Nord Insider
Olá, investidor.
Nesta sexta-feira, 1º, o pré-mercado de Nova York opera em alta à espera do Payroll, às 9h30. Os investidores também monitoram uma nova rodada de negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.
Na agenda econômica, destaque para a Produção Industrial de fevereiro calculada pelo IBGE. Nos Estados Unidos, saem os dados de emprego, o Payroll, de março, com a criação de vagas, taxa de desemprego e ganho médio por hora. Sai também o ISM industrial referente a março.
Principais assuntos de hoje:
- Pnad Contínua de fevereiro;
- Inflação nos EUA;
- O momento é bom para comprar dólar?
- Petrobras e PetroRio avançam em negociações;
- A cerveja que conquistou o mundo;
- Novo prazo de recuperação judicial da Oi.
Desemprego permanece em 11,2 por cento em fevereiro
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2 por cento no trimestre encerrado em fevereiro, informou o IBGE na quinta-feira, 31, na Pnad Contínua.
O número representa a menor taxa para um trimestre encerrado em fevereiro desde 2016. O mercado esperava que a taxa subisse para 11,4 por cento.
Christopher Galvão, analista de renda fixa da Nord Research, entende que o resultado de fevereiro veio um pouco melhor do que o esperado e destaca que o rendimento médio real do trabalho parou de encolher, após períodos de fortes quedas nos meses anteriores.
Por outro lado, o nosso analista ressalta que a dinâmica do rendimento real dos trabalhadores merece cautela, visto que ainda está longe de se recuperar das quedas anteriores e se encontra em um patamar extremamente baixo.
Inflação nos EUA avança +6,4 por cento em fevereiro, maior valor em 40 anos
A inflação nos Estados Unidos não deu trégua em fevereiro e subiu para o maior valor em mais de 40 anos.
O Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), medida que norteia a política monetária do Federal Reserve, acelerou para +6,4 por cento em fevereiro, ante +6,10 por cento de janeiro. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado.
Na comparação mensal, o índice subiu +0,6 por cento em fevereiro.
O núcleo do chamado PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, mostrou uma alta de +0,4 por cento, em linha com o esperado pelo mercado.
No acumulado do ano, o núcleo do índice veio em 5,4 por cento, um pouco menor do que a expectativa de 5,5 por cento, mas a maior alta desde 1983.
O nosso analista de renda fixa avalia que a inflação nos EUA segue pressionada por conta dos preços mais altos da gasolina, de aluguéis e dos alimentos, forçando as famílias a reduzirem os custos com outros produtos e serviços.
Para se ter uma ideia, os gastos pessoais com consumo desaceleraram de 2,10 por cento em janeiro para 0,20 por cento em fevereiro.
Dólar tem maior queda trimestral desde 2009; entenda
O dólar fechou em queda de -0,47 por cento, a 4,76 reais, na quinta-feira, 31, e encerrou o trimestre com uma forte desvalorização de -14,63 por cento frente ao real (a maior desde 2009, quando caiu -15,81 por cento).
Entenda a queda recente do dólar em relação ao real e o que está mexendo com os mercados.
Por que o dólar está caindo tanto?
Segundo a analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, um dos fatores é a Selic que, recentemente, subiu de +2 por cento para +12,75 por cento (patamar projetado pelo BC para a próxima reunião), ou seja, tivemos um aumento meteórico da nossa taxa básica de juros, enquanto as taxas dos países desenvolvidos ficaram paradas.
Outro fator apontado pela nossa analista é a alta das commodities. Os dois fatores combinados fazem o “céu de brigadeiro”, como costumamos falar.
O dólar vai cair mais?
Na visão da nossa analista, o que provavelmente vai acontecer não temos como saber ao certo sobre as commodities, mas quanto às taxas de juros, o Banco Central do Brasil falou em parar em +12,75 por cento, enquanto o Federal Reserve, o banco central americano, provavelmente vai subir os juros por lá, o que geraria uma pressão um pouco maior na desvalorização do dólar.
Além disso, se as commodities caírem, aumenta ainda mais a pressão na desvalorização do dólar, e se as commodities continuarem subindo, aí elas podem contrabalancear esses efeitos de redução do carrego.
O momento é bom para comprar dólar?
Diante desse cenário, você deve estar se perguntando se este é mesmo um bom momento para comprar dólar. Para Marilia, o valor atual é um bom nível para quem quer comprar dólar, porém a cada ano que passa e o dólar fica no mesmo lugar, você pode acabar perdendo as taxas aqui do nosso país, então ela aconselha que o investidor fique atento se realmente vale a pena comprar.
Renato Breia, sócio-fundador da Nord Research e consultor CFP® da Nord Wealth, é menos cauteloso em relação a investir em ativos ligados a essa moeda.
Em recente entrevista para o jornal Valor Econômico, Breia afirmou que “é uma boa hora para os brasileiros começarem a ter investimentos internacionais ou para aumentarem a parcela desses ativos na carteira, se estiverem menos alocados do que gostariam”, disse.
Para ele, “as pessoas acham que agora não é uma boa hora para investir fora porque as bolsas de Nova York e o dólar caíram, mas os investimentos devem ser pensados de forma contracíclica. Quando todo mundo acha que não é um bom momento, aí sim é uma boa hora”, completou.
O que mais é destaque?
Petrobras e PetroRio avançam em negociações de Albacora Leste, dizem fontes à Reuters
A Petrobras (PETR4) está em um processo de negociações bilaterais com a PetroRio (PETR3) para vender os campos de petróleo de Albacora e Albacora Leste desde novembro do ano passado. Parece que finalmente houve algum avanço nas conversas.
Segundo informações da Reuters publicadas na quinta-feira, 31, pelo site InfoMoney, os dois lados podem concordar com os termos para Albacora Leste em abril deste ano.
No entanto, no que diz respeito ao campo Albacora, os rumores são de que as negociações têm sido um pouco mais complicadas por conta de novos estudos fornecidos pela Petrobras (em dezembro), indicando que o campo possui mais recursos do que o estimado anteriormente, disseram as fontes da Reuters.
Capacidade de produção
De acordo com documentos publicados pela própria Petrobras durante o lançamento do processo de venda em 2020, o campo de Albacora produziu 43 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd), enquanto Albacora Leste forneceu 34 mil boepd nesse período.
— Deu para perceber que ambos os campos são super relevantes para a PetroRio.
Atualmente, a produção média diária da petroleira é de 35,7 mil barris, de acordo com dados operacionais de fevereiro de 2022. Isso significa que qualquer um dos campos seria capaz de dobrar a produção da companhia.
Postado originalmente por: Nord Research
