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Finanças: Agora vai?

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O Brasil só precisa fazer a lição de casa dos gastos públicos

Em 2016, e portanto há 3 anos, o Banco Central começou um ciclo de queda da taxa Selic. Estávamos com a taxa em 14,25 por cento. Mês passado fomos para 5,5 por cento. Menos da metade do valor inicial.

Se, em 2016, eu perguntasse para qualquer economista o que aconteceria com o PIB se as taxas de juros fossem para 5,5 por cento, qualquer um certamente me diria que iríamos crescer recordes históricos… 7, 8, 10 por cento!

E quanto essa queda brutal aumentou do nosso crescimento até agora?

Fonte: Bloomberg. (linha amarela é o PIB, linha preta a taxa Selic)

Podemos ver pela linha amarela do gráfico que todo o ciclo de queda da Selic significou quase nada em termos de promover o crescimento econômico. Fomos de zero para 1 por cento.

De 2005 a 2007, uma queda de proporções parecidas jogou nosso crescimento em 7 por cento nos anos seguintes.

Por que não crescemos?

As teorias para a falta de crescimento são muitas.

Por causa da incerteza das eleições…

Por causa da incerteza sobre a aprovação da reforma da previdência…

Por causa do baixo crescimento internacional…

Por causa da destruição profunda do nosso parque industrial nos anos imediatamente anteriores…

Por causa do amplo esquema de corrupção exposto…

Por causa da necessidade de redução dos gastos do Governo, grande propulsor de crescimento no passado…

Ou por todos esses motivos unidos, cada um dando a sua contribuição.

Não vamos crescer nunca mais?

Será que estamos condenados a não crescer mais, assim como países estrangeiros?

Estaríamos diante de uma nova normal, na qual crescimento e inflação baixos vão fazer parte da nossa economia, assim como juro zero ou até negativo?

Eu acho que não!

Essas incertezas atrasaram em muito a nossa recuperação. Mas quando olhamos os dados estruturais da economia, vemos uma situação extremamente positiva para o futuro:

A massa salarial das pessoas vem crescendo a um passo importante.

O CAGED (criação de empregos) tem mostrado forte recuperação.

O endividamento das famílias está baixo e não mostra nenhum sinal de alavancagem ou preocupação depois que as coisas melhorarem. Salário maior vai virar consumo.

Os juros estão extremamente baixos, e vão permacener assim por um bom tempo.

A inflação está baixa e controlada.

As empresas estão saudáveis, com menor alavancagem e menor despesa financeira.

O nível de ociosidade ainda está alto, o que permite que empresas cresçam sem aumentar custos, aumentando margens.

O país está aos poucos rumando para um esquema organizacional menor, no qual o Estado dá liberdades, custa menos, é mais produtivo e dinâmico.

Não temos nenhuma pedra no sapato que realmente trave a nossa perspectiva de crescimento, a não ser um motivo:

O crescimento dos gastos públicos, caso não se aprove a Reforma da Previdência.

A votação da Reforma no Senado está programada para hoje.

É um dos dias mais importantes, embora já quase esquecemos desse assunto.

É o maior passo possível para uma dinâmica de melhora nos gastos futuros do Governo. O único motivo que realmente poderia travar nosso crescimento pelos próximos anos.

Vale uma última pressionada no seu senador. Vale um post no Twitter.

Com gastos crescendo ad infinitum, nenhum país consegue prosperar.

Ouvi o Roberto Campos dizer uma frase simples, mas extraordinária na apresentação do último relatório de inflação. A frase não sai da minha cabeça.

Era mais ou menos assim, vou contar nas minhas palavras:

Os países desenvolvidos passaram anos e anos tentando estimular o crescimento com aumento de dívida, e o mercado financiou isso a juros muito baixos. Hoje, o mercado segue financiando países com baixo crescimento a juros negativos! Qual o racional disso? Não sei. Mas quando eles descobrirem que isso não faz o menor sentido, pode haver uma saída desordenada desses títulos, e temos que ficar atentos a isso.

Genial, não é mesmo?

O Brasil só precisa fazer a lição de casa dos gastos públicos. Não temos muito dívida, quando comparado a esses países. Principalmente se levarmos em conta o tamanho da nossa reserva.

Se controlarmos os gastos, e com esses indicadores positivos estruturais da nossa economia, podemos ser um dos únicos, se não o único, país a mostrar forte crescimento, enquanto todos os outros padecem.

Isso significa fluxo! Isso significa bolsa subindo! Isso significa real se valorizando!

Não esqueça do seu twitte!

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Postado originalmente por: Nord Research