A atividade global parece estar superando as expectativas do mercado.
O PMI (índice dos gerentes de compras) da China divulgado hoje mostrou alta de 50,6 para 50,9. Este índice aponta crescimento industrial quando está acima de 50.
No Brasil, os dados de confiança do consumidor, divulgados na semana passada, também mostram recuperação.
Confiança do Consumidor – Fonte: Bloomberg
O próprio Banco Central estima crescimento de -6,4 por cento, mas diz que acredita que o risco é a queda ser menor, por conta dos programas de estímulo.
Enquanto isso, o FMI estima queda de 9,5 por cento para a atividade brasileira. Será? Quais seriam os nossos pontos positivos e negativos em termos de atividade?
Para os próximos anos, o governo está bem confiante nas concessões e no poder que elas teriam de desenvolver a atividade e reforçar o caixa do governo.
Mas parece que isso será mais difícil do que se imagina. Com a crise, uma série de concessões estão sendo devolvidas ou negociadas. As premissas de fluxos versus pagamento de outorga ficaram completamente furadas com os últimos acontecimentos.
A forma como essas negociações irão acontecer pode definir o interesse ou a falta de interesse das empresas por concessões futuras.
Mas o otimismo do governo segue contínuo. Segundo o ministro Tarcísio Freitas, a Dutra estaria atraindo pelo menos 9 interessados para a concessão prevista para o ano que vem.
As empresas estão fazendo o que podem para sobreviver à crise. E o governo também segue sendo um dos emergentes que mais deu suporte para a economia, seja com medidas de crédito, seja com o programa de auxílio de 600 reais. Isso poderia se traduzir em uma recuperação mais rápida.
Empréstimos no Brasil
Em notícia do Broadcast, fontes dizem que o empréstimo socorro de 16 bilhões de reais para o setor elétrico seria liberado, ao menos uma parte, agora em julho pelos bancos.
O próprio BNDES está coordenando não só as ajudas, mas pensando em uma nova forma de fazer empréstimos de curto prazo.
A queda da Selic apresentou um novo cenário para as empresas. Enquanto empréstimos de longo prazo possuem taxas reais de cerca de 2,5 por cento mais inflação, as taxas para empréstimos de curtíssimo prazo são atreladas ao CDI, que está nominalmente em 2,25 por cento.
Ou seja, para quem precisa de empréstimos de curto prazo, para reforçar o caixa, entre outros, o BNDES não está sendo competitivo. Por isso, ele busca novas soluções para o seu portfólio de empréstimos, segundo notícia do Valor.
Enquanto isso, nos frigoríficos
O ministério da agricultura confirmou ontem que 3 frigoríficos brasileiros foram temporariamente impedidos de exportar carnes para a China, e 1 foi completamente impedido por medo de contágio pelo coronavírus.
Ele não informou os nomes dos frigoríficos, mas é uma notícia potencialmente ruim para JBS e Marfrig.
Aparentemente, os motivos não foram esclarecidos e o ministério irá recorrer. Estávamos com recorde nas exportações de frigoríficos e, embora a mercadoria poderia ser redirecionada, poderíamos ter alguma instabilidade de curto prazo.
O preço das ações devem refletir os riscos. Podemos ver oscilações de preços até tudo ser devidamente esclarecido.
IRB Brasil mostra queda nos lucros
Uma das ações queridinhas das pessoas físicas publicou seu balanço do primeiro trimestre.
O resultado foi um lucro de 13,8 milhões, uma queda de 92 por cento quando comparado ao mesmo período do primeiro tri de 2019.
O resultado mostra crescimento nos prêmios emitidos, nos prêmios ganhos, e também dos desembolsos, em relação a 2019.
A empresa de resseguros ficou conhecida por ter que reajustar seu patrimônio em 700 milhões por fraudes no balanço. Os diretores foram trocados, assim como importantes conselheiros foram trazidos para melhorar a imagem da empresa.
Ela é líder do setor de resseguros, e vale 12 reais hoje, sendo que já chegou a valer 45 reais antes da fraude.
A empresa também mencionou que deve aumentar seu capital, para se reenquadrar nas regras da Susep. Ela precisaria de cerca de 2 bilhões de reais.
Postado originalmente por: Nord Research
