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A coragem de Simone Biles

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Na última semana, Simone Biles trouxe para o mundo a realidade da saúde mental diante das pressões acumuladas antes e durante os Jogos Olímpicos. Priorizando-a, a principal ginasta estadunidense e forte candidata a várias medalhas olímpicas abriu mão da disputa de várias provas. Além disso, ela abordou em suas entrevistas a falta de sintonia entre a mente e o corpo, essenciais nas provas de alto nível. Várias personalidades, inclusive companheiros de esporte, defenderam e apoiaram a decisão de Simone, alguns expondo também suas próprias dificuldades.

Além da ginasta, a tenista japonesa Naomi Osaka, que acendeu a pira olímpica na cerimônia de abertura desses Jogos, Michael Phelps (nadador estadunidense) e Diego Hypólito (ginasta brasileiro) já haviam citado ansiedade e depressão durante suas respectivas trajetórias. Para estudantes e trabalhadores, a saúde mental é fator importantíssimo no rendimento dos estudos e no trabalho, o que não poderia ser diferente no caso dos atletas, que qualquer erro custa pontos e, consequentemente, medalhas, conquistas e patrocínio. Principalmente na Olimpíada em que, durante mais de um ano, os treinamentos e a preparação física foram feitos dentro de casa, em condições totalmente adversas e quando a saúde mental de todos foi duramente afetada pelo isolamento, pela insegurança e pelo medo.

Ao contrário de muitos comentários que julgaram a desistência da ginasta como ceder à pressão, essa atitude requer força e coragem. Expor ao mundo a dificuldade em relação à saúde mental, admitir que é preciso parar e tirar um tempo para retornar é motivo para aplaudir de pé. Desde o início desse blog, várias pessoas me procuraram justamente por terem dificuldade de falar sobre o assunto, inclusive pessoas que eu mesma não fazia ideia que passavam por situações semelhantes. Um ponto comum entre todos nós é não conseguir falar, seja por medo, por insegurança, por não querer “tornar real” ou por não entender que certas coisas requerem ajuda externa.

Ao optar por desistir das provas individuais após um erro na disputa em grupo, Simone causou certo espanto, mas também inspirou várias pessoas ao redor do mundo. Nem mesmo uma medalha olímpica é mais importante que a saúde mental, que o próprio bem-estar. Está tudo bem em parar para se reestabelecer e retomar quando tiver preparado(a)!