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Finanças: China: O ritmo da retomada

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Todo ano é a mesma história: à medida que o Ano Novo Chinês se aproxima, compras daquele país se intensificam e estoques crescem…

Todo ano é a mesma história: à medida que o Ano Novo Chinês se aproxima, compras daquele país se intensificam e estoques crescem; vem o período de festividades e o ritmo cai substancialmente; cerca de 15 dias após, volumes são retomados.

É uma dinâmica à qual qualquer analista minimamente íntimo das dinâmicas das exportadoras de commodities está perfeitamente acostumado.

Para este ano, contudo, esperava-se algo diferente. E de fato o foi: estudo do banco JPMorgan aponta que, iniciada a fase de retomada, os volumes estão pouco mais de 30 por cento inferiores à média dos últimos 3 anos.

Colapso? Calma lá:

À medida que a atividade econômica doméstica chinesa foi, nesse ínterim, muito inferior à habitual — fábricas paralisadas, dentre diversas medidas tomadas por conta do Covid-19 —, o consumo dos estoques formados pré-festividades foi bem aquém do esperado.

Em determinadas cadeias industriais, cuja tendência é de picos de estoques antecedendo o Ano Novo Chinês e desestocagem significativa após o mesmo, a tendência de acúmulo não se reverteu. É o caso, por exemplo, da siderurgia: por óbvio, o consumo de matéria-prima da indústria de transformação está bem aquém do visto em outros anos.

O que devemos ver? Com a atividade em vias de normalização na China continental, estoques devem voltar a recuar — a depender do ritmo da retomada versus a realização de novos pedidos, poderiam até mesmo ir para níveis um pouco aquém do habitual.

Se isso acontecer, ficará no ar a impressão de que a China está mais forte do que nunca.

Calma lá de novo.

A tendência, penso eu, é que leve alguns meses para conseguirmos ter alguma visibilidade do novo normal da atividade econômica por lá. Cuidado para não se deixar levar nem por um período aquém do normal, nem pelo arranque de uma retomada em ritmo que pode não se manter.

Em meio a tudo isso, ouso ter uma visão construtiva para as exportadoras: no caso das hard commodities (minério de ferro, por exemplo), podem ter sua demanda puxada por estímulos econômicos; às soft commodities (e.g. alimentos) fica a certeza de que, com ou sem epidemias, os chineses têm que comer.

Postado originalmente por: Nord Research