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Finanças: Até quando vamos falar em guerra EUA x China?

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Hoje, novamente, teremos um encontro da delegação chinesa com a delegação americana para mais uma tentativa de acordo comercial.

Hoje, novamente, teremos um encontro da delegação chinesa com a delegação americana para mais uma tentativa de acordo comercial.

Já vimos esse filme antes. Trump diz que vai aumentar as tarifas de 25 para 30 por cento, caso não haja acordo, mas depois de o mercado cair forte, ele tuíta que as reuniões estão "muito promissoras".

E nessa toada o mercado sobe e cai.

Para o dia de hoje é esperada uma excelente solução (com um excelente rali posterior), completamente temporária, uma vez que os problemas estruturais, dentre eles propriedade intelectual, sequer serão mencionados no encontro.

Economicamente falando, aumentar tarifas não tem grande impacto na atividade, uma vez que é compensada com desvalorização cambial da moeda chinesa.

O que realmente provoca o estrago é a incerteza. Sem saber se a relação entre os gigantes mundiais vai se estabilizar ou não, empresas que dependem de ambos os países para fazerem seus negócios seguem com baixo investimento.

O economista Tony Nash, que acompanha de perto a China, teme que os dados oficiais não estão refletindo o impacto econômico negativo da guerra comercial. Segundo ele, dados do setor de eletrônicos mostram queda importante:

Na Inglaterra, também estamos tendo evoluções no acordo sobre o Brexit, o que também pode fomentar um rali global de sexta-feira.

Enquanto isso, no Brasil…

Aqui em nossas terrinhas, tivemos durante essa semana importantes dados que reforçaram uma necessidade de um Banco Central mais flexível.

Primeiro foi o IPCA com deflação de 0,04 por cento. E com núcleos bem baixos. Alguns, inclusive, fazendo novas mínimas.

Quando a inflação cai mais rápido que a Selic, dizemos que o BC ficou "atrás da curva", e não estimulou a atividade econômica, uma vez que os juros reais sobem. Isso pode ter acontecido durante todo o ano passado.

Uma consequência prática desse fenômeno foram as Vendas no Varejo, também divulgadas esta semana, que mostraram estabilidade, enquanto o mercado esperava alta.

Esses dados mais fracos de atividade reforçam o atraso do BC, e abrem espaço para novas quedas na taxa Selic.

Economistas já estão falando de Selic entre 4 e 4,5 por cento para este ano e começo do ano que vem. O mercado já precifica 4,40 em seu juro curto.

A chave para esta definição será o câmbio.

Ontem, em dia de taxas de juros curtas caindo bastante, vimos o real ter uma das piores performances entre as moedas ao longo do dia, revertendo parte da alta no finalzinho do pregão. A cotação, mesmo assim, ficou acima de 4,10.

Lembrando que as projeções do modelo do BC utilizam câmbio entre 3,90 e 4,05.

Uma desvalorização mais robusta poderia atrapalhar os planos "doves" do mercado.

Mas se o câmbio melhorar, principalmente com fluxo de investimento gringo podendo vir depois desses leilões de petróleo, podemos ter um Banco Central bem mais confiante em testar níveis mais próximos de 4 para a taxa Selic.

Quem diria, não é mesmo?

Um abraço,

Postado originalmente por: Nord Research