Por João Cenzi
Assim como em todo o Brasil, Divinópolis está dividida em três grandes blocos de tendência do eleitorado: Lula, à esquerda, Bolsonaro à direita e ninguém ao centro.
Pelas pesquisas recentes, os dois primeiros blocos, que praticamente monopolizam a mídia e as redes sociais, têm forças mais ou menos equivalentes, variando de 22% a cerca de 30%. O restante é uma massa amorfa à espera de um rosto amigável.
Estatisticamente, no entanto, mesmo que tomemos a direita e a esquerda pelo seu potencial máximo (cerca de 30% cada), essa massa sem rosto ainda é maioria e, se conseguir se aglutinar, tem força para se impor em 2020. Só lhe falta um líder confiável.
Não disponho de informações mais recentes, portanto ainda é necessário que se afiram com mais acuidade essas tendências, mas em termos gerais, apontados por estudos já com bons meses de idade, esse líder deveria ser:
1) Alguém com idade máxima na casa dos 55 anos;
2) Uma pessoa que já tenha tido êxito financeiro-econômico em sua atividade profissional;
3) Alguém que não seja diretamente ligado à política tradicional de Divinópolis.
Para que possa ser candidato, esse novo líder terá, obrigatoriamente, que ser filiado a um partido político e, à exceção do NOVO, talvez por ser ainda bastante desconhecido, nenhum outro partido conta com a credibilidade do eleitorado, portanto esse novo líder já terá um peso a carregar que será a desconfiança atribuída à história de sua agremiação política. No entanto, ninguém, à exceção dos petistas, vota em partido, então, se esse líder mostrar-se realmente “descolado”, seu partido não lhe será tão pesado a ponto de imobilizá-lo;
4) Alguém que consiga convencer o eleitorado de que agirá mais como gestor do que como político, ou seja, não será o combate aos extremos políticos que atrairá votos. Esses já têm donos. O discurso deverá focar em soluções econômicas, tais como atração de indústrias e criação de empregos, abertura de negócios, fortalecimento do Comércio, desenvolvimento de tecnologias, etc.
5) Os costumes e a religiosidade também devem ficar de fora da atenção prioritária do novo líder. Não será ele que irá convencer a população a ser favorável ou contra o aborto, por exemplo. Os costumes e a religiosidade devem ser tratados como liberdade de expressão da população, desde que exercidos dentro da lei, ou seja, cada um é absolutamente livre para pensar e agir como julgar melhor, desde que obedeça aos limites impostos pela convivência em sociedade;
6) O sexo desse pretenso novo líder, e que pode vir a ser nosso novo prefeito, não será determinante, porém se for uma mulher, poderá contar com uns 10% a mais de simpatia do eleitorado do que se for homem.
Somente o eventual surgimento de um perfil assim poderá mudar os rumos políticos, e consequentemente de desenvolvimento, de Divinópolis. Caso não surja esse amigável rosto, continuaremos sendo administrados por uma das forças políticas de sempre, e pouca coisa mudará.