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Finanças: Biden é o novo dono do mundo

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A vitória de Biden já está sendo reconhecida por vários chefes de estado dos vários países afora, mas Trump ainda insiste na tese de judicialização das eleições. Apesar disso, jornais antecipam que ele está sofrendo forte pressão do seu próprio partido para reconhecer a vitória e seguir em frente.

Podemos ter um desfecho mais amigável do que imaginávamos na semana passada.

Enquanto Trump deixa a ficha cair, Biden já atualizou suas prioridades como dono do mundo: combate ao Coronavírus, recuperação econômica, igualdade racial e mudanças climáticas. Temas decisivos para sua vitória durante a campanha.

O mercado está de olho no tema "recuperação econômica" e aguarda o resultado do controle do Senado, que está em uma disputa equilibrada. Caso o Senado tenha o controle dos democratas, ficará muito mais fácil aprovar programas robustos de estímulo econômico. Mas se o controle for para os republicanos, os pacotes de ajuda devem ter trilhões a menos, além de nenhum espaço para aumento dos impostos (outra promessa de Biden na campanha).

As Bolsas sobem forte ao redor do mundo, em uma onda de otimismo com o resultado das eleições. Aqui, no Brasil, vimos o Ibovespa bater 101 mil pontos em praticamente 1 semana. Impressionante o movimento rápido conforme tivemos o fim da incerteza eleitoral.

O real também teve forte valorização, acalmando inclusive a curva de juros e gerando bons leilões de papéis para o Tesouro Nacional. O diretor Kanczuk avisou, em um evento, que o BC atuaria para suavizar a saída de cerca de 15 bilhões de dólares que teremos até o final do ano por conta da tributação de overhedge dos bancos. Seria um movimento capaz de trazer grande desvalorização à nossa moeda se os bancos tivessem que comprar dólares a mercado. Mas o BC parece que vai ajudar, e isso acabou gerando muito stop de fundo que estava posicionado para “pegar essa deval” (desvalorização do câmbio).  

Nos jornais de hoje, o pessimismo com a situação fiscal brasileira ainda toma conta. São 5 notícias pessimistas para cada 1 com uma leve esperança. Isso é um importante indicador! Significa que os investidores estão pouco alocados, ou seja, o "técnico" do mercado está limpo.

Situações como essa tendem a embalar um mercado otimista por mais tempo. Afinal, os descrentes vão entrando aos poucos na Bolsa, estimulados pelo sentimento de não querer "perder o bonde".

Sem contar que, do mês passado para o atual, nada mudou em termos de agenda fiscal. O Renda Cidadã não está na mesa, a prorrogação do auxílio emergencial também não está na mesa, e o Presidente parece conformado com o quadro atual de restrição dos gastos.

É preciso se atentar para uma eventual mudança dessa dinâmica, assim como para o caso de o Presidente mudar de ideia depois das eleições municipais. Mas até lá, o mercado pode seguir subindo na cara dos pessimistas.

Se fica alguma lição da eleição norte-americana é que o candidato que pagou o pomposo auxílio emergencial não venceu as eleições. Ou estamos falando de uma sociedade mais madura e mais consciente que a nossa ou o presidente Jair Bolsonaro tem que centralizar e universalizar seu discurso, caso queira garantir sua reeleição. O peso de um auxílio emergencial nas suas decisões pode ter sido reduzido depois de observar os desdobramentos norte-americanos.

Títulos públicos mostraram alívio

Em meio ao otimismo pós-eleição, tivemos também um movimento que não víamos por aqui há algum tempo: os gringos voltaram a comprar nossos títulos públicos.

Pode ser por conta do otimismo ou das taxas longas mais altas, mas o fato é que eles voltaram e isso ajuda muito no financiamento da dívida, especialmente nos juros mais longos, que são os preferidos dos estrangeiros.

Com esses últimos leilões mais positivos, o Tesouro conseguiu colocar mais volume e recompor sua reserva de liquidez. Segundo estudo da Fenix Team, eles já possuem colchão para rolar a dívida do ano que vem inteiro, sem que haja nenhum problema.

Além disso, o próprio Tesouro diz que deve receber mais recursos do BC.

Esse alívio deve acalmar os prêmios na taxa dos títulos (como o Tesouro Selic), provocando marcação a mercado positiva para quem carrega o papel.

Final de ano será positivo?

Acredito que teremos um final de ano bem positivo para os ativos de risco. Brincamos no mercado sobre a "puxeta de final de ano", que é quando os gestores grandes puxam suas maiores posições de Ações para fecharem bem a performance do ano.

Podemos juntar a puxeta com o otimismo eleitoral e a falta de alocação de risco do mercado neste final de ano, resultando num bom rali.  

Essa é minha aposta para o momento atual.

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 Bons negócios e boa semana!

 

Postado originalmente por: Nord Research