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A hora da verdade

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Foto: Pixabay

Muito se engana quem acredita que um relacionamento abusivo se inicia com agressões  como um tapa na cara ou qualquer outro tipo de violência física. No início você terá a certeza de ter encontrado um príncipe encantado, o homem da sua vida. Ele irá fazer você se sentir a mulher mais desejada do mundo, lhe cobrirá de elogios e presentes, irá te incentivar a realizar seus maiores sonhos. Ele lhe trará a paz que você imaginava que jamais iria ter.

 Mas de repente ele irá começar a encontrar vários defeitos em seus amigos mais próximos e familiares, deixará bem claro a sua insatisfação com o seu acesso em redes sociais, suas roupas e suas atitudes.  Começando a controlar todos os seus atos, será capaz de fazer você se sentir culpada por todas as brigas através de suas chantagens emocionais. Irá minar totalmente sua autoestima, te humilhando e te fazendo  sentir sempre inferior a todas as outras pessoas.

Caso você não permita que ele tenha acesso  total a todas suas conversas e redes sociais, ele te acusará de traição, dando início a um novo ciclo de brigas e discussões. Ele fará você pedir desculpas por ficar magoada com os erros dele, e quando perceber você já estará o consolando  por ser tão tóxico com você.  Por inúmeras vezes ele irá fazer questão de explicitar que você nunca terá alguém melhor que ele e muito menos será amada por outra pessoa. Sempre dará um jeito de criticar alguma coisa em sua aparência como forma de “cuidado”. Irá dizer o tempo todo que você tem sorte de tê-lo ao seu lado porque “ninguém iria te aguentar”. Quando te trair, irá dizer que a culpa é sua, porque você não dava a ele o que ele precisava. Quando terminarem, ele fará de tudo para envenenar todas as pessoas de seu convívio contra você. Mesmo assim você irá se sentir culpada.

A maioria dos relacionamentos abusivos ocorre como um círculo vicioso: há o momento de agressão, que vem seguido de um arrependimento por parte do abusador, que promete que aquela foi a última vez, que te ama e que irá mudar. Mas a verdade é que ele nunca mudará, apenas irá renovar seus argumentos de persuasão para manter sua refém presa em um cativeiro sem grades, mas totalmente acorrentada emocionalmente sem conseguir achar o caminho para a sua liberdade.

 A lei Maria da Penha em seu capítulo II, artigo 7°, incisos I, II, III, IV e V diz: “Estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial”. O projeto Meu Amar é uma corrente de apoio que oferece acolhimento, assistência jurídica e psicológica para as vítimas de violência doméstica. Busque @meuamarprojeto no instagram para conhecer mais sobre o projeto, suas fundadoras e entrar em contato para que posa obter ajuda.

Texto: Marisa Gomes – Terapeuta, assistente social (baseado em relatos reais,de mulheres vitimas de relacionamentos abusivos).