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Finanças: Bolsas começam a semana animadas

As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta segunda-feira.

O índice futuro Dow Jones, da bolsa americana, sobe 1,44 por cento, enquanto as bolsas europeias operam no azul, como a Dax alemã que sobe 0,88 por cento.

Os motivos são uma soma de otimismo com dados melhores da recuperação econômica e início de temporada de resultados. Hoje teremos resultados do JPMorgan, Citi e Morgan Stanley.

 A Goldman Sachs aumentou sua projeção de lucro para o S&P de 110 dólares para 115, mas ainda segue abaixo do consenso.  

Notícias de sanções chinesas a oficiais americanos mantêm um clima de tensão entre os dois países. E a aproximação com as eleições americanas deve acirrar ainda mais os ânimos.

Seja como for, o mercado não deverá dar muita bola para isso.

O petróleo cai cerca de 1,5 por cento, com Opep dizendo que pode reduzir os cortes na produção de petróleo.

Ruim para as empresas de petróleo, mas bom para os índices de inflação ao redor do mundo.

Nosso próprio IPCA deve acelerar um pouco ao longo dos próximos meses por conta dos preços da gasolina. Nada que nos preocupe, ou que altere a trajetória da inflação como um todo. Mas esses mesmos efeitos ocorrem em todo o resto do mundo.

On-line x Off-line

Enquanto as vendas on-line mostram números robustos de crescimento, como 70 por cento no mês contra o mesmo mês do ano anterior, as vendas de lojas físicas decepcionam.

Depois de completar um mês das aberturas de shoppings em São Paulo, jornais relatam um cenário decepcionante.

Segundo notícia publicada no Estadão, as vendas dos Shoppings são 90 por cento menores do que no mesmo período do ano passado e não cobrem nem as despesas com funcionários. Diversas lojas estão operando no prejuízo, e outras tantas já fecharam suas portas.

O programa do governo para financiar pequenas e microempresas estimava uma concessão de 20 bilhões de reais para auxiliar os lojistas, dentre outros pequenos empresários. Mas segundo a categoria, esses empréstimos são difíceis de conseguir além de muito burocráticos.

O Broadcast mostra que, segundo o datafolha, 85 por cento das empresas que pediram empréstimos para o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte)foram negadas. Apenas 11 por cento conseguiram seus empréstimos e 4 por cento ainda aguardam resposta.  

Dos 20 bilhões, apenas 3 bilhões foram concedidos.

Fiscal é desafio

A Arko Advice fez uma pesquisa que mostra que 377 deputados e 39 senadores parecem querer derrubar o veto da extensão da desoneração de folha por mais 1 ano. O custo do fim da desoneração seria de 10 bilhões, segundo a BGC, e uma diminuição do espaço no teto de gatos.

O governo quer atrasar a discussão para jogar para uma solução conjunta com a reforma tributária. A ideia seria utilizar outros impostos para compensar a queda na arrecadação.

Dentre os impostos ventilados estaria alguma cobrança sobre transações eletrônicas, a lá CPMF, tributos sobre grandes fortunas, dividendos, entre outros.

Devemos chegar ao fim de 2020 com uma dívida bruta acima de 90 por cento do PIB, e endereçar essas questões fiscais é crucial para a estabilidade da economia.

Por enquanto, com a credibilidade ainda intacta da gestão econômica e de Paulo Guedes, podemos usar a queda da atividade e da inflação para trabalharmos com uma taxa de juros bem mais baixa.

Essa queda da Selic permite que o governo se financie a um custo mais barato, e dessa forma não onere ainda mais o fiscal, em um momento de aumento dos gastos e aumento da dívida.

Mas tudo isso depende de um juro mais baixo.

Se o mercado sentir que o fiscal não é sustentável, irá vender os títulos de longo prazo, provocando altas nas suas taxas, e encarecendo consideravelmente o custo de financiamento da dívida.

Isso é exatamente o que não podemos deixar acontecer. Quanto mais os juros sobem, mais uma dívida grande se torna impagável.

Este, na minha visão, é certamente o maior risco da renda fixa. O tema fiscal é algo para se acompanhar de perto. Com lupa!

O movimento da bolsa americana e, consequentemente, das bolsas ao redor do mundo deve ser bastante influenciado pela sequência de resultados das empresas que começaremos a receber a partir de hoje.

Vamos acompanhando por aqui.

Uma boa semana e bons negócios.

Postado originalmente por: Nord Research