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Setembro Amarelo é o ano todo!

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O último post do mês não poderia ser diferente. Setembro Amarelo é uma campanha feita nesse mês, mas não é só nele que as pessoas sofrem de transtornos mentais. Não é só em setembro que precisamos ficar atentos a sintomas, comportamentos e riscos. Não é só em setembro que as pessoas desistem da vida e morrem ao redor do planeta. Também não é só em setembro que a gente tem que conversar sobre o tema, compartilhar os pensamentos e sentimentos que podem nos incomodar e buscar ajuda e fazer terapia.

A campanha está presente no nosso dia a dia de diferentes formas. Quando alguém que você conhece perdeu uma pessoa querida e está tendo dificuldade para lidar com o luto e precisando de uma palavra de acolhimento. Quando sua colega de trabalho não consegue trabalhar porque tem crise de ansiedade durante o expediente. Quando seu amigo da faculdade tá achando tudo pesado demais e que não vai dar conta de terminar o semestre. Quando sua namorada tem uma crise de choro muito forte e não consegue se acalmar e precisa de um abraço e de saber que ela não está sozinha. Quando sua avó diz que sente falta dos netos porque tem que ficar isolada na pandemia. Quando seus pais perdem o emprego e ficam desesperados para poder arrumar outro logo para conseguirem pagar as contas. Quando a empresa da família fecha as portas ou declara falência por dificuldades e prejuízos nos negócios. Quando você fica sabendo de alguém que tirou a própria vida por ser um fardo pesado demais para carregar e seu coração imediatamente acelera e seus pensamentos se voltam a todos aqueles que você ama.

Prevenção é também uma ação coletiva. As pessoas estão morrendo todos os dias pelo coronavírus e você, ao invés de se vacinar e respeitar as regras de distanciamento social, escolhe colocar em risco também a sua família e as pessoas próximas participando de festas, aglomerações e disseminando o vírus. Você julga aquele amigo com depressão e ansiedade, quando ele desmarca o “rolê” por não estar bem. A pessoa que faz tratamento para a saúde mental e faz uso de medicamentos é considerada louca.  Ela é julgada e afastada da sociedade sendo considerada perigosa e que não inspira confiança. E é justamente no momento em que mais precisa de apoio. Quem tira a própria vida é estigmatizado como uma pessoa egoísta que não pensou na família e nos amigos que deixou. São pensamentos assim que têm o efeito de apenas prejudicar e que precisamos corrigir o quanto antes para compreender e ajudar. Em setembro a gente usa a campanha pra falar, mas nos outros meses do ano a gente também fala, também divulga, também compartilha e também aprende todos os dias uma coisa nova.

Por fim, mas não menos importante: não é possível manter uma saúde mental estabilizada quando muitos não têm acesso às necessidades básicas de sobrevivência. E, principalmente, sem saúde não existe campanha de prevenção que resolva sozinha um problema social e econômico tão profundo. Não tem saúde mental que aguente a violência, o racismo, o machismo, a desigualdade, a ignorância, os diversos tipos de preconceitos, os maus tratos e a impunidade que a gente vê todos os dias.