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Finanças: Cash back nos fundos

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A revolução no mercado de investimentos

360º  

Se você deu risada com o título desta newsletter, não imagina a gargalhada do pessoal do escritório quando sugeri o tema.

Talvez porque, para a maioria das pessoas, cash back ainda é uma coisa nova e está muito mais relacionado a aplicativos de compras e entregas.

Mas assim como outros mercados, o ambiente de investimentos está mudando.

Mais competidores, novas tecnologias, mas, principalmente, melhores benefícios para os investidores.

Se há pouco tempo a XP foi revolucionária ao promover a estrutura de shopping financeiro, os novos players têm surgido com propostas de superar esse modelo.

Nosso papel como casa de análise independente não é só recomendar os ativos para a sua carteira, mas também os intermediários mais adequados.

No final do dia, isso pode fazer total diferença na qualidade dos serviços e disponibilidade de produtos, além de impactar diretamente a rentabilidade final do seu patrimônio.

Desintermediação

Há duas semanas eu divulguei minha carteira pessoal de fundos para os assinantes do Nord Fundos.

A intenção era mostrar o nosso comprometimento com quem segue a série. Put your money where your mouth is.

Entre os assinantes assíduos, temos o CEO da PI Corretora, Felipe Bottino.

Logo que ela foi publicada, ele me mandou uma mensagem pelo Whatsapp: "Breia, nós já temos quase todos os fundos que você tem na sua carteira e com o cash back. Se você compor ao longo dos anos, está deixando um dinheirão na mesa".

Em seguida, me mandou um estudo com os cálculos do cash back ponderado pela posição em cada fundo. Eu fiquei realmente impressionado com o quanto isso pode se significar na ponta do lápis e achei por bem compartilhar com vocês esta opção.

Num mundo de taxas de juros cada vez menores, 0,2 por cento ao ano em uma carteira de 2,3 milhões de reais como a minha, pode representar quase 100 mil reais de diferença ao longo de 10 anos.

Por meio dessa ferramenta você simular quanto teria sido seu rendimento no Alaska Black, por exemplo, ou qualquer outro fundo, considerando o quanto ganharia de volta com cash back.

Quanto maior a taxa de administração, principalmente nos fundos de renda variável, maior a possibilidade de você ver o seu dinheiro de volta.

Nessa altura, você deve estar se perguntando: "ok, mas da onde vem esse dinheiro extra ou qual a intenção de uma corretora em me pagar um algo a mais?"

(Eu confesso que também tenho a sensação que os meus cash backs no Rappi nunca se pagarão.)

Para explicar, é importante a gente entender como funciona a estrutura atual de remuneração dos canais das principais corretoras do mercado.

Vou utilizar o caso da XP que é a maior e que tem o modelo mais emblemático da estrutura de remuneração de canais.

Canais

Para um fundo ser incluído na plataforma da XP, em primeiro lugar, ele passa por uma due diligence, que é um processo de validação da gestora e seus produtos.

Após aprovado, há uma negociação comercial, em que se decide o rebate.

O rebate é um pedaço da taxa de administração e performance do fundo, que é pago à corretora por fazer o serviço de distribuição.

Num fundo de 2 por cento de taxa de administração, 40 por cento de rebate, significa 0,8 por cento ao ano de comissão.

Com esse valor, a XP repassa uma parte para os assessores, que são a grande força de distribuição dela.

Ao repassar metade, por exemplo, o assessor fica com 0,4 por cento ao ano do valor distribuído.

100 mil investidos, 400 reais de comissão ao ano para ele.

Para a maioria dos investidores, isso pouco importa.

No final do dia, ele está "pagando" os 2 por cento de taxa de administração do fundo, tendo um assessor que o ajuda a tomar as decisões de investimento ou não.

É aí que a proposta da Pi – e outras corretoras que estão surgindo – promete ser revolucionária. E deve bater de frente com o modelo tradicional da XP.

O pedaço da taxa de administração que vai para o assessor, em um modelo que não há essa figura, pode voltar para você.

Essa opção faz bastante sentido, principalmente para pessoas que assinam casas de análise como a Nord.

Se você já está pagando para alguém te dar recomendações e, no nosso caso, de forma 100 por cento independente, então é bem provável haja pouca ou nenhuma necessidade de remunerar um assessor para te ajudar com isso.

Nada mais justo que esse valor volte para você de alguma forma.

A proposta do cash back em fundos da Pi é que o valor seja depositado na sua conta nos primeiros dias úteis de cada mês.

Importante dizer que a Pi é do grupo Santander. O banco escolheu ter uma estrutura completamente apartada do modelo tradicional justamente para pensar e fazer como as fintechs têm feito.

Ou seja, competindo contra o próprio banco.

Melhor experiência para o cliente, maior oferta de produtos e agora mais dinheiro no bolso.

É praticamente impossível não se entusiasmar com o que está acontecendo com o mercado de investimentos brasileiro.

Um abraço.

Postado originalmente por: Nord Research