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Finanças: Derrocada no preço acelera recompra de ações na B3

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Nord Insider

Nesta quarta-feira, 25, o pré-mercado de Nova York abre em queda antes da divulgação da ata do Fomc. A minuta deve dar dicas sobre os planos do Banco Central para controlar a inflação galopante.

Na agenda econômica, a FGV informará a sondagem do consumidor de maio. Nos Estados Unidos, será divulgada a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve e a variação dos pedidos de bens duráveis de abril. Além disso, o Departamento do Tesouro realizará o seu leilão primário de Treasuries de cinco anos.

Principais assuntos de hoje:

  • S&P não escapa do abraço do urso;
  • Empresas aceleram anúncios de recompra de ações.

S&P 500 não consegue escapar do urso e medo de recessão dá o tom nos mercados

O mercado financeiro está preocupado com uma potencial recessão americana hoje mais do que qualquer outro tópico, segundo pesquisa do Bank of America (BofA) junto a gestores.

O levantamento deste mês mostrou que os bancos centrais hawkish são vistos como o maior risco, seguidos por uma recessão global.

Gráfico mostra que medo de uma recessão superou os riscos da inflação, segundo relatório do BofA.
Medo de uma recessão superou os riscos da inflação, segundo relatório do BofA ‌ ‌Fonte: Bank of America

O relatório do BofA também mostrou que os níveis de caixa entre investidores atingiram o nível mais alto desde setembro de 2001.

O clima baixista também permeia entre os líderes empresariais em Davos. Os presentes no Fórum Econômico Mundial dizem estar sendo cautelosos no que se refere a novos investimentos relevantes e que examinam de perto a necessidade de qualquer contratação a mais, segundo reportagem do jornal Valor Econômico.

Teremos uma recessão à frente?

O analista de renda fixa da Nord Research, Christopher Galvão, afirma que a inflação americana é preocupante, uma vez que se encontra no maior patamar dos últimos 40 anos. Com isso, o Fed (Banco Central dos EUA) se viu na necessidade de subir o juro na tentativa de controlar esse cenário. No entanto, um dos grandes problemas foi a demora do Fed em admitir que a inflação nos EUA era preocupante e persistente. Agora, diante do cenário desafiador, o custo para controlar essa inflação pode ser maior, aponta o nosso analista.

Para ele, há chances de o Fed ter que elevar o juro para patamares acima do que está planejando atualmente e até mesmo de que o próprio mercado esteja precificando. Se isso de fato acontecer, os efeitos negativos sobre a atividade serão maiores e, portanto, aumentam a chance de recessão.

S&P 500 cai com aversão ao risco

Enquanto isso, os temores de uma economia global mais fraca continuam preocupando. Ontem, dia 24, o S&P 500 não conseguiu superar a onda de choque desencadeada pelas ações da Snap e cedeu -0,79 por cento.

Seguindo os cortes de custos por empresas como Uber e Meta, o Snap disse em um memorando visto pela Reuters que a empresa diminuirá as contratações para este ano e apresentou uma ampla lista de problemas alegando, entre outros motivos, que a inflação e taxas de juros crescentes estão afetando os negócios.

O sentimento de aversão ao risco contaminou todas as ações de mídia social. Os papéis da Meta caíram mais de -9 por cento; os do Twitter, mais de -5 por cento; enquanto o Pinterest cedeu mais de -23 por cento.

Oportunidade de compra após queda de preços?

Olhando para o histórico dos últimos anos, o S&P 500 recuou em torno de -24 por cento e demorou, em média, 13 meses para isso. Com base nisso, se estamos em quase -20 por cento de queda, pode ser que estejamos no fim de todo o processo de revisão.

Na visão do analista Luiz Felippo, responsável pela carteira Nord Fundos, existe uma compressão de múltiplo por aumento de juros. Entretanto, as piores quedas são aquelas acompanhadas também por revisão de lucro das empresas.

Isso, por ora, ainda não vimos. Um aumento de probabilidade de recessão poderia ser um gatilho, acrescenta o nosso analista.

Acreditamos que a cautela ainda se mostra necessária. Afinal, não tem como saber qual será o fundo. No entanto, não há motivos para ser herói e apostar todas as suas fichas.

Olhando em um horizonte de 1, 3, 5 anos à frente, as chances são de termos um bom retorno, mas será um caminho duro até lá.

Por fim, o nosso analista indica que há espaço para quedas, uma vez que o S&P 500 ainda negocia a 19x Lucro (contra uma média de 15x). Em contrapartida, ele também acredita que há retornos a serem explorados para aqueles que tiverem a paciência de olhar a longo prazo.

O sucesso está em ter paciência e ter o tamanho adequado de posição. Não é hora de “panicar” e querer vender tudo.

Sabemos que o mercado está bem difícil e também temos ativos lá fora. Mas calma.


Derrocada no preço acelera recompra de ações na bolsa brasileira

Localmente, os anúncios de recompra de ações aumentaram +32 por cento entre janeiro e abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021, segundo levantamento encomendado pelo InfoMoney à MZ Group.

O analista Guilherme Tiglia, da carteira Nord Dividendos, aponta que muitas empresas do Ibovespa ficaram mais baratas dado o aumento das incertezas e a aversão a risco. Assim sendo, o preço de mercado dessas companhias passou a ser considerado descontado em relação às perspectivas de longo prazo.

O que explica o crescimento desses anúncios…

Quando as empresas anunciam o programa de recompra, dão uma sinalização ao mercado de que suas ações estão “baratas”.

Quando se analisa os setores que mais apresentaram documentos relacionados a recompras de ações junto a B3, em primeiro lugar ficou Máquinas, Equipamentos, Veículos e Peças, seguido por Serviços Financeiros e Varejo.

Entre as empresas que anunciaram as recompras nesses últimos quatro meses, destacam-se: WEG (WEGE3), Inter (BIDI11), XP (XPBR31), Bradesco (BBDC4), Lojas Renner (LREN3) e Americanas (AMER3).

Então, se as ações das empresas acima estão baratas, você deveria investir seu dinheiro?

Não, o importante é atentar-se aos fundamentos e à exposição no ativo.

Ainda de acordo com o nosso analista, existem empresas pagadoras de dividendos com programas de recompra anunciados em 2022. Para ele, essa é uma forma eficaz de gerar valor ao acionista.

Se você investe em uma ação que paga dividendos, com a recompra, você acaba recebendo dividendos maiores, mesmo sem a empresa alterar a política de remuneração ou sem que você tenha realizado aportes para ter mais ações (é claro, com mais ações, você teria direito a receber mais dividendos).

Mas como isso acontece? Independentemente se as ações ficam depositadas em uma conta na tesouraria ou se são canceladas, estamos trabalhando com um número menor de ações. Com menos ações, o Lucro por Ação (e também o Dividendo por Ação) acaba sendo maior.

Exemplo prático:

Suponhamos que o dividendo a ser pago é de 100 reais e existem 10 ações, logo o Dividendo por Ação é de 10 reais. Agora, imagine que a empresa “X” continue distribuindo os mesmos 100 reais, no entanto, agora só existem 8 ações. Neste novo cenário, o Dividendo por Ação é de 12,50 reais.

Ou seja, o dividendo ficou maior. Você, como acionista, acaba tendo uma fatia maior na empresa, teoricamente, e se beneficia disso.

Como informações adicionais, a recompra costuma ter um prazo longo (isto é, a empresa pode ir fazendo o movimento de recompra ao longo do tempo que foi estipulado).

No levantamento do InfoMoney, por exemplo, foi identificado que a maior parte dos planos anunciados para este ano (44,7 por cento) preveem que as recompras aconteçam nos próximos 18 meses e, em 21,3 por cento dos casos, a duração prevista é de 12 meses. Mais da metade (52 por cento) pretende resgatar entre 5 por cento e 9 por cento das ações em circulação.

Além disso, assim como os dividendos e os Juros sobre Capital Próprio (JCP), a recompra também é considerada uma importante fonte de valor para o acionista.


Meme do dia

Postado originalmente por: Nord Research