Nord Insider
Olá, investidor.
Nesta quarta-feira, 23, o pré-mercado de Nova York opera em leve queda depois que as primeiras sanções dos Estados Unidos e da Europa contra a Rússia não se revelaram tão agressivas quanto o mercado temia. Entretanto, destacamos que isso está longe de significar que o pior da crise geopolítica passou. Mais adiante, preparamos um especial sobre como preparar seu portfólio ante uma guerra iminente.
Na agenda econômica, destaque para a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) e para o Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M), ambos os dados referentes a fevereiro. Ainda no local, Petrobras (PETR4), Isa CTEEP (TRPL4), Minerva (BEEF3), Odontoprev (ODPV3), GPA (PCAR3), SulAmérica (SULA11), Ultrapar (UGPA3) e TIM (TIMS3) e Gerdau (GGBR3 e GGBR4) divulgam resultados do quarto trimestre. Nos Estados Unidos, o Instituto de Petróleo Americano (API) divulga a variação dos estoques de petróleo da semana terminada em 18 de fevereiro.
Confiança do consumidor sobe em fevereiro, mas permanece em nível muito baixo
A confiança do consumidor subiu 2,9 pontos em fevereiro ante janeiro, informou na terça-feira, 22, a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O analista de renda fixa da Nord Research, Christopher Galvão, avalia que, apesar de refletir uma melhora quanto às expectativas de consumo para os próximos meses, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ainda está em um patamar baixo em termos históricos e continua impondo cautela.
Em fevereiro, o destaque foi o aumento da intenção de compras de bens duráveis, entretanto, como tivemos cinco meses de sucessivas quedas e o nível ainda é muito baixo em termos históricos, não é possível encontrar uma tendência mais clara da confiança no curto prazo.
Destacamos também que a expectativa de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) é de apenas +0,30 por cento em 2022, segundo o Boletim Focus da semana, enquanto economistas do mercado ainda preveem recessão.
Nosso analista continuará acompanhando se o indicador apresentará resultado positivo nos próximos meses para saber se teremos uma recuperação da confiança do consumidor. O dado é importante porque reflete na atividade do país.
Acesse a série e receba atualizações sobre o cenário macroeconômico, recomendações de investimento em renda fixa e muito mais.
A inesperada festa da bolsa brasileira
O que é o que é: chegou sem avisar e está fazendo a festa da bolsa brasileira neste começo de ano?
Se você respondeu o “investidor estrangeiro”, acertou em cheio!
Ontem, 22, falamos sobre o que tem motivado a alta do Ibovespa nos últimos dias (leia na íntegra), e nesta quarta, 23, voltamos com o Luiz Felippo, nosso especialista em fundos, para falar sobre o fluxo de capital externo na bolsa.
Segundo dados da B3, o estrangeiro comprou 55,8 bilhões de reais só no começo de 2022. No ano de 2021, eles compraram 102,5 bilhões de reais em ações a mais do que venderam. Como podemos ver, a entrada de capital externo até fevereiro está acima da média do ano passado.
Diante disso, o Ibovespa registra uma alta de +7,70 por cento no ano. O movimento também favorece o real (+10,20 por cento), sendo a moeda que mais se valorizou entre os países emergentes.
Ontem, 22, o dólar fechou em queda de -1,08 por cento, cotado a 5,051 reais, no menor valor desde 1º de julho de 2021 (5,044 reais).
Em linhas gerais, o nosso analista acredita que a entrada de capital externo na bolsa é positiva, significa que a bolsa brasileira está barata, no entanto, considerando o cenário macroeconômico, tanto interno quanto externo, é preciso ter cautela.
O nosso analista tem conversado bastante com os investidores do Nord Fundos e apresentado as assimetrias do mercado financeiro, tendo como foco as grandes apostas para o ano. Acesse e saiba mais.
Entrando no detalhe
“O início da invasão” e como preparar o portfólio
O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu oficialmente na segunda-feira, 21, a independência de duas regiões separatistas na Ucrânia: Donetsk e Luhansk. Poucas horas depois, ordenou o envio de tropas russas com a suposta missão de “manutenção da paz”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por sua vez, não acreditou nessa história e disse que o envio das tropas russas às províncias separatistas da Ucrânia é “o início da invasão” e também mandou os soldados americanos da Otan para a Lituânia e para a Letônia, países vizinhos à Rússia.
Além disso, o governo americano e seus aliados – que incluem França e Reino Unido, por exemplo – prometeram responder com sanções econômicas para punir a Rússia, como restrição de novos investimentos, de comércio e de financiamento americano nas duas províncias separatistas.
Enquanto isso, o líder russo aumentou suas reservas em moeda estrangeira, construiu seu próprio sistema de mensagens financeiras e desenvolveu indústrias locais — tudo para tentar se “blindar” do Ocidente.
Se você ainda não entendeu o que há por trás da crise da Ucrânia, acesse aqui.
Efeitos no mercado e como se preparar
As preocupações com as sanções econômicas contra as duas regiões separatistas da Ucrânia e uma potencial guerra têm feito os investidores fugirem de ativos de risco.
Podemos citar como consequências imediatas do imbróglio geopolítico: (i) disparada das commodities produzidas pela Rússia, como alumínio e petróleo; (ii) salto nos preços do gás natural. Hoje, boa parte é transportada da Rússia para a Europa e passa pela Ucrânia, onde é tributada, e a atual situação tem pressionado ainda mais a inflação na Europa; (iii) a migração dos investidores para ativos de refúgio, como o ouro e outras moedas.
Para enfrentar a volatilidade, o analista Fabiano Vaz selecionou ações de empresas que ele acredita que podem se beneficiar com o conflito na Ucrânia, mas caso a guerra não ocorra, continuam sendo ótimas pelo crescimento. Confira.
Postado originalmente por: Nord Research