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Finanças: Como escolher uma equipe de Fórmula 1

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Aprendizados do dia a dia

Investir é uma atividade interessante. De alguma forma, ela te força a ser um pouco melhor a cada dia.

Talvez seja assim pelo simples fato de o mercado testar as suas convicções todo santo dia, seja quando ele sobe, quando desce ou até mesmo se mantém estável.

À medida que as bolsas sobem, há o medo de ficar de fora da alta. Quando caem, o receio de comprar quando todos os seus instintos dizem o contrário.

No fim do dia, somos moldados de acordo com a coleção dos nossos sucessos e fracassos. Cada um deles traz um aprendizado, nos transformando em investidores melhores.

Hoje, ao pensar no que escreveria para você, decidi falar sobre duas coisas que me guiam ao montar a carteira de fundos da Nord. Quero aproveitar o espaço de hoje para compartilhar.

Selecione boas equipes

Imagino que você já tenha assistido a uma corrida de Fórmula 1, certo? Pessoalmente, eu nunca fui muito fã desse esporte, mas acho que ele pode nos ajudar aqui.

Imagine que você recebeu um herança bilionária de um tio desconhecido e pretende investir parte dela em uma equipe de Fórmula 1.

Nesse momento, a pergunta que provavelmente você se faria é: o que define uma delas como a vencedora? Pelo histórico recente de ter vencido os últimos três campeonatos, talvez você ficasse tentado em investir na Mercedes.

Agora, isso pode ter sido, simplesmente, o resultado de um carro ou piloto melhor naquele triênio. Você resolve olhar o resultado dos últimos 53 campeonatos e se frustra ao ver que somente em 6 eles foram vencedores.

Logo, se não é a performance dos últimos campeonatos que importa, o que seria? Eu diria que é o conjunto da equipe.

Vamos observar o caso da Ferrari. A equipe não ganha um campeonato desde 2008, mas, ainda assim, está no topo em número de pontos no acumulado desde 1950.

Grande parte da explicação está no fato de que, apesar de não ter chegado em primeiro em todas as corridas, sempre teve cadeira cativa nos pódios.

Essa consistência é o mais importante, e não foi criada por um indivíduo. Em 70 anos de história do esporte, não importa o piloto genial que disputou duas temporadas, ou o carro extraordinário de uma temporada ou outra.

O que vale mesmo são os integrantes do time e os processos, fazendo dela uma equipe mais vencedora ao longo das décadas.

Conto essa história para vocês pois quando comecei a avaliar fundos de investimento, um dos grandes questionamentos que eu tinha era justamente o que definia uma gestora de sucesso.

Sempre me peguei pensando em qual era o atributo que eu deveria olhar para chegar a essa conclusão.

E, ao longo do tempo, percebi que era exatamente o mesmo da Fórmula 1: pessoas boas e processos bem definidos.

Esses são grandes atributos para uma gestora de sucesso, separando ela dos aventureiros que não passaram no teste do tempo e ficaram pelo caminho.

Tenha isso em mente ao escolher um fundo: você não está comprando a performance do último ano, mas, sim, como será a performance nos próximos anos.

E isso meu caro, depende essencialmente da equipe.

Construa boas embarcações

Uma vez investido seu dinheiro na Fórmula 1, você viu que aquilo não era emocionante o suficiente e decidiu realizar um sonho de criança: velejar até a Itália.

Mas você não quer fazer isso em um navio cruzeiro, seria fácil demais. O seu trajeto seria com uma embarcação própria, passando por toda costa brasileira, africana e atravessando o estreito de Gibraltar.

Parece emocionante, pelo menos é o que você achava inicialmente.

Na hora de construir aquele que será o seu meio de locomoção, você o desenha para que ele atenda a dois critérios importantes: (i) robusto o suficiente para aguentar as tempestades; (ii) leve o suficiente para chegar rápido.

Afinal de contas, você não quer afundar no meio do caminho ou demorar uma vida inteira para chegar ao destino.

Logo, você percebe que, para ter sucesso nessa empreitada, é preciso ter um equilíbrio entre essas duas variáveis chave.

Em investimentos, vale a mesma lógica. Construir uma embarcação para enfrentar o mar desconhecido é bastante semelhante a montar um portfólio.

Uma boa carteira de investimentos possui a propriedade de ser resiliente o suficiente para suportar os dias difíceis, bem como leve o bastante para surfar os tempos de bonança.

Falhe em uma delas e em algum momento você irá sucumbir. Por isso que a minha lição número 2 para você hoje é: cuide da sua alocação de portfólio.

Não cometa erros bobos que podem lhe tirar do jogo. A construção de patrimônio é longa e manter uma alocação equilibrada é essencial para ser vencedor nesta jornada.

Acredite: os frutos chegam

Essas duas lições podem parecer simples, mas existem muitos investidores que as subjugam com bastante frequência.

Muitos se ludibriam pelos retornos de determinado fundo, sem ao menos entender quem (ou o que) está por trás daqueles resultados.

Lembre-se sempre que, ao investir em um fundo, o preço pago é a cota, e o valor que será gerado é tarefa da equipe. Se elas mudam, os retornos tendem a não ser os mesmos.

Além disso, concentrar demais será a sua ruína. Não queira ser herói, deixe isso para os livros e gibis.

Quando se trata do Nord Fundos queremos algo bem simples: boas gestoras e montar uma boa alocação de portfólio.

Só isso e tudo isso. Queremos uma carteira robusta o suficiente para enfrentar as tempestades, mas que seja rentável bastante a longo prazo.

Esse é o nosso modo de pensar que, ao longo do tempo, vem sendo recompensado

Fonte: Nord Research e Economatica

Apesar do curto espaço de tempo, a nossa seleção de fundos de ações (linha azul) e long biased (linha verde) tem entregado bons resultados  mesmo passando por uma das maiores crises da história.

Por aqui procuramos boas equipes e deixamos elas nos trazerem grandes resultados. Se quiser ter sucesso em fundos, esse é o caminho que acredito ser o melhor.

Um abraço,

Postado originalmente por: Nord Research