fbpx
Pular para o conteúdo

Finanças: A bolsa é imune a crises

 “Buy when there's blood in the streets, even if the blood is your own."

All they talk about

O mercado sempre tem o seu tema preferido. Antes era a Reforma da Previdência, agora a bola da vez é o cenário global.

Quando você lê as cartas dos gestores multimercados deste último mês, esse é o tema mais frequente.

Nelas, o estilo é o de sempre: positivo com Brasil, cauteloso com o mundo. O famoso "cautelosamente otimista".

Mas, de fato, está difícil ser otimista com a economia global. Ao redor do mundo, por onde você olhe, há sinais de desaceleração.

A Alemanha (motor da Europa) perdeu fôlego; o cenário de emprego e indústria nos EUA piorou e a China não parece estar manejando os botões do crédito para ser o motor global.

Então, quando você olha os PMIs globais, tudo parece desabar. Uma queda vertiginosa e sem fim.

                                        Fonte: Bloomberg

É claro que os Bancos Centrais do mundo todo estão de olho nisso e utilizaram todo o seu arsenal para salvar o barco do naufrágio.

Então, em nossas andanças pela Faria Lima, a avaliação é que a desaceleração ocorrerá, mas sem rupturas.

Será um pouso mais tranquilo. Sendo assim, a luz que apita no radar é amarela e não vermelha.

Oportunidade sempre há

Se o cenário é de uma aterrissagem tranquila, estamos nos melhores dos casos. Os BCs vão continuar tentando equilibrar os pratos, evitando que tudo desmorone.

A consequência natural disso é bem simples: o achatamento das curvas de juros globais.

                                Fonte: Bloomberg

Os multimercados sabem muito bem disso. O movimento cai como uma luva em um momento onde as oportunidades em juros Brasil já ficaram mais escassas.

Então, no geral, as gestoras estão aproveitando essa tendência mais clara para apostar em um ciclo de contínuas reduções do juro global.

Sem crise, esse é um trade que parece fazer total sentido.

Mas, e se estiver todos errados?

E se estivermos errados?

A chance é boa. Podemos estar somente em um prenúncio de uma tempestade que começa a se formar ainda no horizonte.

É impossível saber. O futuro dirá se a aterrissagem será forçada ou um pouso tranquilo. Mas, independentemente de qual cenário se materializar, confesso que estou longe de perder minhas noites de sono tentando acertar.

Isso porque, desde sempre, somos testados por crises. Se você gosta de história do Brasil como eu, vai se lembrar que estamos calejados. Nas últimas cinco décadas, pensando rapidamente aqui, tivemos os seguintes incidentes internacionais:

Crise do Petróleo (1973 e 1979), levando a crise da dívida brasileiros nos anos 80 e a hiperinflação dos anos 80 e 90, crise da Ásia em 97, crise da Rússia em 98, bolha da internet em 2001, crise de 2008, crise da dívida grega 2012 e 2013.

É crise que não acaba mais e só estamos falando de eventos externos, sem contar as nossas próprias ca&@#das.

Mas, quando se trata de bolsa, isso pouco importa.

Bolsa é a prova de crise

Gestores de fundos multimercados se preocupam muito mais com cenário. Eles estudam freneticamente as economias e como isso impacta os mercados de juros e moedas – onde eles mais operam.

Gestores de ações são diferentes.Você dificilmente vai conversar com um deles sobre cenário global.

Isso pouco importa. Eles querem saber do modelo de negócio da empresa, das aquisições futuras, das vantagens competitivas, da geração de caixa etc.

Até porque, são as empresas e seus lucros que ditam o ritmo para a bolsa a longo prazo.

Pouco importa qual a próxima crise da vez. Passamos por diversas delas e, mesmo assim, a bolsa tratou de se multiplicar por muitas vezes.

                                Fonte: Economática

Então, na hora de investir em bolsa, não fique neurótico ou receoso em relação a próxima crise. Foque nos resultados das empresas e guarde também caixa para quando as oportunidades surgirem.

Se a próxima crise vier, estaremos preparados. Lembre-se sempre que a melhor oportunidade de compra de ações da última década foi durante a crise de 2008.

Como sempre, vale aquela máxima: “Buy when there's blood in the streets, even if the blood is your own."

(Compre quando houver sangue nas ruas, mesmo que o sangue seja seu.)

Ótimo domingo

Um abraço,

Luiz

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Postado originalmente por: Nord Research