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Finanças: Dia de otimismo em relação ao futuro

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Mercados abrem subindo cerca de 1,9 por cento na Europa, por um certo otimismo com o resultado dos bancos. As ações do HSBC estão subindo cerca de 10 por cento. O S&P 500 também sobe cerca de 1,5 por cento.

Dados publicados na China durante o final de semana também mostraram que o resultado das empresas industriais vem melhorando nos últimos meses.

É como costumamos comentar por aqui, por mais que a economia real esteja sofrendo, temos na Bolsa as melhores e mais competitivas empresas da economia. Muitas delas acabam por utilizar a crise para consolidarem o setor, reduzirem gastos e se tornarem ainda mais competitivas no futuro.

Aqui, no Brasil, o governo está em conversa com parlamentares sobre o Renda Cidadã e a Reforma tributária. O programa só será anunciado para a população depois que eles tiverem alguma indicação positiva do Congresso.

Itens como o aumento da faixa de isenção do IR, a tributação de dividendos, a unificação de tributos e a temida CPMF seguem no radar da proposta. Os jornais parecem apontar que uma alíquota de 0,1 por cento já seria cogitada pelos políticos que antes eram fortemente contra.

Eu sigo achando a CPMF o maior erro que algum governo poderia cometer. É um imposto que desestimula a livre transação do dinheiro, a revolução dos meios de pagamento, estimula a informalidade e o uso de papel moeda. Sem mencionar o óbvio: a alíquota inicial certamente não vai parar por aí, isso eu garanto a você.  

Mas Brasil é Brasil, e os problemas de aumento de gastos aqui sempre são resolvidos com aumento de impostos.

Porém, antes que eu comece a me deprimir em plena segunda-feira, vamos aos dados positivos. Hoje, o Banco Central divulgará dados de crédito. É esperada uma alta importante, uma vez que os dados da Febraban mostraram alta de 10 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado. Bancos também vêm reportando que as concessões já voltaram aos níveis do pré-crise.

Com a queda da Selic, o aumento do volume de crédito pode ser uma grande expectativa de recuperação econômica.

Antes que vocês me perguntem se a queda da Selic chega na ponta para o consumidor final, vamos aos dados.

O relatório de crédito do BC mostra que as taxas de empréstimo, tanto para PF quanto para PJ têm mostrado queda SIM, junto à queda da Selic. Claro que você não consegue empréstimo a 2 por cento ao ano. Mas também o juro longo no Brasil não é 2 por cento. Além disso, os spreads cobrados pelos bancos também vêm caindo, o que pode indicar que, em épocas de juros baixos, os bancos têm maior dificuldade em repassar taxas mais altas.

Gráfico mostra os seguintes dados, do período de 01/2011 a 01/2020.
(Linha vermelha) 20783 - spread médio das operações de crédito (Total).
(Linha azul) 20784 - spread médio das operações de crédito - Pessoas jurídicas (Total).
(Linha verde) 20785 - spread médio das operações de crédito - Pessoas físicas (Total).
Todas as linhas apresentaram queda a partir de 01/2020.

Fonte: Banco Central

Isso para dizer que, se não fosse a queda na Selic, as taxas de empréstimos estariam ainda mais altas.

Esse balanço entre recuperação econômica (que parece ser o humor do mercado global hoje) e riscos fiscais será crucial para a sua carteira de investimento nos próximos 6 meses.

Se o mercado ficar mais confiante na retomada da atividade e ainda tivermos notícias de vacinas, poderemos ver novas ondas de alta nos preços dos ativos.

Por outro lado, se as economias patinarem e a segunda onda de contágio contaminar o humor, teremos menos fé no futuro e nos restará pensar em como pagar a conta de um enorme gasto fiscal em um cenário de baixo crescimento. Neste cenário os juros podem subir, atrapalhando também os preços dos ativos de risco.

Eu não tenho respostas, mas sigo acompanhando de perto o cenário. Neste momento tão binário da economia é importante ter paciência e aguardar boas oportunidades, com risco assimétrico, para fazer seus investimentos.

Nós, analistas, procuramos indicar ativos suficientemente assimétricos em nossas recomendações, para que a perda seja pequena em um cenário ruim e o ganho seja grande em um cenário positivo. Esse princípio deve nortear a sua carteira também.

Podemos ajudá-lo com isso!

Postado originalmente por: Nord Research