteira Nord 10X, explica que a partir da efetivação da reorganização, o Inter que conhecemos passará a ser uma subsidiária integral da Inter & Co, negociada na Nasdaq. Com exceção daqueles que optarem pelo dinheiro de saque (Cash-Out), os acionistas do Inter na B3 vão manter o mesmo direito econômico que possuem atualmente.
Os acionistas que não exercerem o seu direito de receber em dinheiro o valor proposto por ação para a modalidade Cash-Out vão se tornar sócios da Inter & Co por meio da detenção dos BDRs, que serão lastreados nas ações Classe A (ações americanas que conferem direito a 1 voto por unidade).
Para cada 2 ações unit do Inter, o acionista receberá 1 BDR da Inter & Co e para cada 6 ações ordinárias (ON) ou preferenciais (PN), o acionista também receberá uma unidade BDR. Após a AGE da reorganização, o acionista do Inter terá 6 dias para informar qual das duas opções vai escolher e, caso não se pronuncie, será automaticamente entendido que optou pelo recebimento de BDRs.
É importante ressaltar que, nesta nova proposta de reorganização, o valor estabelecido a ser pago aos acionistas que optarem pelo cash-out é inferior (1,13 bilhão de reais) e, diferentemente da primeira tentativa, caso exista um volume que supere esse montante, haverá um rateio do valor entre os acionistas e o saldo restante será pago em forma de BDRs. Ou seja, o valor deixa de ser um impeditivo para a continuidade do processo.
Nosso analista ressalta que a conclusão da reorganização societária ainda depende de algumas condições, entre elas:
(i) aprovação do processo pelos Acionistas do Inter na nova Assembleia Geral Extraordinária Reorganização;
(ii) declaração de efetividade pela SEC;
(iii) comprovação do financiamento do valor total a ser pago aos acionistas que optarem pelo resgate em dinheiro (Cash-Out); e
(iv) homologação dos atos societários da nova AGE Reorganização pelo Banco Central.
Ao longo desta semana, traremos mais detalhes sobre a nova proposta de reorganização com vistas à migração da base acionária para a Inter & Co e o real impacto para os acionistas do Inter.
O que mais é importante?
Dólar em 2022: o que esperar da moeda americana daqui para frente
Na semana encurtada pelo feriado de Páscoa, o dólar encerrou valendo 4,6968 reais, com queda acumulada de -1,31 por cento na parcial do mês. No ano, tem queda de -15,75 por cento frente ao real.
O recuo se dá pelas condições favoráveis no Brasil: juros mais altos no nosso país tornam a moeda local mais interessante para investidores estrangeiros.
Mas o que esperar do câmbio neste ano? O dólar vai continuar em queda?
Para Cesar Crivelli, especialista internacional responsável pela carteira Nord Global, o movimento de queda não seguirá indefinidamente. Considerando os dados que temos disponíveis, essa melhora (fica bom quando precisamos de menos Reais para comprar a mesma quantidade de Dólares) não está muito atrelada a melhoras reais e estruturais do nosso governo e economia, mas sim a questões pontuais, ou seja, o movimento deve ser passageiro e acreditamos que logo mais poderemos visitar novamente o patamar de 6 Reais para cada Dólar.
Juros reais em alta
Um dos fatores que mais ajudaram a queda da moeda norte-americana foi a entrada de recursos financeiros por parte de investidores estrangeiros que buscam taxas de juros atrativas, como é o caso do Brasil atualmente.
O Brasil foi um dos poucos países a iniciar o movimento de subida dos juros com antecedência e pujança, visto que a inflação aqui já estava bem alta. Do início de 2021 até agora, a taxa Selic subiu de +2 por cento para +12,75 por cento ao ano (patamar projetado pelo Banco Central para a próxima reunião).
Com juros tão altos, deixar o dinheiro rendendo no Brasil fica atrativo, então os estrangeiros vendem seus dólares para os brasileiros. Como estamos falando de bilhões de dólares, a cotação fica pressionada para baixo, o que gera um movimento momentâneo de melhora sob a ótica local.
Mas como falamos, esse movimento é temporário, pois nada mudou para melhor nos últimos meses do ponto de vista econômico e político para justificar esse movimento.
Investimento estrangeiro
Outro ponto que ajudou bastante a entrada de dólares no país, segundo o nosso especialista internacional, foi a atratividade da bolsa de valores brasileira na comparação com as internacionais.
Com o Ibovespa em queda há meses e os mercados no exterior subindo, algumas empresas locais ficaram baratas, mesmo quando incorporamos parte dos riscos políticos e econômicos do país. O investidor estrangeiro já comprou mais de 66,9 bilhões em ações no Brasil, do início do ano até o dia 12 de abril, segundo os dados mais recentes disponíveis. Aqui vale o mesmo raciocínio anterior, a venda de dólar por parte dos gringos pressiona momentaneamente o câmbio para baixo, mas trata-se de um fato pontual.
O dólar vai continuar em queda? É hora de comprar dólar?
Para as tendências deste ano, não acreditamos que essa melhora em nossa moeda seja duradoura, pois nada foi feito nos últimos meses para que a economia brasileira melhorasse estruturalmente, por isso acreditamos que você deve aproveitar este patamar de 4,60 reais/dólar para enviar dinheiro para fora do país e iniciar ou aumentar seus investimentos internacionais.
Seja como ativo de reserva global, porto seguro ou simplesmente um bom investimento, a recomendação do nosso especialista é para que você adquira a moeda estrangeira e inicie seus investimentos internacionais agora.
Postado originalmente por: Nord Research