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Finanças: Dando um BTG no digital

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Ontem (21) o BTG Pactual (BPAC11) comunicou que fará uma oferta primária das suas units e pretende levantar até 2,5 bilhões de reais, a depender dos preços de mercado. A oferta será restrita, ou seja, destinada a investidores qualificados e dará preferência aos atuais acionistas.

O procedimento terá encerramento das subscrições no dia 26 de junho e o fim do processo de precificação será no dia 29 deste mês, sendo negociadas a partir de 1º de julho. Prazos bem curtos, por sinal.

O objetivo da emissão é impulsionar o crescimento da operação de varejo do banco. Como o BTG vai acelerar esse processo? Acelerar pode se traduzir em aquisições. O mercado está cheio de fintechs prontas para serem abocanhadas. Em momentos nos quais a XP vem avançando forte em aquisições no ramo, é prudente o BTG não dormir no ponto.

O BTG não abre os dados financeiros e operacionais segregados de todas as suas iniciativas digitais. Não dá para saber, com maiores detalhes, o quanto do que foi emitido no ano passado — em um follow on que levantou cerca de 2 bilhões de reais — retornou em avanço nos números de clientes da plataforma digital, não temos demais dados para acompanhar de perto a evolução.

Na esteira do crescimento relevante de investidores pessoas físicas na bolsa, seu principal concorrente — a XP — registrou 2 milhões de clientes ativos no primeiro trimestre de 2020. A XP, hoje, é avaliada em seu valor de mercado a 130 bilhões de reais, vale mais do que o Santander Brasil e vale metade do Itaú — este último é dono de 49,9 por cento das suas ações.

O mercado estima que a operação digital do BTG valha entre 10 a 20 bilhões, representando cerca de 30 por cento do valor total do banco.

Parece-me que o BTG Pactual quer dar um BTG no próprio valuation, de olho nos audaciosos patamares nos quais o mercado avalia a arquirrival XP — as Ações negociam, lá fora, na casa de 100 vezes lucros e 16 vezes patrimônio, incorporando agressivíssimas premissas de crescimento. Enquanto isso, o veterano Pactual vê suas units a 21 vezes lucros e 3 vezes patrimônio. Como fazer o mercado pagar mais? Talvez um melhor disclosure (divulgação) de sua operação digital seja requisito necessário para posicionar-se como uma fintech disruptiva.

Postado originalmente por: Nord Research